Os olhos de Ayla

Capítulo 16

Dylan Collins

Vejo Ayla entrar no carro com o assassino, entro em pânico mas ela parecia tão calma, piscou pra mim como se tivesse um plano, mas sei que de verdade ela não tem. Apenas quer nos deixar calmos e vai se entregar porque ela não tem família. Eu.. nos somos a família dela agora, mas ela não entende isso.

Quando o homem da partida e sai com o carro, vem um sentimento grande de angustia em mim. Acabei de perder tudo. Meu carro, os mantimentos, meu meio de voltar pra casa e o mais importante, acabei de perder Ayla, pra sempre. Não sei como vou encontrá-la de novo. E se ela vai sobreviver. Porque ela se entregou. Que merda Ruiva....

Ajoelho no chão e coloco as mãos na cabeça. Fico tentando pensar em alguma maneira de recuperar a Ayla. Não posso deixar ela ir. Alex me tira dos meus pensamentos, ele corre pra pegar as armas que chutamos pra longe.

-Aconteceu alguma coisa. O carro perdeu o controle - Alex fala pegando as armas correndo. - Vamos ver. - Ele me entrega uma arma.

Eu olho para os carros lá longe e vejo que o carro em que Ayla estava perde o controle e sai da estrada.

- O que esse babaca está fazendo. - Falo pegando a arma. - Ele vai machucar Ayla assim - começo a correr na direção deles.

Vejo o outro carro diminuir e sair da estrada segundo o primeiro carro. Entrei em pânico. Vão matar Ayla sem dúvidas. Ali mesmo. Ela tem o sangue quente. Deve ter falado alguma merda para o cara, chamou ele de babaca ou mandou ele se Fuder, é a cara dela fazer isso. Começo a correr mais rápido e deixo Alex pra trás. Sinto meu pulmão doer de tanto esforço que estou fazendo, mas preciso salvar Ayla.

Chego perto dos carros e vejo o segundo homem gritando e se aproximando do carro, pelo lado de Ayla, ele olha para o carro e saca a arma. Não acredito que ele vai atirar nela. Não pensei duas vezes. Atiro na cabeça dele. O homem cai no chão.

Vou andando apontando a arma. Vou ter que matar o segundo homem também. Chego perto do carro e Ayla abre a porta pálida, passa por cima do homem caído, ajoelha no chão e vomita. Olho o banco do motorista, o cara está morto, uma faca no peito, uma das facas que ela pegou na loja. Ainda bem que ela pegou. Guardo a arma na cintura e vou até ela.

Seguro o cabelo dela pra não sujar. Ayla está tremendo muito, tem sangue nas mãos. Ela está vomitando de nervoso, acabou de matar um homem. Pelo jeito é o primeiro. Quando ela levanta o rosto vejo uns respingos de sangue no rosto e então Ayla começa a chorar. Foi a primeira vez que a vi tão frágil assim. Dessa vez sem nenhuma defesa.

Alex chega e pega o nosso carro. Ajudo Ayla a levantar e vou andando com ela até o carro. Coloco ela no banco de trás e sento com ela. Ela deita a cabeça no meu colo e fica encolhida. Alex da partida com o carro.

- Você lembra o caminho Alex ? - Pergunto e ele confirma com a cabeça.

Durante a viagem Ayla tenta segurar o choro e continua tremendo um pouco. Fico mexendo no cabelo dela e as vezes. A viagem da volta parece que demorou uma vida. Eu só queria chegar em casa, estar em segurança, dar um banho em Ayla pra tirar o sangue dela. Só queria que ela ficasse bem logo.

Chegando em casa, colocamos o carro na garagem. Amber veio correndo e abraçou Alex. Era nítido que ela tinha chorado a noite toda.

- Que merda Alex o que aconteceu ? - Amber fala irritada e aliviada ao mesmo tempo - ficamos preocupadas e com medo. Achei que você não voltaria.

- Calma Amber. Vamos conversar - Alex fala e Amber olha pra nós dois.

Ajudo Ayla a sair do carro. Ela estava pálida ainda, mas não tremia como antes, Amber viu o sangue e pediu pra Grace pegar algo no quarto pra menina não ver.

- Ayla o que aconteceu? Está machucada ? - Amber fala de aproximando dela. Mas Ayla continua apática sem olhar pra ninguém.

Alex segura Amber e começa a conversar com ela. Eu levo Ayla para o banheiro. Ela só me segue. Começo a tirar a roupa dela e a minha. Jogo tudo no chão. E levo Ayla para o chuveiro. Começo a lavar as mãos dela e não chão fica uma mistura de sangue e água. Ela olha e começa a chorar.

- Ayla... - antes que eu termine ela corre para o vaso e vomita de novo.

Seguro o cabelo dela. Espero ela terminar e volto com ela para o chuveiro. Passado bastante sabão no corpo dela para tirar o sangue e a sensação dela. Seco o corpo dela, durante todo o banho ela fica apática e com o olhar longe. Enrolo ela na toalha e me enrolo em outra. Saímos do banheiro e vou com ela para o meu quarto, entrego uma calça de moletom e um casaco fechado, ajudo ela a colocar a roupa e a deito na cama.

Vou até a cozinha pra pegar um remédio pra dormir. Vejo Amber chorando enquanto Alex conta o que aconteceu. Pego o remédio e a água. E Amber me olha secando as lágrimas.

- Como ela está ? - Ela pergunta preocupada.

- Não sei. - Respiro - Ela não falou nada. Já vomitou duas vezes. De nervoso eu acredito. E está distante... Sei lá. Vou dar um remédio para ela dormir. - Mostro o remédio e ela confirmar com a cabeça. - se precisarem de algo é só chamar.

- Fica tranquilo. Cuida dela. - Alex fala segurando a mão de Amber - Nos vamos descarregar o carro.

Ele fala e eles se levantam. Eu vou andando para o quarto. Ayla está deitada na cama. Algumas lágrimas caem dos olhos dela. É péssimo ver a ruiva desse jeito. Tenho que admitir que sinto falta do sangue quente dela, do jeito abusado e de quando ela me chama de babaca ou Rei do Bunker. Sento ao lado da na cama.

- Ruiva trouxe esse remédio pra você - falo

Ela senta sem me perguntar ou falar nada. Pega o remédio, toma e deita outra vez, de costas pra mim. Suspiro. Não sei o que fazer. Levanto, fecho a porta do quarto. Deito na cama atrás dela e abraço. Ela segura minha mão. E eu beijo a cabeça dela.

- Vai ficar tudo bem Ruiva. E não se preocupe, estou aqui e vou te proteger. Isso nunca mais vai se repetir. - Falo baixo no ouvido dela.