🌻Capítulo 13🌻

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Solto uma risada ao ver a expressão de Martha ao receber uma cantada de um cliente incoveniente. Ela se vira e me lança um olhar irritado, eu coloco a mão sobre a boca pra tapar o meu sorriso e olho para ela com as sobrancelhas arqueadas.

- Me desculpe senhor, mas nós não nós envolvemos com clientes. - ela explica de forma educada mas eu sei que ela está doida para xingar ele. Esse é o cliente mais incoveniente que temos aqui, adora falar gracinha e tentar algo a mais, uma vez ele tentou me agarrar pela cintura, mas eu consegui desviar dele. Hoje em dia eu fico a um metro da mesa dele quando vou anotar o pedido dele, hoje quem se voluntariou foi a Martha, ela também está a um metro da mesa dele, mas isso não o impede de dar cantadas baratas na esperança de conseguir algo com mulheres jovens, o que só aconteceria se ele fosse rico, o que não é o caso, e ainda assim depende muito da mulher.

Balanço a cabeça negativamente ainda com um sorriso nos lábios e foco em passar mais café preto. São quase meio dia agora e está começando a chegar pessoas pedindo almoço. O cozinheiro não veio hoje então eu e a Martha estamos revezando na cozinha. Durante esse tempo aqui com ela eu descobri um talento e paixão, cozinhar. Eu simplesmente me apaixonei por cozinhar, tanto comidas normais como doces e comidas mais encrementadas. Eu sou muito boa nisso e amo o que eu faço, nunca havia pensado no que eu seria quando crescesse, depois que os meus pais morreram eu apenas sonhava com uma família, que eu seria adotada e teria uma família feliz e carinhosa, quando eu estava nas ruas sonhava em ter uma casa onde eu poderia relaxar e ficar calma, onde nenhum problema poderia me alcançar e eu seria feliz, eu consegui em parte, eu tinha um teto e duas amigas, mas como eu disse antes, aquela casa era uma gaiola de ouro. Agora eu posso construir a minha casa e a minha vida, posso pagar as minhas contas e tenho um lugar onde morar, uma casa que não possui luxos, mas que é aconchegante e eu me sinto segura, tudo o que eu queria.

Eu sinto falta da Giulia e a Ella, elas eram o mais próximo que eu tive de mãe e irmã. Eu nunca tive irmãos, meus pais morreram antes que eu pudesse ter, nunca me apeguei as outras crianças do orfanato e nem ao menos me permiti ter amigas, mas com Giulia e Ella eu me permiti e não me arrependo, mas queria ter elas aqui comigo, elas foram muito legais comigo e eu gostaria de vê-las novamente, mas claro sem ser uma prisioneira e ser obrigada a se casar. Admito que uma parte de mim, uma bem lá no fundo gostava de estar com o Salvatore, algo no olhar dele me fazia sentir a pessoa mais linda do mundo, como se eu fosse, aos olhos dele, a mulher mais linda que já pisou na face da terra, o que é loucura, é óbvio que ele já esteve com mulheres muito mais bonitas e experientes que eu, levando em conta que eu sou virgem e nem ao menos tive chance de ver um filme porno durante a minha adolescência, só soube como o meu corpo funcionava por causa das aulas de educação sexual na escola.

- Ninguém merece esse tipo de homem. - Martha resmunga me tirando dos meus devaneios.

- Ele não desiste fácil não é? - pergunto sorrindo enquanto coloco mais água no café.

- Não. O tipo de ser humano que precisa tomar vergonha na cara e perceber que não vai conseguir nada com a mulher. - ela revira os olhos e coloca a louça suja que estava na sua bandeja dentro da pia. Ela vai até o fogão e começa a preparar o pedido do homem. - O único ponto vim é que ele só aparece por aqui uma vez ao dia. - solto uma risada com o seu comentário.

- Concordo plenamente. Eu não sei o que é pior, os adolescentes que chegam aqui falando besteira ou esses homens sem noção que vomitam cantada de cinco em cinco minutos. - ela finge pensar e então solta um suspiro dramático.

- Os dois estão empatados em primeiro lugar. - responde por fim e nós duas rimos.

Um barulho de carros estacionando na frente do restaurante nos interrompe e nós duas olhamos para a porta de entrada. Gelo quando vejo que os carros que estão estacionando são três Range Rover e um Aston Martin One prata. Seguro Martha pelo braço e a trago para mais perto, meus pés parecem estar plantados no chão, não consigo me mover por mais que a minha vontade seja de dar as costas e correr sem rumo como se não houvesse amanhã.

- Que estranho, não passam carros assim nessa parte da cidade. - ela fala confusa e eu aperto deu braço com mais força. - O que houve Mel? - ela pergunta preocupada comigo.

- Ele me achou. - falo com a voz fraca e isso a deixa ainda mais assustada.

- Quem menina? Quem te achou? - pergunta. Sinto meu coração bater mais acelerado com o nervosismo. As portas das Range Rovers abrem e delos carros saem vários homens de terno, quando a porta do Aston Martin se abre eu sei quem vai sair, Salvatore D'Angelo.

- Salvatore, meu ex-noivo. - respondo mim sussurro quando vejo finalmente o seu rosto depois de meses. Ele parece o mesmo, só que com uma feição abatida, como se estivesse ficado sem dormir por dias.

Três soldados entram antes dele e varrem o local atrás de um possível perigo, quando vêem que não há nada eles param perto da porta e o seu chefe entra, imponente e duro como sempre. Seus olhos caem sobre mim e um sorriso aliviado surge em seu rosto, enquanto em mim eu sinto um gelo descer pela minha espinha e a vontade de correr se torna quase incontrolável.

- Meu amor, que bom que eu finalmente te encontrei. - ele fala em italiano e chega perto de mim pegando o meu rosto com as duas mãos. Não parece se importar por ter empurrado a Martha para o lado. - Você nunca mais vai sair do meu lado e nós vamos nos casar o mais rápido possível. - declara e junta nossos lábios, me dando um rápido celinho.

- Com licença senhor, posso te ajudar em alguma coisa? - Martha pergunta me puxando para trás e me tirando dos braços de Salvatore, fiquei com medo pelo olhar que ele deu a ela.

- Eu tenho tudo o que eu preciso agora. - ele responde simplesmente e de volta para mim. - Vá até onde você está e busque suas coisas, um dos soldados vai com você para garantir que nada aconteça. - eu sei que esse "para garantir que nada aconteça" quer dizer que ele quer ter certeza de que eu não fugirei novamente.

- Você não pode levá-la contra a vontade dela! - Martha se coloca entre nós e os soldados puxam suas armas apontando-as para ela.

- Não interfira, isso é entre mim e a minha mulher. - ele rosna no rosto dela e a empurra para o lado. - Vá logo Melissa. - ele ordena e o soldado me indica a porta dos fundos. Sem opções eu sigo para a casinha onde eu estava morando para arrumar as minhas malas. Olho para trás e vejo Martha me olhar com um olhas preocupado, agora mais do que nunca eu desejava ter dito tudo a ela.

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Bjuuuuus 😘

Nas mãos de um mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora