O caminho parecia uma eternidade, não sei quanto tempo levou mas sei que foi muito. Um tempo depois o carro parou e eu ouvi um movimento antes de ser puxada para fora do carro.
- Para onde levo ela Dom? - o homem que havia me amarrado pergunta. Fico nervosa ao saber que o homem que eu roubei está aqui. De alguma forma sei que ele está olhando para mim, ouço um suspiro vindo de algum deles.
- Leve ela para algum dos quartos de hóspedes. - uma pausa e sinto seu olhar pra mim de novo. - Avise a Giulia que eu quero que elas vão comprar roupas novas e tudo mais que ela precisar. - outra pausa e eu sinto medo e confusão me tomar. - Agora ela é minha. - esse decreto me faz entrar em pânico e eu tento correr para longe, mas apenas consegui andar cinco passos antes de alguém me pegar.
- Não! Eu não vou ser sua vadia! - grito chorando e me debato nos braços do homem que me segura.
- Você não vai ser minha vadia, você vai ser minha. - o Dom responde. - Leve ela para o quarto Antônio e mostre-a o banheiro, quero ela limpa. Designe um soldado para levar ela e a Antonella para as compras, quero ela amanhã com tudo o que precisa e perfeita, quero ver uma boneca quando chegar em casa amanhã.
- Sim Dom. - o homem começa a caminhar comigo nos braços para a entrada da tal casa. Em um momento de desespero eu piso com força no pé dele, ele solta um grunhido e eu aproveito para me virar e chutar ele com força, onde eu mirei provavelmente chutei o seu estômago. O ouço perder o ar e corro novamente para a direção contrária a que ele me levava. Novamente alguém me pega e eu gemo em desespero.
- Aonde pensa que vai Bella? - me debato e rosnou irritada. Tento chutar e arranhar, mas não consigo acertá-lo. - Essa sua resistência apenas me faz te querer mais. - ele sussurra de forma maliciosa próximo ao meu ouvido.
- Por que você me quer afinal? Eu moro na rua e não tenho nada para oferecer. Você com certeza pode ter todas as mulheres que quer e está aqui insistindo em me manter na sua casa. Por favor me deixe ir! - imploro desesperada. Ouço uma risada nasalada e então a sua respiração junto a minha orelha.
- Porque, minha querida, nenhuma das mulheres que querem ser minha esposa são como você, você mostrou muito mais personalidade em uma hora do que elas mostraram a vida toda. - ele responde e eu solto uma risada descrente.
- Ata, então você achou que o simples fato de eu ter "mais personalidade" do que elas te dá o direito de me sequestrar e me manter presa nesta casa? E quem disse que eu quero ser sua esposa? - pergunto indignada. Um segundo depois a venda que bloqueava a minha visão é removida e eu pisco para me acostumar a luz forte que vem da casa, que por sinal é enorme, com um arco na frente de uma porta de madeira escura. O homem que me segura me vira de frente para ele e eu paraliso diante de tamanha beleza. O homem que me segura tem olhos e cabelos castanhos, uma barba rala de provavelmente cinco dias, maxilar quadrado, nariz reto e lábios médios, extremamente atraentes. Percebi na hora que se trata do homem que eu roubei, não havia visto ele com clareza por causa da luz fraca e das lágrimas nublando a minha visão. Volto meu olhar para os seus olhos e tudo o que eu consigo ver é malícia e dureza.
- Eu disse minha querida. Quando eu quero algo eu pego para mim. Não nego o que eu sinto e eu sei que quando tiver você uma vez isso não vai bastar, então vou mantê-la comigo. - decreta, como se a minha opinião não importasse e isso me deixa ainda mais furiosa. O desespero passou e em seu lugar está a raiva.
- Eu prefiro morar na rua a ter que me submeter aos seus caprichos. Não vou dormir com você! Nunca! - rosno irritada e ele sorri. Como ele pode estar me desejando? Eu estou toda suja e com certeza cheirando mau. Meu cabelo ruivo está preso com uma borracha que eu achei na rua e está completamente despenteado. Meus olhos verdes tem grandes olheiras embaixo e só deus sabe que eu não escovo os dentes a dois dias.
- Você vai sim minha Bella. Você já é minha. - ele sorri maliciosamente e olha para a minha boca. - Leve ela para dentro Antônio. - com esse último decreto ele me solta, vira as costas e entra na casa calmamente.
- Vamos, e sem gracinhas. - o tal de Antônio rosna e me arrasta para dentro da casa. Não tive tempo de ver o resto do hall, já que ele me levou em direção as escadas em formato de C e seguimos para o segundo andar, só consegui ver uma mesa de mármore com um vaso de cerâmica com lírios brancos e um piso de provavelmente mármore por toda a extensão do hall. Subimos as escadas flutuantes até o segundo piso e ele abre uma porta branca no corredor. Quando entramos ele desamarra meus pulsos e eu os massageio sentindo arder. - Fique a vontade. - dizendo isso ele sai e eu ouço seus passos pelo corredor. Suspiro e olho para o quarto, é imenso e tem uma janela com vista para o lado direito da casa. Uma cama grande com um edredom grosso está posta ao lado de uma porta que pode ser do banheiro. Ando até a porta ansiosa por sentir pela primeira vez em muito tempo a sensação de um banho de verdade. Abro a porta animada mas a primeira coisa que eu vejo é um closet enorme com as prateleiras vazias, na minha frente tem uma parede que provavelmente é para colocar pares e mais pares de sapatos nas várias prateleiras. Fecho a porta e sigo lada a do lado oposto, em frente a cama. Quando abro ela quase caio para trás com a visão que eu tenho. É um banheiro maior do que qualquer banheiro que eu tenha visto a minha vida toda. Tem uma banheira grande com alguns buracos nela e um chuveiro com portas de vidro e vários jatos de água, me pergunto pra que tanto. Um vaso está separado do resto em uma salinha pequena e uma pia aérea está posta ao meu lado direito, ela é linda, é como se tivessem colocado uma tigela de vidro em cima do balcão. Tiro minhas roupas sujas e caminho na direção do boxe, depois de muito tempo eu posso finalmente tomar um banho. Sentir a água me lavar é sem dúvida a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo.
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Nas mãos de um mafioso
RomanceSabe aquele momento em que você está no fundo do poço e acha que a sua situação não pode piorar? Pois bem, me deixe dizer que na verdade você pode cavar para ir ainda mais fundo. Eu já estava morrendo de fome, largada na rua sem ninguém para me ajud...