Dylan Collins
Passamos as semanas seguintes organizando o Bunker. Eu estava programando a próxima viagem, queria pega rum berço, roupas de bebe, coisas como mamadeira e fraldas. Tudo o que um bebe pode precisar. Mas como escolher coisas sem saber o sexo? Eu sei que era o fim do mundo, mas era o meu primeiro filho. Eu tinha direito de querer fazer as coisas. Então resolvi pedir ajuda a Amber. Começo a procurar por ela no bunker, encontro na sala do dispensário. Bate na porta para chamar a atenção dela.
-Posso conversar com você? - Falo da porta.
-Pode... Entra. - Ela faz um sinal para eu sentar na cadeira perto dela.
-Quero fazer uma surpresa para Ayla. Comprar coisas para a criança. Me ajuda? - Falo um pouco nervoso.
-O que você quer pegar? - Ela sorri.
-Tudo. Berço, roupas, mamadeira. Mas queria fazer uma supressa na próxima viagem. Ela está gravida de dois meses quase. Na nossa próxima viagem ela vai estar com cinco meses. - Falo pensativo.
-Então ainda dá tempo de programar algo e com cinco meses ele já está com barriga. Eu a faço ficar em casa. - Amber sorri e pisca.
-Muito obrigado Amber. - Sorrio.
-Mas posso te pedir uma coisa? - Ela perde o sorriso.
-Pode. - Eu fico sério.
-Cuide da Ayla. Ame, cuide dessa criança. Seja um marido. Não cometa os mesmos erros. - Ela fala preocupada.
Eu apenas confirmo com a cabeça, eu entendo a preocupação dela e tenho que dar razão a Amber. Ayla tinha se tornado a única amiga dela nesse caos. A única pessoa que ela tinha. E também a única pessoa que eu tinha. Dessa vez vai ser diferente. Em três meses a viagem iria acontecer.
...
O primeiro mês passou e pelo teste de gravidez Ayla deveria estar com quatro meses. Eu estava deitado no chão e ela e Grace estavam montando um quebra cabeça. Alex e Amber estavam no quarto. Ayla estava quase colocando a peça quando se assustou, colocou a mão na barriga e ficou parada.
-Que foi Ayla? Dor? Que foi? - Pergunto nervoso me levantando.
Grace se levanta correndo e vai para o quarto dos pais. Ayla da um leve pulo e me olha sorrindo, mas assustada. Ela pega minha mão rápido e coloca na barriga. Eu entendo que o bebê chutou, me aproximo mais e coloco as duas mãos. Mas não sinto nada.
-Se mexe meu bebê.... Por favor. - Falo e vejo Amber e Alex no corredor. - Ele se mexeu. - Falo animado.
- Se mexe por favor. Seu pai vai ficar me perturbando. - Ayla fala fingindo estar irritada.
- Relaxa Dylan. O bebê vai mexer em outro momento. Fica tranquilo. - Amber fala sorrindo.
...
O segundo mês passou e eu já tinha a lista de coisas que precisava comprar. Repassava o plano com Alex sempre que podia. Verificava com Amber a lista para ter a certeza de que não faltaria nada. Todos já estavam cansados de me ouvir falar, mas era o meu primeiro filho, eu estava feliz.
Ayla tentava demostrar felicidade, mas eu entendia preocupação dela. Poderíamos morrer antes desse bebê nascer, poderíamos ter só alguns dias e vida ou anos depois disso. Ela poderia ter alguma complicação no parto. Ayla já tinha pensado em todas as possibilidades.
Se eu tinha medo disso tudo? É claro que eu tinha. Mas alguém precisava pensar positivo. E o mundo não pode acabar assim, não agora que eu entrei uma mulher que eu amo e que me ama, não agora que vamos ter um filho ou filha. Não agora que vou ter uma família e que minha família está comigo. seria muito cruel.
....
O terceiro mês chega e Ayla está com cinco meses. Ela estava com uma barriga enorme, andava um pouco cansada e a preocupação só aumentava, mas ela tentava sorrir. Ela acordou sabendo que hoje teria mais uma viagem, e pela primeira vez eu senti medo de ir e medo de não voltar, agora eu teria um motivo para voltar, queria voltar.
Ayla ficou parada ao lado do carro, ela não falava nada, mas a qualquer momento poderia chorar. Ela me abraçou com força e eu beijei a cabeça dela. Eu sentia o coração de Ayla batendo forte e o meu estava apertado e quase parado.
- Volta logo. Não demore por favor. Se você se atrasar uma hora eu vou atrás de você. E nem adianta me pedir para não ir. - Ela fala decidida
- Eu sei minha ruiva. Mas daqui a pouco eu volto. - Falo e ela tenta sorrir.
Beijo a barriga de Ayla me olha preocupada. Entro no carro e fico olhando para ela uma última vez. Ela tenta sorrir e eu faço o mesmo. Alex entra no carro e saímos do Bunker. Começamos a nossa viagem pelo shopping e pela primeira vez eu entrei em uma loja de bebês olhando para cada item com atenção.
Alex veio correndo com um carrinho e me ajudou a pegar as coisas da lista, banheira uma rosa e uma azul, almofada de amamentação, mamadeira, fraldas, chupetas, brinquedos de borracha para a criança morder e em questão de minutos o carrinho já estava cheio. Alex veio correndo com outro e nos enchemos, ele pegou um terceiro carrinho e nos seguimos com dificuldade. Levamos tudo até o carro e voltamos correndo. Coloquei o berço no carrinho e peguei várias roupas de menino.
-Tem que pegar coisas de menina também. Pode ser uma menina. - Alex me lembra. - Imagina uma menina ruiva.
- Verdade, grandes chances de ser ruiva. - Falo pensativa.
Terminamos de pegar tudo para o bebê. Comida não existia mais e o que tinha já estava muito estragado. Nos demos sorte com as sementes porque mesmo depois da validade algumas deram frutos. Por fim pegamos uma banheira para o parto e passamos em um hospital para pegar alguns suprimentos. Olho no relógio e percebo que eu chegaria em casa com duas horas de atraso, acabei perdendo a noção de tempo. Vou dirigindo o mais rápido que eu posso. Olho no relógio e vejo que já tenho uma hora e quarenta minutos de atraso.
Quando chego no Bunker Vejo Ayla dentro do carro, saindo da garagem. Ela estava chorando e assim que nos vê para, respira fundo e encosta a cabeça no volante. Eu saio do carro e vou andando até ela. Abro a porta e dou um abraço para acalmá-la.
-Desculpe amor... Perdi a noção da hora..., mas foi por uma boa causa. - Falo sorrindo.
- Eu achei que alguma coisa tinha acontecido Dylan... Pensei no pior... Não faz mais isso comigo. - Ela fala chorando.
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Os olhos de Ayla
ActionA terra estava passando por grandes mudanças, e não eram boas. Uma chuva ácida estava chegando e todos precisavam se proteger. O clima de pânico estava ativo na terra e as pessoas tinham medo de sair de casa, mas ao mesmo tempo tinham medo de ficar...