Após o almoço, que por sinal estava fantástico, eu estou me olhando no espelho de corpo inteiro que tem no banheiro. Estou usando uma calça flare branca com botões dourados, um cropped ciganinha de mangas longas da mesma cor das calças e um scarppin nude salto 10cm. Foi a Giulia que me ajudou a fazer o cabelo e a maquiagem, ela deixou o meu cabelo solto, mas me ajudou a hidratar e deixar ele o mais bonito possível, meus cabelos estão quebrados e na altura do quadril. Giulia disse que o Senhor D'Angelo quer que eu vá para um salão fazer tratamento completo, tudo, até hidratação corporal. Vamos daqui a pouco, quando a filha da Giulia chegar da faculdade, um soldado vai nos escoltar e eu fui mais de uma vez alertada para não fazer nenhuma besteira.
Alguns minutos depois, alguém bate na porta do meu quarto e entra. Uma garota de cabelos e olhos castanhos entra ofegante e me olha com uma expressão de desculpas.
- Desculpe a demora senhorita. Meu ônibus quebrou e eu tive que vir o resto do caminho a pé. - ela explica ofegante e eu estendo a minha mão sorrindo para ela.
- Oi, me chamo Melissa, mas pode me chamar de Mel. - ela me olha sem entender e aperta a minha mão.
- Me chamo Antonella, Senhorita. - ela se apresenta e eu sorrio sem jeito.
- Não precisa ser formal comigo, me chame apenas de Mel. - ela me olha temerosa e em seguida para a sua mãe, antes de voltar o olhar para mim.
- O senhor D'Angelo não permitiria, ele disse que devemos tratar a noiva dele com respeito. - fecho a cara na hora quando ela diz isso, eu estava muito bem até ouvir o nome do meu sequestrador.
- Em primeiro lugar, me chamar de Mel não é me desrespeitar, é me tratar como igual, o que somos. Em segundo lugar, eu não sou noiva dele. - levanto a minha mão esquerda para mostrar meu dedo sem aliança. - Viu?
- Senhorita, - ergo uma sobrancelha ela ri. - Mel, o Senhor D'Angelo deixou claro que pretende fazer de você esposa dele. - olho para ela sem nada que eu possa refutar, eu não entendo o que se passa na cabeça desse homem louco, ele não me conhece nem sabe nada sobre mim, me viu uma vez na vida e acha que é motivo suficiente para querer casar comigo.
- Não vamos falar sobre isso. - peço, tentando desesperadamente mudar de assunto. - E por favor me chamem de Mel, me incomoda ser tratada como sentorita. Se faz vocês se sentirem melhor me chamem de senhorita na frente dele. - elas se entre olham e acenam olhando novamente mim. - Acreditem, eu morava na rua e não me vejo nem um pouco superior a vocês e não quero que me vejam assim, quero que sejamos amigas. - vejo a expressão de ambas suavizar e elas me abraçam. Sinto lágrimas brotarem nos meus olhos, faz anos desde que eu recebi um abraço verdadeiro, não por pena ou para me esquentar, mas por amor ou carinho verdadeiro.
- Seremos suas amigas Mel. - Giulia declara e limpa uma lágrima solitária que escorria em sua bochecha.
- Sempre quis ter uma irmã! - Antonella fala e sorri animada. O jeito que elas estão agindo agora só me confirma que o Senhor D'Angelo deve ter intimidado as duas e feito elas acharem que deviam me tratar como uma boneca de porcelana, que a cada palavra ou ato feito de forma errada iria me quebrar, ou fazer custar seus empregos.
- Agora vamos logo, eu quero acabar com isso logo. - falo suspirando e elas concordam me seguindo para fora do quarto.
- Ah, o Senhor D'Angelo disse que quer que você pegue apenas roupas de qualidade e não aceita que você compre menos do que Prada. - olho para ela de boca aberta. Eu nunca cheguei perto de roupas desse tipo, mas sei que custa muito, passei por vitrines da Prada e sei que custa os olhos da cara.
- Mas esse tipo de roupa custa muito dinheiro, uma vez vi uma vitrine com roupas e vi o preço, um simples vestido custava oito mil euros. - elas soltam um suspiro e continuam caminhando até o hall.
- Sabemos que são roupas muito caras, mas não podemos fazer nada. Se a senh.. você não comprar as roupas que ele disse quem vai sofrer as consequências vai ser a Antonella. - Giulia fala e eu paro de caminhar, olho para a Antonella que tem uma expressão de medo no rosto e isso na hora me faz travar. Eu não posso fazer ela se sentir ameaçada assim ou medo por decisões minhas.
- Ok, eu vou fazer isso pela Antonella. - ela sorri agradecida assim como sua mãe.
- Já que somos irmãs pode me chamar de Ella. - Antonella fala sorrindo e eu não posso deixar de retribuir.
Seguimos para o hall onde encontramos um brutamontes de terno e óculos escuros nos esperando, ele não se apresentou mas a Ella me disse que seu nome era Enzo. O caminho até a rua comercial foi demorado, mas quando chegamos a Ella fez questão de me levar para as mais famosas, como o Senhor D'Angelo ordenou. Para tentar fazer a missão mais fácil eu não vi a etiqueta e nem os preços em volta, com certeza iria me fazer desistir e procurar o brechó ou loja popular mais próxima. Não sei quanto tempo passamos lá, mas quando saímos eu tinha absolutamente tudo que eu precisava, desde roupas a sapatos, produtos de higiene, acessórios e outras coisas que eu iria precisar para me arrumar no dia a dia. Após horas de compras, a Ella me levou para um salão que eu não vi o nome, mas pela faixada era óbvio que é um lugar exclusivo para pessoas extremamente ricas.
- Boa tarde, meu nome é Eleanora, como posso ajudá-las? - uma mulher simpática de cabelos loiros e olhos verdes nos recepciona. Sorrio e me viro completamente de frente para ela.
- Olá boa tarde, eu sou Melissa e eu quero fazer um tratamento completo. - suspiro ao terminar de falar. Não quero agradar aquele homem mas se eu não fizer isso eu estarei colocando Ella em risco.
- Claro, vamos começar pelos cabelos para depois partir para a pele. Siga-me. - ela começa a caminhar para as cadeiras e eu sigo ela, vejo um homem parado perto de uma das cadeiras em que a Eleanora me leva. - Stefano, essa é Melissa. - ela sorri para o homem e então vai embora.
- Que mulher linda! - ele exclama e me segura pelo rosto. - Tão bela! Mas tão mal cuidada. - ele faz um bico e pega os meus cabelos. - Quer tirar todos os fios quebrados? Fazer mais alguma coisa? - olho para a Ella e ela apenas da de ombros.
- Eu quero tirar os fios quebrados, hidratar e fazer cachos. - falo e ele concorda. Ele me coloca sentada no lavatório e começa a molhar meus cabelos. Sinto a ansiedade tomar conta de mim e eu apenas deixo ele fazer o seu trabalho. Estou ansiosa para ver o resultado.
Não se esqueçam de votar ⭐ e comentar 💭
Bjuuuus 😘
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nas mãos de um mafioso
Storie d'amoreSabe aquele momento em que você está no fundo do poço e acha que a sua situação não pode piorar? Pois bem, me deixe dizer que na verdade você pode cavar para ir ainda mais fundo. Eu já estava morrendo de fome, largada na rua sem ninguém para me ajud...