Termino de amarrar o roupão e me olho no espelho, minha aparência está fresca, dormir me fez muito bem mas eu estou me sentindo um caco por dentro. Olhando mais atentamente se percebe leves bolsas embaixo dos meus olhos. Eu preciso aceitar agora, fugi uma vez, ele me achou e agora o homem que me ajudou vai morrer. Não posso me dar ao luxo de fugir de novo e colocar a vida de outra pessoa em perigo.
Respiro fundo tentando me acalmar e abro a porta do banheiro. Meu peito quase explode de saudade com a imagem que eu tenho do quarto. Giulia está organizando algumas coisas no quarto enquanto a Ella olha nervosamente pela janela. Eu senti tanta falta delas, é como se eu tivesse perdido uma mãe e uma irmã, mesmo com o pouco tempo em que estivermos juntas nós criamos uma ligação muito forte que eu senti falta todos os dias desde que sai daqui. Elas percebem a minha presença e as duas se viram na minha direção. Dois pares de braços me apertam num abraço de urso, quase me tirando o ar, mas eu não reclamo, as abraço de volta com a mesma vontade.
- Oh menina, que saudade. - Giulia fala emocionada e eu choro a apertando mais.
- Que saudade de você Mel. - Ella murmura contra o meu pescoço e eu sinto suas lágrimas molhando o meu ombro. Choro junto com elas e as abraço com mais força.
- Desculpem, mas eu precisava tentar. - sussurro e elas se afastam um pouco para me olhar. Giulia limpa as lágrimas do meu rosto e suspira.
- Sabíamos que você fugiria menina, a pensar de não falarmos nada. Não poderíamos ajudar, nossa família trabalha para o Dom desde que a máfia foi criada e nós não poderíamos em sã consciência traí-lo. - explica e eu apenas concordo. - Também lamento dizer, mas um dos motivos pelo qual não a ajudamos é porque sabíamos que ele iria achá-la. - olho para a Ella e ela apenas concorda. - Eu cuido do Senhor D'Angelo também, ele está radiante desde que você apareceu, ele era sempre frio e distante, bom, continua sendo com as pessoas certas, mas agora ele está sorrindo mais. Ele sofreu quando você fugiu e passou todo esse tempo sem dormir direito porque estava te procurando. - algo em mim gosta de ouvir isso e eu sinto um pouco mais de simpatia por ele, desse jeito realmente parece que ele sentiu minha falta e que eu sou uma pessoa importante para ele.
- De uma chance para ele Mel, eu sei que ele é perigoso e pode ser um homem muito difícil de se conviver, mas eu realmente acredito que ele gosta de você de verdade. - Ella fala e eu pondero sobre o que ela disse. Eu realmente devo dar uma chance para ele? A final vamos nos casar e eu com certeza vou ter que passar o resto da minha vida com ele. Não é como se eu fosse conivente com tudo o que a máfia faz, mas eu posso falar tudo sobre a máfia, mas eu não posso dizer que a máfia agride ou abusa das mulheres. Sim, eles tem bordéis e casas de prostituição, mas todos que trabalham lá são por conferimento. Eles também vendem drogas, mas eu tenho meu próprio pensamento sobre isso, as pessoas não venderiam se não tivesse quem compra, as pessoas sabem o que as drogas fazem com a saúde, usa quem quer.
- Ok, eu vou tentar. - prometo e elas suspiram e me oferecem um sorriso.
- Venha, vamos jantar que eu sei que você está com fome. - Giulia fala e eu a olho espantada. - Vocês chegaram as seis da tarde, agora está na hora da janta. - ela explica com um riso divertido nós lábios.
- Isso explica porque eu e meu estômago estávamos conversando. - elas dão risada e me guiam para a porta.
Descemos as escadas em silêncio mas não nos desgrudamos até chegar na sala de jantar. Me sento no lugar que foi posto para mim, ao lado do lugar do Salvatore, que fica na ponta da mesa. Ella vai para a cozinha para ajudar e a Giulia vai para o escritório chamar o Salvatore. Olho distraída para as janelas panorâmicas da sala de jantar, o quintal está iluminado por algumas luzes estrategicamente posicionadas e a piscina muito convidativa esta iluminada por algumas luzes do seu interior. De repente duas mãos pousam nos meus ombros e alguém beija os meus cabelos. Olho assustada para trás e vejo Salvatore sorrindo para mim e caminhando para o seu lugar. As empregadas entram na sala de jantar e começam a servir a comida. Elas saem sem dizer uma palavra e então o silêncio toma conta do ambiente. Nos servimos em silêncio. Depois de um tempo comendo em silêncio eu levanto meus olhos para o Salvatore, ele está me olhando em silêncio, ele está segurando uma taça de vinho e a bebericando vez ou outra.
- O que vai acontecer com o homem que me ajudou? - pergunto. Ele me olha sem expressão e coloca a taça na mesa lentamente.
- Eu não vou entrar em detalhes com você, não quero que faça parte desse tipo de violência. - ele declara calmamente e eu apenas engulo em seco, milhares de alternativas para o que ele pode fazer com o homem passando na minha mente. - Tudo o que precisa saber é que Giovanni pagará por tirá-la de mim.
- Eu que quis fugir, ele apenas me ajudou eu não fui forçada. Por favor não torture ou mate ninguém pelas minhas ações. - imploro e ele balança a cabeça negativamente.
- Se você tivesse ido sozinha seria uma outra história, mas ele te ajudou e irá pagar. Esse assunto não tem discussão. - declara por fim e volta a comer.
- Ella e Giulia pediram para eu te dar uma chance. - falo chamando a sua atenção. Agora em me olha com expectativa. - Mas para que eu possa te dar uma chance você precisa parar de fazer mal as pessoas pelas escolhas que eu fiz. - ele parece meio tenso agora com o que eu falei. - Sei que agora eu e você vamos ficar juntos o resto das nossas vidas, por isso quero tentar fazer funcionar, mas preciso que me ajude, não faça mal as pessoas que me ajudaram, não me traia e não minta para mim, é tudo o que eu peço. - termino de falar olhando dentro dos seus olhos. Volto a comer e percebo que ele come ainda mantendo seus olhos em mim. De agora em diante eu vou fazer o meu máximo para tornar esse casamento bom para nós dois, a final agora eu passarei a minha vida ao lado dele, precisamos aprender a conviver.
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Nas mãos de um mafioso
RomanceSabe aquele momento em que você está no fundo do poço e acha que a sua situação não pode piorar? Pois bem, me deixe dizer que na verdade você pode cavar para ir ainda mais fundo. Eu já estava morrendo de fome, largada na rua sem ninguém para me ajud...