Os dias se passaram rápido, quando eu menos percebi haviam se passado dois meses, dois meses que eu e o Salvatore estamos casados. Cada dia tem se tornado melhor que o outro, ele vem de mostrando cada vez mais atencioso e preocupado com o meu bem estar. Ultimamente eu não ando me sentindo bem, a algum tempo eu ando sentindo muito enjôo, diariamente, raramente consigo comer algo e quando consigo é muito pouco, ou acabo vomitando. O Salvatore já percebeu, claro, mas eu me faço de desentendida e finjo estar bem, eu sei que ele vai me levar para o hospital quando souber que eu estou passando mal, o que eu não quero porque eu tenho medo de quando descobrir cem porcento o motivo de eu estar assim. Nunca me imaginei nessa situação, nunca achei que poderia chegar a estar assim algum dia pois parecia um sonho impossível eu estar grávida.
Não gosto de pensar nisso, porque ao mesmo tempo em que me anima me apavora. A possibilidade de estar carregando uma vida me assusta, não só pela responsabilidade mas as dores que eu terei no futuro, como a do parto, meu sonho sempre foi ser mãe mas eu tenho um medo terrível da hora do parto, sei que muitas mulheres já passaram mais de dez horas em trabalho de parto e isso me apavora.
Ninguém sabe ainda, eu não contei pra ninguém e isso está me matando por dentro. Eu preciso desabafar com alguém. Guardar isso pra mim mesma está me deixando louca, eu preciso compartilhar isso com alguém e acho que sei com quem. Nos últimos tempos eu venho ficando muito amiga da Anna, irmã do Salvatore, vou chamar ela e conversar com ela e a Ella sobre isso, eu sei que elas vão guardar segredo e saber o que me aconselhar. Pego o celular que eu ganhei do Salvatore e faço uma ligação em grupo com as duas.
- Oi Mel. - as duas falam juntas assim que atendem.
- Oi. Como vocês estão? - pergunto.
- Eu estou bem, mas pensando no motivo de você ter ligado para nós duas ao mesmo tempo. - Anna fala de forma questionadora. Respiro fundo rimandi coragem e olho para o rosto das duas na tela do celular, agora elas estão me olhando preocupadas.
- Fala logo o que houve Mel, você tá começando a me assustar. - Ella pede agoniada e eu respiro fundo antes de tomar coragem e começar a falar.
- Eu acho que estou grávida. - solto de uma vez e fecho os olhos. Durante alguns segundos não se ouve nada a não ser o silêncio. Abro um olho receosa e vejo as duas me olhando de boca aberta. - Digam alguma coisa. - peço angustiada. A Anna é a primeira a falar.
- Você acha ou tem certeza? Fez um teste? - suspiro e olho para baixo, ainda não tive a oportunidade. Não posso marcar uma consulta com uma ginecologista sem o Salvatore ficar sabendo, mas posso pedir para uma delas comprar alguns testes para eu ter certeza.
- Eu queria pedir ajuda para vocês. Eu não posso marcar uma consulta com a ginecologista sem o Salvatore saber, então queria saber se vocês podem comprar alguns testes de gravidez pra mim.
- Podemos sim, claro. Eu posso comprar e passar aí durante a tarde. O Salvatore sai para trabalhar à uma da tarde certo? - Anna pergunta.
- Sim. - respondo.
- Então pronto, assim que ele sair de casa eu vou aí. - Anna fala e eu suspiro aliviada.
- Eu acho que consigo terminar as compras da casa até essa hora, tem muita coisa pra fazer. - Ella fala pensativa.
- Tem certeza? Eu não quero te incomodar Ella, se você tem muita coisa pode passar aqui depois para conversarmos. - falo preocupada. Ela para de caminhar e olha seria para mim.
- Você acha que eu vou deixar você preocupada com um assunto tão sério e não fazer nada? - ela pergunta me olhando indignada e tudo o que eu posso fazer é soltar uma risada. - Assunto resolvido. Assim que eu terminar as compras vou direto conversar com você. - ela diz colocando ponto final no assunto e eu tento conter outra risada.
- Você sabe que vai precisar guardar as compras primeiro né? - pergunto sorrindo divertida e ela me olha com uma sobrancelha erguida e um olhar sério. Não me aguento e caio na risada.
- Você me entendeu não se faz de sonsa. - Ella reclama e continua a sua caminhada. Dessa vez eu e a Anna rimos.
- Em alguns minutos estaremos aí. Vou encontrar a Ella no mercado e vamos juntas. - Anna fala e eu concordo antes de desligar a chamada.
Respiro fundo me sentindo um pouco mais aliviada após conversar com as minhas duas amigas. Eu precisava mesmo falar com alguém e eu sabia que poderia contar com elas. Agora eu só preciso ter certeza absoluta. Todas as vezes que eu e o Salvatore fizemos amor foram sem proteção, eu nunca tomei contraceptivos e ele nunca usou camisinha, então evidentemente isso iria acontecer uma hora ou outra. O sonho que me era impossível vai finalmente se realizar. Eu poderia dizer que estou feliz mas seria muito pouco, eu estou uma mistura de emoções e provavelmente isso também tem um pouco a ver com os hormônios enlouquecidos que eu já tinha percebido a pouco tempo, eu sei que estou grávida e só quero ter cem por cento de certeza antes de falar para o Salvatore, até porque não né uma coisa simples.
Eu tenho medo a pesar de tudo, não acho que o Salvatore vá destratar a criança, ao contrário, mas meu medo é, essa criança tem um futuro em suas mãos, mesmo antes de nascer ou de seu pai e as outras pessoas saberem disso. O Salvatore é o Don da maior máfia da Itália e é isso que aguarda está criança, o trono de seu pai e isso me assusta muito, eu nunca quis isso para um filho meu e nunca desejei estar com um mafioso e muito menos gostar dele, mas acontece que eu não tenho escolha, agora eu estou casada com um mafioso e esperando um filho dele, só me resta torcer pra que nada dê errado.
Eu estou nesse meio tempo suficiente para entender de algumas coisas e me tornar uma mulher mais forte, eu sei que algumas pessoas dentro da máfia não ficaram felizes com o nosso casamento, principalmente o pai do Salvatore, esse sim eu sei que vai dar trabalho e eu sinto que ele está armando alguma coisa, eu vejo isso em seus olhos todas as vezes que eu vejo ele e seu que o Salvatore está atento a qualquer movimento, resta apenas esperar para saber o que se passa na cabeça dele e torcer para realmente estarmos preparados. Eu não sou mais a mulher assustada e desprotegida que morava nas ruas, eu sou uma mulher forte, esposa do Don e mãe, não vou deixar ninguém passar por cima de nós e muito menos machucar meu filho. Se acham que podem estão muito enganados.
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Nas mãos de um mafioso
RomanceSabe aquele momento em que você está no fundo do poço e acha que a sua situação não pode piorar? Pois bem, me deixe dizer que na verdade você pode cavar para ir ainda mais fundo. Eu já estava morrendo de fome, largada na rua sem ninguém para me ajud...