Demorou três semanas para que os médicos me liberassem do hospital, mas acho que eles me liberaram por não aguentar mais o Salvatore xingando todo mundo. Ele estava furioso que não podia me levar para casa.
Admito que eu não queria continuar mais muito tempo aqui, estou me sentindo melhor a pesar de não mexer ainda meu braço esquerdo e minhas mãos. Tudo o que eu mais quero é acariciar novamente os cabelos escuros de Salvatore, sentir sua barba rala deibaixo das minhas mãos. Seus músculos. Eu fico quente só de pensar nesse homem. Ele saiu agora, foi arrumar os papéis da alta. Eu ainda estou no quarto, não posso pegar as bagagens então apenas fiquei de guarda, o que também não adianta muita coisa, já que eu não iria conseguir bater em alguém com o braço e mãos engessados. Depois de um tempo a porta do quarto é aberta, chamando a minha atenção. Salvatore passa por ela com papel em mãos.
- Já podemos ir Bella. - ele fala caminhando até às malas no chão. - O carro já está lá fora e logo logo você estará em casa. - ele sorri feliz e bem na minha direção. Salvatore acaricia o meu rosto e eu viro a minha mão contra a sua palma.
Alguém entra no quarto interrompendo o nosso momento e eu o reconheço sendo Antônio, sub-chefe do Salvatore. Ele acena para mim assim que passa pela porta.
- Bom vê-la recuperada Senhora D'Angelo. - ele fala olhando sério para mim mas eu sei que ele está falando a verdade. Antônio não demonstra sentimentos, me pergunto se ele os sente.
- Obrigada Antônio. - sorrio agradecida e ele me dá um breve sorriso antes de ir em direção às malas, mas Salvatore o para antes que consiga pegá-las.
- Eu preciso falar com você meu amigo. - Salvatore diz. Ele solta um suspiro antes de começar. - Eu sei que fui um idiota com você e eu sinto muito, eu estava cansado, irritado e acabei descontando em você. - ele fala olhando seriamente para o Antônio. - Você não é só o meu sub-chefe é meu melhor amigo de infância. - olho admirada para ele. Não sabia que eles tinham discutido.
Antônio olha para baixo por alguns segundos antes de soltar um suspiro e voltar a olhar para o Salvatore.
- Eu sei que você estava estressado e com medo de perder a sua mulher e seja filho. Eu entendo meu amigo. - ele fala e o Salvatore sorri batendo no ombro dele de um jeito amigável.
- Podemos ir agora. - ele declara e o Antônio sorri antes de pagar algumas das malas e sair pela porta novamente.
Salvatore pega o restante com uma mão só e com a outra me segura perto do seu corpo para me manter estável. Caminhamos lado a lado pelos corredores do hospital.
Eu fico curiosa em saber o que aconteceu com o Giovanni e a Alessandra. Eu sei que o homem que me ajudou já está morto a muito tempo, o Salvatore não iria o manter vivo por tanto tempo, pela primeira vez na vida eu não fico triste por saber que alguém foi machucado por minha causa. Eu sei que é errado resolver as coisas na base da violência, mas tem vezes que é o único jeito. Giovani ajudou no plano para me matar, ele atentou contra a minha vida e eu sei que o Salvatore jamais iria deixar isso passar.
Caminhamos até a porta do hospital onde quatro Jeeps pretos nos esperavam. Olho em volta vendo as caras de assustadas das pessoas e de curiosidade de outras. É um exagero, eu sei, mas depois da última vez eu entendo a paranóia do Salvatore. Ele ajuda a colocar as malas no porta-malas do carro a nossa frente e abre a porta do passageiro pra mim. Assim que me sento a porta é fechada e Salvatore da a volta no carro tomando o lugar ao meu lado. O carro entra em movimento e eu olho para a janela.
Não sei se eu pergunto para o Salvatore onde estão o pai dele e a Alessandra. O que ele fez com eles. Eu não sei se ele saiu de perto de mim enquanto estava inconsciente. Não sei se ele torturou ou se matou os dois e eu preciso saber, sinceramente eu adoraria encher de porrada o pai dele e a Alessandra. Eu nunca fui vingativa ou violenta, mas nesse caso eu abro uma excessão, para os dois. Ele me surrou e me humilhou de várias formas, a Alessandra queria me matar e tomar meu lugar ao lado do meu marido, queria me matar por um simples capricho de uma menina mimada e, sinceramente, eu sinto uma vontade imensa de bater nela até que aquele nariz empinado abaixasse, mas em quem eu realmente quero bater é no pai do Salvatore.
Respiro fundo e tiro o meu olhar da janela para olhar o Salvatore, ele estava me olhando esse tempo todo com uma expressão preocupada.
- O que estava pensando Bella? - ele pergunta preocupado.
- Onde estão seu pai e a Alessandra? - pergunto tomando coragem. Salvatore deixa de olhar para mim e olha para a vista de fora.
- Eles estão na sala de tortura, os deixei lá até que você se recuperasse, então eu iria voltar e dar a eles o que eles merecem. - ele me responde ainda com os olhos na janela do carro.
- Vamos pra casa? - pergunto. Não quero falar sobre eles a pesar da minha vontade de socar os dois. Agora nem consigo levantar a mão sozinha.
Olho para as ruas me sentindo tranquila, agora que não há nenhuma ameaça a mim ou a minha família. Agora eu e o Salvatore podemos finalmente vivem em paz.
Olho novamente para o Salvatore, decidindo que eu preciso ver os dois, eu preciso encarar os dois de frente.
- Salvatore. - chamo ele que tinha a atenção na janela.
- Sim minha Bella. - ele responde e eu tomo coragem antes de falar, não sei se ele vai reagir bem ao meu pedido.
- Eu quero ver seu pai e a Alessandra. - falo apressadamente. Ao contrário do que eu esperava, que era uma carranca preocupada e um sonoro "não". Salvatore se vira um pouco no banco na minha direção e coloca a mão na minha coxa.
- Tem certeza disso? Eu sei que as coisas que você passou com eles foi pesadas, caso contrario não estaria nesse estado. - ele rosna as últimas palavras e respira fundo antes de continuar. - Eu não vou mentir, eu não quero que você os veja, não quero que você fique triste ou ansiosa pelo que aqueles malditos filhos da puta fizeram, mas se você realmente quiser vê-los eu irei permitir. Mas eu vou junto. - declara. Sorrio para ele e confirmo com a cabeça levemente.
- Sim, eu só quero encará-los de frente. Eles são doentes e eu me sinto mal por desejar mal a eles, mas eles não exitaram em me fazer mal. - solto uma risada e olho para o lado. - Deus! A minha vontade é de encher o seu pai e a Alessandra de socos mas eu nem consigo levantar uma colher. - olho novamente para o Salvatore e ele sorri tristemente para mim. - A questão é, eu preciso disso, preciso saber que estamos seguros, que o nosso filho está seguro e que nada mais ameaça a nossa segurança. - concluo. Salvatore confirma com a cabeça.
- Amanhã pela tarde iremos onde eles estão sendo mantidos e você poderá vê-los. Mas essa será a última vez que você irá colocar os olhos neles. - ele me olha seriamente ao dizer isso e eu apenas concordo.
Não quero vê-los novamente de qualquer maneira, quero apenas me curar, esquecer que isso um dia aconteceu e seguir a minha vida. Ter meu filho. É tudo o que eu quero de agora em diante, paz.
Não se esqueçam de votar ⭐ e comentar 💭
Bjuuuuus 😘
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nas mãos de um mafioso
RomanceSabe aquele momento em que você está no fundo do poço e acha que a sua situação não pode piorar? Pois bem, me deixe dizer que na verdade você pode cavar para ir ainda mais fundo. Eu já estava morrendo de fome, largada na rua sem ninguém para me ajud...