🌻Capítulo 15🌻

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Sinto meu corpo ser depositado com delicadeza em um lugar macio e confortável. Abro os olhos lentamente e a primeira coisa que eu vejo é a roupa do Salvatore, aos poucos consigo ficar a minha visão e estranho o lugar onde eu estou, esse não é o quarto que eu estava dormindo antes, esse é quase que completamente escuro, tudo menos alguns detalhes no quarto e o teto. Olho para cima e vejo Salvatore sentado na ponta da cama, ele está me olhando com um olhar estranho, não sei identificar ao certo o que significa. Sua mão esquerda se ergue e eu me encolho pensando que ele vai me bater, mas ele faz o oposto, a sua mão encosta delicadamente na minha bochecha, fazendo carinho como se eu fosse de porcelana. Olho para ele confusa, eu realmente não entendo esse comportamento dele, quando ele me achou eu pensei que ele iria bater em mim e machucar quem me ajudou, tive medo que algo acontecesse com a Martha por minha causa.

- Você nunca mais vai sair de perto de mim. - ele sussurra e eu sinto um arrepio gelado subir pela minha espinha. - Giovanni irá pagar por ousar se afastar de mim. - franzo as sobrancelhas confusa, não reconheço esse nome, até que a ficha cai. Giovanni é o soldado que não gostava de mim e me ajudou a fugir. - Antes de ser morto ele irá pagar, pagar caro, ninguém tira minha mulher de mim.

Me sento de pressa, pânico me consome com a possibilidade de alguém se machucar por mi ha causa.

- Por favor não faça nada Salvatore. - peço com medo, vejo sua expressão endurecer. - Por favor não machuque ninguém por minha causa. - imploro e ele olha para o lado, solta um riso irônico e volta a me olhar. Seus olhos castanhos estão frios e a expressão dura.

- Ele vai pagar, lentamente, vou torturá-lo antes de acabar com a porra da vida dele porque ele ousou tirar minha mulher de mim. - ele rosna e eu me encolho com medo. - Uma coisa que você precisa aprender meu amor. Eu não machucaria você, você pode não entender mas é a coisa mais importante na minha vida, por nisso quem ousar tirar você de mim irá pagar com a vida. Você é minha e permanecerá assim para sempre, mesmo depois da morte você irá me pertencer e ninguém pode tirar você de mim. - olho para ele de olhos arregalados, esse homem é doente e o que mais me apavora é que eu não posso fugir dele, ou mais pessoas se machucam. Maldita ideia que eu tive de roubar esse homem, nunca roubei antes e justo na minha primeira vez tive que roubar do pior homem possível.

- Por favor me deixe ir. - peço sentindo  as lágrimas queimarem os meus olhos. Ele suspira e passa a mão pelas minhas  bochechas, limpando o rastro das lágrimas.

- Eu nunca vou te machucar meu amor, mas entenda que eu nunca vou te deixar sair. - ele sussurra e eu sinto mais lágrimas virem. Ele me ajuda a deitar de novo na cama e beija o topo da minha cabeça. - Descanse, durma meu amor. Mais tarde eu trago comida para você. - ele anuncia, se levanta e caminha até a porta do quarto. - Amanhã falamos sobre o casamento. - fala por último e então sai do quarto me deixando sozinha.

Me aconchego na cama e me enrolo em uma bola sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto. Eu resolvo fugir para conseguir viver a minha vida e agora a vida de outra pessoa irá terminar por causa do meu egoísmo.

Uma sensação estranha de estar sendo observada me faz acordar. Eu pisco levemente e esfrego os meus olhos, limpando as lágrimas secas que estavam ali.

- Que bom que acordou meu amor. - fico tensa ao ouvir a voz do Salvatore vindo do outro lado do quarto. Ele está sentado na poltrona que fica perto da janela, está segurando um copo com um líquido marrom e tem as pernas cruzada de forma desleixada. Ele já não está mais usando sei terno, agora usa uma calça de moletom cinza chumbo e uma camisa branca de gola V e mangas curtas. - Vamos, está na hora de jantar. Tome um banho e iremos descer, deixei roupas para você no banheiro. - ele indica a porta que está a minha direita, na mesma parede que a cama está encostada. Estranho isso, o meu quarto tinha três portas, uma para o banheiro, uma para o closet e outra para a entrada.

Ele se levanta da cadeira e descarta o copo no hack da tv. Me ajuda a levantar da cama e me guia até a porta que ele indicou. Assim que ele abre eu tomo um susto, não é uma ou outro, são os dois. A direita tem o closet, um closet enorme que cabe absolutamente todas as minhas roupas e as dele, ainda tem uns espaços vazios. A esquerda tem o banheiro, enorme também, muito luxuoso, composto por preto, branco e mármore carrara Nas paredes do boxe, na bancada da pia e no chão. Tem um lustre luxuoso no teto e uma banheira branca muito convidativa, mas o meu estômago fala mais alto, não faço ideia de quanto tempo estou sem comer, posso tomar banho de banheira mais tarde.

- Sua roupa está ali. - ele aponta para o vaso e eu vejo as roupas sobre a tampa. - Tem um roupão junto, use-o. Estamos em casa mas eu não quero nenhum dos soldados olhando de mais e você. - declara e se vira para sair. - Estarei no escritório enquanto se prepara, mande Giulia me chamar quando estiver a caminho da sala de jantar, ela e sua filha estarão baqui logo. - com isso dito ele sai do quarto me deixando sozinha e pela primeira vez eu posso ficar mais tranquila.

Uma nostalgia me bate ao pensar em Giulia e Ella. Eu estava morrendo de saudade das duas, elas foram a única parte realmente boa dessa coisa toda, eu queria ter levado as duas comigo mas elas não iriam com certeza, elas tem uma lealdade incrível com o Salvatore e se eu falasse qualquer coisa referente a fugir elas iriam contar para ele, a pesar de termos uma amizade. Tiro a minha roupa e me encaminho para o chuveiro regulando a água. De volta ao meu dia a dia de novo.

Nas mãos de um mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora