O jantar se seguiu em silêncio após aquela pequena discussão. Ele estava irredutível em relação ao casamento e não tem nada que eu possa fazer que o faça mudar de ideia. Após o jantar ele me levou até o meu quarto, graças a Deus não tentou me beijar ou algo do tipo. Uns segundos depois que eu fechei a porta eu a abri de novo, só o suficiente para passar a minha cabeça para ver para onde ele iria. Aparentemente ele não dorme perto de onde eu durmo, caminhou na direção das escadas para a ala leste da casa. Suspiro aliviada e fecho a porta do quarto lentamente.
Após ter tomado banho e trocado de roupa. Me deitei lentamente na cama já com a luz desligada e olhei para o teto, minha cabeça repleta de pensamentos ficava rondando desde o momento em que eu conheci ele até agora. Eu nunca havia conhecido um homem com tanta beleza quanto a dele, porém é como se diz: quem vê cara não vê coração. Por trás daquele rosto lindo e daquele corpo esculpido, tem um homem frio, grosso, arrogante e sem dúvida cruel. Bom, ele não se tornou Dom da máfia por ser um amor de pessoa. Acho que eu nunca havia sido mimada assim durante a minha vida toda, nem quando meus pais eram vivos. Não digo que eles não eram pais carinhosos, eles eram, mas tínhamos uma vida simples mas cheia de conforto e amor.
Suspiro e me aconchego na cama, afastando os milhares de pensamentos que ameaçam povoar a minha mente. Fecho os olhos e sinto o sono me levar aos poucos.
Me levantei decidida a vestir a roupa mais simples que eu comprei, que foi um conjunto da Chanel preto curto. Eu estou presa aqui, não tenho para onde ir e o que fazer, não vou andar por aí de salto só pra ficar bonita para as paredes. Penteio meus cabelos e deixo solto, não passo maquiagem. Escovo meus dentes e saio do quarto. Eu sei que vou tomar café, mas bafo matinal ninguém merece. Sai do meu quarto e desci as escadas sem pressa, eu sei que ele já está na sala de jantar e quero adiar o nosso encontro o máximo possível. Giro o anel enquanto desço as escadas e faço o meu caminho para a sala de jantar, repassando o que aconteceu na noite passada. Ele não quer que eu o chame de Senhor D'Angelo, o que sinceramente me incomoda, não quero ser íntima dele mas quero menos ainda um confronto com ele, mafioso não é o tipo de pessoa com quem se brinca.
Paro em frente a porta da sala de jantar, respiro fundo e abro a porta. A primeira coisa que eu vejo é uma mesa posta, para provavelmente um batalhão, tem comida de mais para apenas duas pessoas. Vejo o Senhor D'Angelo sentado na ponta esquerda da mesa, assim que ele percebe a minha presença ele se levanta e para na cadeira ao lado, onde está posto o meu lugar. Ele puxa a cadeira para eu me sentar, caminho até ali sem dizer uma palavra, me sento na cadeira e ele emburra levemente para mim.
- Bom dia meu amor. - ele me cumprimenta quando se senta em sua cadeira.
- Bom dia Sen.. Salvatore. - cumprimento também. Ele me olha por uns três segundos antes de voltar para o seu tablet que só agora eu notei que estava na mesa.
- Hoje a tarde vira a cerimonialista para começar os preparativos do casamento, quero tudo pronto o mais rápido possível, quero me casar o quanto antes. - ele fala sem olhar pra mim. Respiro fundo tentando conter o impulso de dizer que eu não quero me casar, está mais que óbvio que eu dizer isso é apenas perda de tempo, mas eu preciso saber de uma coisa, a resposta que ele me deu não me explica nada.
- Por que eu? Por que quer se casar comigo? A resposta que me deu não diz nada. - pergunto e ele olha pra mim, seu olhar ou expressão não me dizendo nada.
- Você é minha desde o momento em que eu te vi, eu desejei você não por sua aparência, mas pelo que vi em seus olhos quando te vi pela primeira vez. Aquela inocência, pureza e vulnerabilidade eu quero para mim, eu quero você e eu a terei. - ele responde. A frieza dele é muito evidente, me pergunto se esse homem sente algo além de frieza.
- Eu não sou um objeto Salvatore, você não pode me tomar como se eu não tivesse vontades. - respondo e dessa vez vejo algo em sua expressão além de frieza, deboche.
- Oh minha querida, eu posso e vou tomar você e as suas vontades me pertencem, você me pertence. Você não tem nada nesse mundo além de mim. Eu sou seu mundo. Você é minha e vai ser assim pelo resto de nossas vidas. - ele responde com um sorriso debochado nos lábios.
Deus! Esse homem é louco!
- Você é louco. - sussurro horrorizada e ele me responde com um sorriso diabólico que né causa arrepios.
- Eu nunca disse que não era. - e assim o assunto morre, passo o resto da refeição olhando para além das janelas e ele para o seu tablet. Minutos depois ele se levanta e fica em pé ao lado da minha cadeira, olho para ele e ele se abaixa para ficar no mesmo nível que eu. - A cerimonialista vai chegar às três horas para começar os preparativos. Vou chegar hoje até a hora do jantar. - ele se aproxima e segura o meu queixo me mantendo no lugar e pressiona os seus lábios nos meus num selinho e se afasta. - Um bom dia para você meu amor, quero saber de tudo de noite. - ele sorri e se afasta.
Como é possível esse homem mudar da água pro vinho em questão de seguros? Eu nunca vi uma pessoa com um humor tão volátil em toda a minha vida e eu morei em um orfanato por anos antes de parar na rua. Suspiro e me encosto na cadeira colocando as mãos no rosto. Minha única opção agora é dançar conforme a música, para não sofrer as consequências.
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Nas mãos de um mafioso
RomanceSabe aquele momento em que você está no fundo do poço e acha que a sua situação não pode piorar? Pois bem, me deixe dizer que na verdade você pode cavar para ir ainda mais fundo. Eu já estava morrendo de fome, largada na rua sem ninguém para me ajud...