🌻 Capítulo 9🌻

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Se ansiedade matasse eu com certeza estaria morta. O soldado quer me contar seus planos para me tirar daqui hoje, ele anda apressado e nervoso, espero que eu consiga sair logo daqui, quero ir o mais longe possível. Eu achava que teria que esperar até depois do casamento, mas graças a Deus eu vou poder fugir antes.

Algumas pessoas podem achar o que eu estou fazendo idiota e sem sentido, a final eu morava na rua, passava fome e nem podia escovar os dentes direito, mas eu prefiro isso a ter que ser a escrava sexual desse homem. Eu não vou deixar ele fazer o que quiser comigo, não vou deixar ele me usar e nem abusar de mim, eu sei que ele não fez nada além de me beijar até agora, mas quando eu me casasse com elle eu não teria escolha, eu seria sua esposa e sei que ele daria algum jeito de me forçar, ele é mafioso, mafiosos não são confiáveis.

Batidas na porta da biblioteca mentiram dos meus devaneios, tiro os olhos do livro que eu nem ao menos lembro o nome e olho para a porta.

- Entre. - falo alto o suficiente para a pessoa que está lá fora ouvir. Depois do jantar eu não quis ficar no meu quarto, então vesti um robbie, escolhi um livro qualquer e me sentei na poltrona mais próxima da janela.

A porta de abre e eu vejo o soldado entrar, ele está tão nervoso quanto da última vez que eu o vi. Ele fecha a porta atrás dele e se aproxima de mim.

- Você foge agora, suas coisas já foram colocadas no carro e você precisa se trocar de roupa. Deixei sua bolsa com tudo que vai precisar para se manter sozinha e documentos falsos. - ele fala apressadamente e tira o livro das minhas mãos. - Rápido, temos apenas vinte minutos. - ele declara e sai da biblioteca. Pulo da poltrona e corro até o meu quarto. Graças a Deus eu não encontrei ninguém no meio do caminho.

Assim que cheguei no meu quarto me troquei em tempo recorde, vesti uma legging preta e um cropped verde escuro. Pego a minha bolsa e saio do quarto enquanto amarro os meus cabelos em um rabo de cavalo. Quando cheguei no térreo vi o soldado perto das escadas, sem uma palavra ele me pegou pelo braço e me puxou em direção a cozinha, onde eu sabia que tinha uma porta de acesso para a garagem. Quando passamos pela cozinha eu vi no relógio que são duas da manhã, não tinha imaginado que tinha ficado tanto tempo sozinha na biblioteca.

Ele me joga dentro de um carro e toma o lugar do motorista. Olho em volta preocupada que alguém nos veja, mas tudo parece vazio. Quando chegamos na guarita da entrada também não tem nenhum guarda, deve ser troca de turno. Ele abre o portão apertando um botão no painel do carro e nós saímos, sem problemas. Achei que seria mais difícil sair daqui, mas foi muito simples. Depois de um tempo andando pelas ruas ele estacionou em frente ao aeroporto. Descemos do carro e ele me entregou um gorro.

- Prenda seus cabelos e coloque o gorro. - ele ordena e eu apenas cumpro o que ele diz. Se isso me fizer passar despercebida eu colocaria até uma peruca de palhaço. - Aqui, coloque esses óculos também. - eu coloco e nós seguimos até a entrada do aeroporto.

O aeroporto não está com um grande movimento aqui dentro, algumas pessoas andam de um lado para o outro e outras estão apenas dentadas esperando o seu vôo. Nós fizemos check-in rápido e então despachamos as minhas malas, ele arrumou três malar pra mim, não faço ideia do que colocou dentro mas estão um pouco pesadas.

- Você vai pegar um voo para a Austrália e depois vai pegar um ônibus para Geelong, Vitória. Eu comprei várias outras passagens para lugares diferentes em seu nome para despistar. - ele explica e eu só concordo. Ele estende a mão segurando os documentos que eu vou usar a partir de agora e as passagens. Vejo no painel que meu avião está prestes a sair. - Vamos. - ele me pega pelo braço e me guia até o portão de embarque.

Sinto meu coração bater como um louco em meu peito, espero que a partir de agora eu possa viver escondida e tranquila. Eu sei que só estou podendo fazer isso usando coisas que ele me deu e dinheiro dele, mas não vou usar por muito tempo, assim que me ver sozinha eu vou procurar um emprego e vou achar algum lugar para morar e vender ou doar tudo o que eu trouxe que tenha vindo dele, quero apenas as coisas que eu vou conquistar e espero que eu nunca mais veja ele.

Depois de um tempo eu estou sentada na poltrona do avião e sentindo a minha ansiedade aumentar a cada segundo. A partir de agora eu vou estar sozinha e por minha conta, de novo, só que dessa vez eu tenho meios de me manter, a primeira coisa que eu vou fazer quando eu chegar lá vai ser achar algum lugar seguro para deixar as minhas malas, em seguida eu vou procurar um emprego, quanto antes eu fizer isso melhor.

Suspiro aliviada enquanto o avião decola, me levando para longe do homem que, eu gostando ou não, havia me salvado das ruas. Eu estava presa em uma gaiola, era de ouro mas ainda sim uma gaiola.

Fecho os olhos e sinto a tranquilidade finalmente me tomar, não sei quando foi a última vez que estive tão bem paz. Espero que eu consiga me reerguer e ter uma vida discreta e sem problemas para onde eu vou. Eu só quero viver tranquila, sem mais problemas ou reviravoltas, apenas a boa e simples paz.

Franzo as sobrancelhas quando sinto um aperto no peito, como se eu não quisesse ficar longe do Salvatore. Balanço a cabeça para afastar esse pensamento ridículo, eu não sinto nada por ele e isso não quer dizer nada.

Respiro fundo e sinto meu corpo relaxar, segundos antes de eu cair no sono.

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Bjusss 😘

Nas mãos de um mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora