Sabe aquele momento em que você está no fundo do poço e acha que a sua situação não pode piorar? Pois bem, me deixe dizer que na verdade você pode cavar para ir ainda mais fundo. Eu já estava morrendo de fome, largada na rua sem ninguém para me ajud...
Quando a música termina eu sinto como de a bolha em que estávamos tivesse sido estourada. Por um minuto eu pensei que apenas nós dois estávamos aqui. Doce e gano. Quando abri meus olhos e olhei para os lados todos estavam nos encarando. Algumas mulheres nos davam olhares de inveja, outras tinham olhares hostis, mas tinha algumas que nos olhavam com admiração, como se estivessem querer do viver o nosso momento.
- Está na hora. - Salvatore fala e eu demoro alguns segundos para entender o que ele está querendo dizer. De repente toda a tranquilidade que eu estava sentindo se vai e eu me sinto ansiosa, muito ansiosa. - Ei, calma, lembra do que conversamos? - concordo com a cabeça. - Vamos.
O caminho até dentro do castelo foi feito sob os olhos de todas as pessoas. Eles sabiam o motivo de estarmos indo para dentro do castelo e isso me fez vermelha de vergonha. Eu nunca fiz nada parecido na vida e ter várias pessoas, sabendo que em poucos minutos eu deixaria de ser virgem deixou toda a situação humilhante, na verdade humilhante ainda é um elogio comparado ao que eu estou sentindo nesse momento. Subimos as escadas até o último andar e então seguimos para a porta dupla no fim do corredor. O que eu vejo me deixa sem fôlego, o quarto é todo da era vitoriana, as paredes e o chão são de pedra com detalhes em madeira. Desde pequena eu sempre gostei de história e isso me fez querer pesquisar muito sobre o castelo e a época em que ele foi construído. Olho para a janela e vejo a vista linda do jardim, o por-do-sol deixou a imagem ainda mais deslumbrante. As pessoas lá embaixo conversam entre si e isso me deixa nervosa, podem estar conversando sobre coisas normais ou falando do que estamos prestes a fazer aqui, tenho medo que seja a segunda opção. Eu nunca me preocupei com isso, enquanto eu estava no orfanato as meninas falavam sobre perder sua virgindade e agiam como se tivessem descoberto a cura para o câncer. Eu sempre fui a mais quieta e retraída, mas também sempre a mais selvagem, como elas gostavam de nomear. Eu nunca levei desaforo pra casa, eu ser a menor nunca foi uma desculpa para ser a mais fraca, na escola em que eu estudava tinha uma aula que eu praticava todas as tardes, aula de defesa pessoal, eu aprendi a usar o meu tamanho para combater um inimigo com o dobro da minha altura e peso. Eu sabia que não seria adotada, sabia que pararia nas ruas então eu aprendi o máximo para poder sobreviver, aprendi a me defender e onde conseguir água e abrigo, para não sair e acabar morta ou estuprada nas ruas, foi assim que me mantive todo aquele tempo sem roubar oi sofrer nada, até que resolvi roubar e agora estou aqui.
As coisas não são ruins com Salvatore, pelo contrário. Ele tem sido muito respeitoso comigo, paciente e generoso, eu sei que ele é mortal quando mexem com ele ou com alguma pessoa que ele goste, ele deixou isso muito claro. Nem quero pensar no que vai acontecer com o homem que me ajudou, ele não me fez mal nenhum, gostaria de poder fazer algo lada ajudá-lo mas não vou poder, Salvatore não me escuta e eu não sei se posso fazer algo. Nem ao menos sei onde Salvatore o colocou depois que o capturou, não consigo pensar em uma forma de concertar isso.
Duas mãos pousam em meus ombros me assustando. Olho para trás e o vejo, Salvatore está sorrindo para mim e começa a massagear meus ombros.
- Eu sei que está nervosa e também sei que está pensando de mais, você faz muito isso. Não quero que se preocupe com nada. - ele fala suavemente e me vira de frente para ele. Meu olhar nervoso fixa no seu tranquilo e eu me pergunto como ele consegue demonstrar tanta calma.
- Eu estou prestes a perder a virgindade, todos lá embaixo sabem disso e estão esperando você mostrar um lençol manchado com o meu sangue para eles. Não tem como não pensar ou como não ficar tensa num momento desses. - respondo ofegante. Ele solta um suspiro e se aproxima mais, sua mãe direita fazendo carinho na minha bochecha.
- Eu sei que isso é difícil e muito ultrapassada, eu pretendia acabar com essa lei, é humilhante com as nossas mulheres e bastaria apenas o marido saber que a mulher é dele e só dele. Eu sei que você está sendo minha e de mais ninguém e esse é um presente que eu nunca, jamais poderei demonstrar o quanto estou agradecido. Pode me chamar de louco ou obsessivo, mas no momento em que eu coloquei meus olhos em você sabia que estava destinada a ser minha, minha mulher, mãe dos meus filhos para todo o sempre. Eu não poderia desejar uma mulher mais forte e linda que você e vou passar o resto dos meus dias te adorando e amando, porque é isso que você merece. Você merece ser adotada por um homem que a ame e que faça de tudo por você. E eu serei esse homem. - declara com intensidade, seus olhos nunca deixando os meus. Sinto meus olhos ficarem marejados. Nunca pensei que um homem como o Salvatore fosse tão bom e paciente.
Eu realmente não sei o que falar, estou sem palavras diante do discurso dele e não tenho mais nada a fazer além de olhar para ele com os olhos marejados. Salvatore sorri e se aproxima de mim.
- Fique calma meu amor, esqueça deles, somos só eu e você. Dessa vez vai doer, mas eu vou ser cuidadoso. - confirmo com a cabeça e Salvatore cola nossos corpos.
Sinto suas mãos nos botões tô meu vestido, tirando lentamente um por um. Coloco minhas mãos em seu peito para tentar me firmar, minhas pernas estão tão moles que tenho medo de acabar desabando. Assim que Salvatore termina seu trabalho com o vestido ele se afasta. O tecido cai ao redor dos meus pés e eu fico apenas com a sinta liga que a Ella e a Giulia me deram para usar, ela é branca com um conjunto de lingerie em renda da mesma cor.
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Ele me tira do vestido e me ajuda a deitar na cama. Fico deitada, o olhando tirar a sua roupa e me sinto cada vez mais nervosa. Salvatore vem para mim, fecho os olhos e tento me acalmar, pensar em apenas nós dois aqui. A partir de agora não tem mais volta, agora eu sou dele e não tem mais nada que eu possa fazer que demonstre o contrário.
