Depois de uma eternidade nós paramos no estacionamento do shopping. Eu quase pulei do carro quando eles finalmente pararam e fiquei parada esperando as duas saírem do carro. Eu acho que não sou muito boa em fingir normalidade quando estou ansiosa. Eu estou dando bandeira e tenho que agir com mais calma.
- Vamos! Estou doida pra dar uma voltinha no shopping! - eu falo animada para poder disfarçar. Olho de relance para os guardas mas eles continuam sérios, sem demonstrar nenhuma emoção.
Anna e Ella saem do carro e nos seguimos em direção a entrada do shopping, com os dois seguranças seguindo a gente não muito longe.
Passamos por varias lojas desde que entramos. Eu comprei apenas algumas coisas mais confortáveis para usar em casa.
- Nossa! Eu me esqueci completamente! Eu preciso comprar alguns remédios. - Anna fala colocando a mãos na testa e fazendo uma careta.
- Onde fica a farmácia? - pergunta Ella olhando em volta. Caminhamos durante algum tempo até que encontramos ela no segundo andar do shopping.
- Enquanto você vai comprar os seus remédios eu e a Mel vamos até a praça de alimentação te esperar ok? - Ella pergunta chamando a atenção da Anna.
- Ok, me esperem em frente ao japonês, eu já vou. - ela fala e da uma olhada em mim antes de ir até a farmácia. Eu e a Ella nos viramos e caminhamos na direção contrária, indo até a praça de alimentação.
Assim que nos sentamos a mesa eu olho em volta e vejo os dois seguranças não muito ao longe. Se falarmos baixo eles com certeza não vão nos ouvir, não com tanto barulho a nossa volta.
- Eu estou nervosa Ella. - falo olhando para ela e chamando a sua atenção. - Estou com uma sensação estranha que eu não sei explicar. - ela sorri compreensiva e segura as minhas mãos que estavam juntas em cima da mesa.
- Você é mãe de primeira viagem e é nova, é claro que está nervosa. Eu não te entendo, a final não sou mãe. - ela solta uma risadinha. - Mas eu te compreendo e sei que deve ser difícil. Vai dar tudo certo, o Senhor D'Angelo te ama, eu sei que ele vai amar ter um filho com você. - ela me tranquiliza, não cem por cento, não é isso que está me atormentando, é a sensação de que alguma coisa está para acontecer. Quando abro a boca para responder o celular da Ella toca e ela olha para o celular fazendo uma careta.
- Oi. - ela fala ao atender. - Mas o que aconteceu? Agora? Eu estou com uma amiga no shopping. - ela suspira pesadamente e passa a mão na testa. - Eu tenho certeza que estava tudo certo. - ela solta um grunhido e suspira. - Tá, ok. Eu vou. Já estou a caminho. - ela desliga o celular e olha para mim com uma expressão culpada. - Era o meu colega. Nós estamos fazendo um trabalho juntos para a faculdade e parece que faltou alguma coisa no meu. Vou ter que ir até a casa dele. - ela suspira e olha para baixo antes de voltar o seu olhar para mim. - Eu sinto muito. - sorrio para ela e aceno com a cabeça.
- É um imprevisto, tudo bem. Depois eu falo o resultado, a Anna vai ter que ir embora daqui a pouco também. - assim que termino de falar olho para trás da Ella e vejo Anna vindo na nossa direção apressada. Ela olha para o relógio em seu pulso e eu sei que ela está atrasada lada o tal compromisso.
- Mel, me empresta a sua bolsa por favor. Acho que deixei meu celular com você. - ela pede apressada e eu alcanço na hora. Eu sei que ela quer botar os testes disfarçadamente na minha bolsa. Ela confirma a minha suspeita logo em seguida quando coloca as caixas na minha bolsa. Ela finge procurar um pouco e depois tira o celular do bolso da jaqueta e finge tirar da bolsa. - Aqui! - ela fala quando pega ele e me devolve a bolsa. - Eu tenho que ir agora, estou atrasada.
- Posso aproveitar e pegar uma carona com você? Me ligaram agora e eu vou ter que ir. - Ella pergunta esperançosa já com a bolsa em mãos.
- Claro, só temos que ir agora. - Ella responde e se volta para mim. - Depois nós ligue. - ela pede me dando um olhar de advertência. Sorrio e concordo.
- Claro, mais tarde me mandem mensagem quando puderem falar, fazemos outra ligação. - garanto e me levanto para me despedir das duas.
- Por favor, me avise o que der. - ela pede baixinho quando nos abraçamos.
- Pode deixar, eu aviso sim. - garanto e em seguida dou um abraço de despedida na Ella. As suas sorriem para mim antes de seguir até os guardas. Elas falam algo para eles e os dois concordam. Um deles segue as duas para a rua enquanto o outro pega o celular, provavelmente para chamar mais um de reforço, já que o Salvatore não gosta de me deixar apenas com um guarda costas.
Me levanto da cadeira lentamente e caminho pelo shopping sem rumo, apenas olhando as vitrines das lojas e as pessoas comprando suas coisas. Assim que avisto o banheiro caminho até ele e vejo o guarda me seguindo as uns dois metros de distância. Paro e olho para ele.
- Vou ao banheiro. Me espere aqui fora ok? - pergunto e ele apenas acena com a cabeça.
Entro no banheiro e dou um suspiro de alívio ao ver que está vazio. Entro em um dos boxes e tranco a porta atrás de mim. Olho para a minha bolsa receosa antes de abrir lentamente o fecho. Pego as caixas e leio o modo de uso. Dois palitos significa positivo e um negativo. Abro as caixas e posiciono os testes tentando fazer xixi. Parece impossível mas eu sei que é por causa do nervosismo.
Deus! Como eu queria poder ligar a torneira agora!
Depois de um tempo eu finalmente consigo fazer xixi e, depois de deixar eles secarem eu os coloco em cima da caixa de descarga do vaso. Após me limpar e arrumar o meu vestido, fecho a tampa do mesmo antes de sair do boxe para lavar as mãos. Volto para o boxe e fico sentada na tampa do vaso esperando o resultado, na caixa dizia cinco minutos.
Pego o meu celular e fico apenas zapeando pela internet durante um tempo, tentando fazer esses cinco minutos eternos passarem mais rápido. Quando finalmente dá o tempo eu olho lentamente para a caixa de descarga onde se encontram os testes de congelo com a visão que eu tenho.
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Nas mãos de um mafioso
RomanceSabe aquele momento em que você está no fundo do poço e acha que a sua situação não pode piorar? Pois bem, me deixe dizer que na verdade você pode cavar para ir ainda mais fundo. Eu já estava morrendo de fome, largada na rua sem ninguém para me ajud...