🌻 Capítulo 1🌻

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Oii gurias 💕

Tô passando aqui pra avisar que esse livro NÃO contém cenas de sexo.

Espero que gostem de ler o livro.

Beijos de boa leitura 😉😘

As ruas não são como as pessoas imaginam. As coisas não são tão fáceis e na verdade são muito mais perigosas do que a maioria acha. As ruas não são só um lugar onde você passa fome, frio e sede, há um outros perigos, principalmente para mulheres jovens. Desde que eu saí do orfanato aos dezoito anos eu tive que aprender a me virar sozinha, o que não foi nada fácil. A vida no orfanato que eu morava também não era fácil, era como um convento, com freiras malvadas que nos castigavam até se respirássemos de uma forma que elas não gostassem. Depois que eu saí achei que poderia viver livre e que conseguiria me virar facilmente para conseguir emprego e uma casa, mas não foi isso que aconteceu. Quando eu saí do orfanato não consegui emprego nenhum e muito menos um lugar pra dormir, acabei morando nas ruas e uma semana depois me vi suja, pedindo dinheiro e tendo que catar comida do lixo. Preferi morar perto de um mercado da zona nobre, em um beco escuro onde ninguém andava, eles são conhecidos por jogar comidas boas no lixo, então eu aproveito para pegar algo.

Eu tinha dezesseis anos quando meus pais morreram, viemos para a Itália quando eu tinha quatro anos para viajar e nunca mais fomos embora, nos estabelecemos em Roma e aqui ficamos, até que estávamos voltando do restaurante, tínhamos ido jantar fora para comemorar o meu aniversário quando um caminhão entrou na contra mão e se chocou contra o nosso carro. Minha mãe morreu na hora enquanto o meu pai sofreu uma grave batida na cabeça e ficou em coma dois meses antes de morrer. Eu tive as duas pernas quebradas, um braço quebrado e o outro deslocado, quatro costelas quebradas que quase perfuraram um dos meus pulmões e uma concussão grave, um ano depois eu deixei o hospital quase completamente curada por fora, mas devastada por dentro. Eu sou filha única assim como meus pais eram, os pais deles já haviam falecido então éramos apenas nós, então quando eu fiquei órfã fui mandada para um orfanato qualquer e fiquei desde então lá. Algumas vezes quase fui adotada, mas como era muito fechada acabava sendo devolvida depois de dois meses que era o tempo de adaptação, foi assim até a vez em que um casal aparentemente simpático tentou me adotar, era as mil maravilhas no início, mas o homem tentou me tocar e a mulher fazia eu fazer as coisas em casa e eu passei a dormir em uma cama dura no porão imundo da casa deles, a assistente social viu o estado em que eu me encontrava e então me tirou de lá, não sei o que aconteceu com eles, só sei que depois disso nunca mais fiquei por perto quando as pessoas iam lá para ver as crianças.

Uma batida me assusta de repente e eu viro minha cabeça rapidamente para a esquerda. Na esquina do beco há um morador de rua vasculhando as lixeiras, é um senhor idoso que foi parar nas ruas pelas drogas, ele é um bom senhor que vive na companhia de seu cachorro cor de caramelo. Ele nunca fez mau para mim e quando me viu tremendo de frio me cedeu um de seus cobertores velhos, é de longe a pessoa mais gentil que eu conheci na vida. Sinto a minha barriga doer e faço uma careta colocando minha mão sobre ela. Devem ser onze horas da noite, está mais que na hora de eu tentar encontrar algo para comer. Me levanto do chão batendo as mãos na minha calça velha para tirar a sujeira dela e começar a procurar comida. Passo alguns minutos vasculhando as lixeiras mas não encontro nada, começo a ficar desesperada, não consegui encontrar nada para comer durante o dia e agora parece que nada mudou. Sinto as lágrimas de desespero brotarem e um soluço me escapa, eu queria ter ido com os meus pais, queria ter ido para um lugar tranquilo, sem fome, morte ou perigos.

Sons de conversa me tiram dos meus devaneios, vejo um homem parado na frente de uma boate conhecida, ele está olhando para outro homem que está conversando com ele e está de costas para mim. Olho para o seu bolso traseiro e vejo a silhueta de uma carteira, ele parece rico, não acho que ficaria alarmado se eu pegasse ao menos cinco euros. Eu nunca roubei antes, só pedi dinheiro e peguei comida do lixo, mas a minha barriga está implorando por uma comida, a última vez que comi foi ontem quando uma garotinha me deu seu sanduíche pela metade, desde então eu não como nada e já estou desesperada. Respirando fundo eu me levanto e caminho disfarçadamente na direção deles, posso fingir que estou apenas passando e pegar rapidamente a carteira.

Uma nota é tudo que eu preciso.

Olho de relance para os dois mas eles não aparecem estar prestando atenção em mim, pego a carteira do bolso dele o mais discretamente possível e caminho para o beco mais próximo que eu encontro, quando estou prestes e abrir a carteira para pegar a nota uma mão tira a carteira das minhas mãos de forma bruta e me arrasta para onde o homem estava. Desespero me toma e começo a me debater para escapar.

- Aqui está a mulher Dom. - o homem rude fala e eu levanto meus olhos para o homem dono da carteira, não consigo ver seu rosto direito, as lágrimas nublam a minha visão. Ele me olha atentamente e sorri de maneira fria ao pegar a sua carteira novamente.

- Você é a primeira mulher que tem a audácia de tentar roubar a minha carteira bella. - sua voz rouca me causa um arrepio estranho e eu consigo apenas olhá-lo com os olhos arregalados cheios de lágrimas.

- M-me desculpe. - sussurro sentindo as lágrimas rolarem.

- O que faremos com ela Dom? - o homem pergunta ainda segurando o meu braço. O homem a quem ele chama de Dom sorri maliciosamente para mim e muda o olhar para o homem que me segura.

- Leve ela para casa Antônio. - decreta Seu olhar volta para mim. - Gostei dela. - com um último sorriso malicioso o homem se vira e caminha na direção de um conversível.

Começo a entrar em desespero quando o homem amarra as minhas mãos e venda os meus olhos com alguma coisa. Ele me joga provavelmente no banco de trás do carro e logo em seguida ele está em movimento, me levando sabe Deus pra onde. Uma hora eu estava morrendo de fome e agora eu estou correndo risco de morte. Todas as vezes em que eu desejei ter ido com os meus pais voltam na minha cabeça e nesse momento eu só consigo pensar o que eu não devia pensar esse tipo de coisa, pois parece que o meu desejo está prestes a se tornar realidade.

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Nas mãos de um mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora