🌻Capítulo Bônus🌻

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Salvatore - 6 anos

Olho em volta com medo. Se o papai me ver brincando aqui no quarto com a Anna ele vai me bater de novo. Eu sempre tenho que proteger a Anna, ela é minha irmãzinha e meu dever é proteger ela.

Entro no quarto e a Anna está me esperando com seu kit de chá cor de rosa.

- Vai blincar comigu Sal? - Anna pergunta desajeitada enquanto serve uma das xícaras com chá imaginário.

- Sim. - respondi sorrindo e pego a xícara que ela serviu pra mim.

Brincamos durante alguns minutos, nem sei quanto tempo. Ficar com Anna torna meu dia mais feliz, quando não estou com ela tenho que estudar ou aprender coisas pra entrar na máfia. Papai diz que quando eu ficar mais velho entrarei no lugar dele então eu tenho que ser pior que ele. Eu não quero ser assim, ele bate na mamãe e em mim, só não bate na Anna porque eu não deixo. Ano passado ele quebrou meu braço quando eu o chamei pelo nome, ainda tenho dores onde o osso quebrou.

Sons de grito me assustam. Deixo a xícara cair no chão. Anna me olha com os olhos arregalados e com lágrimas. Ela se encolhe em posição fetal e me olha com medo.

- Se esconda debaixo da cama. - falo puxando ela pela mão até estar segura. Arrasto a sua coberta até a beirada para que fique escondida.

Saio do quarto da Anna e caminho até onde os gritos vem. A cada passo que eu fico mais perto da porta do quarto dos meus pais.

- Não! Por favor Giovanni não! - ouço minha mãe gritar. Depois de alguns segundos um barulho de tapa soa alto.

Abro a porta de vagar e vejo a minha mãe parcialmente vestida e cheia de hematomas. Meu pai está em cima dela segurando mamãe pelo pescoço. Seu rosto está ficando vermelho.

- Solte a mamãe! - peço e ele se vira para me olhar. Ele me olha debochando da minha preocupação.

Papai larga a mamãe no chão com força e ela bate a cabeça no chão. Tento ir até ela pra ajudar mas papai me pega pelos cabelos me levantando alguns centímetros do chão.

- Você devia se comportar como um homem! Em vez disso parece uma putinha medrosa! - ele grita na minha cara e eu começo a chorar de dor. Ele me puxa mais alto me fazendo chorar mais alto. - Putinha chorona. Tá mais que na hora de você virar homem. - ele cospe na minha cara e me arrasta escada a baixo.

Me debato desesperado sentindo medo. Eu não queria que esse dia chegasse, eu não quero ser mal eu quero ser bom, a mamãe quer que eu seja bom.

- Me larga! - grito tentando chutar e arranhar ele, mas tudo o que eu consigo é que o aperto nos meus cabelos fique mais forte.

- Não Giovanni! Deixe o Salvatore em paz ele é só uma criança! - minha mãe pede chorando no topo da escada. Ela cambaleia na nossa direção para impedir qualquer coisa qje esteja na mente do meu pai.

- Está mais que na hora desse pivete aprender a ser homem. - ele fala me olhando sadicamente.

- Não Giovanni, você não pode fazer isso com ele! É só uma criança! - mamãe pede chorando se agarrando aos seus pés. Papai a chuta no rosto e eu grito desesperado ao ver sangue jorrar do nariz e boca da minha mãe.

- Mamãe! - grito tentando me soltar. Ele me olha com raiva e logo em seguida sinto seu punho acertar meu olho esquerdo. Choro de dor e coloco a mão do olho.

- To cansado de você sua bichinha, agora vou te ensinar a ser homem de verdade. - ele fala com nojo e me arrasta pra fora de casa.

Mamãe tenta nos alcançar mas não consegue. Ele não me coloca no banco de trás. Ele me arrasta até o porta malas, me joga dentro com força e fecha a porta. Choro apavorado segurando o meu olho machucado. Penso em mamãe e Anna. Elas precisam de mim, eu não posso deixar as duas sozinhas com esse monstro, mamãe iria sofrer sempre e Anna iria apanhar.

Depois de alguns minutos o carro para em algum lugar e abrem a porta do porta malas. Ele pega meus cabelos novamente e me tira a força do porta malas. Choro de dor e agarro seus dedos tentando me soltar. Um dos seus soldados abre a porta para passarmos e eu olho apavorado a cena na minha frente. Um homem e uma mulher estão amarrados em cadeiras. Os dois estão sem roupas e eu vejo apenas sangue onde deveria estar sua parte íntima. Isso me faz engolir em seco de terror.

- Aqui vai sua primeira lição. - ele fala me jogando no chão e tirando uma arma da cintura. - Quando matar um traidor não tenha piedade. Você é um D'Angelo porra! Sem essas merdas que a tua mãe te ensina. Vire homem porra e meta uma bala no crânio desse filho da puta. - ele me obriga a pegar a arma e a apontar para a cabeça do homem. Olho para o homem assustado sentindo minha mão tremer segurando a arma. Acho que demorei de mais porque ele se irrita e me pega pelos cabelos de novo. - Ou você estoura a merda da cabeça desse filho da puta ou eu volto pra casa e faço isso com a sua mãe. - ele rosna no meu ouvido e eu choro com mais força. Aponto a arma novamente para o homem e choro com desespero.

- Eu sinto muito. - falo antes de apertar o gatilho. A bala acerta o homem e por algum milagre eu acertei a cabeça. Começo a chorar desesperado sentindo um aperto no peito.

Eu assassinei alguém.

Eu tirei uma vidas.

Meu pai me puxa de pé de novo e me faz olhar para a mulher que agora está deitada no chão com dois seguranças em cima dela. Os dois estão tirando as roupas me deixando confuso.

- Agora você vai entender para o que serve essa coisa que tem entre as pernas. - meu pai fala sadicamente enquanto os homens começam a torturar a mulher.

Fecho os olhos desesperado tentando fugir enquanto ouço os gritos de agonia dela.

Eu só quero a minha mãe.

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Bjuuus 😘

Nas mãos de um mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora