Dylan Collins
Fico com raiva e eu queria explodir como sempre fazia. Mas não posso perder Ayla. E alguém precisa amadurecer desse relacionamento. Tento respirar fundo nas sinto sangue fervendo dentro de mim. Amber ficava me olhando esperando o pior, Ayla me encarando esperando eu falar algo para gritar mais alto que eu.
-Não vai embora tia. Se vocês brigarem de novo o tio Dylan dorme na garagem. – Grace fala com toda sua inocência.
- Eu durmo na garagem? Porque eu? Ela que tem que dormir na garagem. – Falo irritado
- Quando meu pai ia sair de casa. Ele foi dormir na garagem. Depois de um tempo tudo voltou só normal. – Grace explicar.
- Você dormiu na garagem? – Falo para Alex.
- Eu estava errado. Fui dormir. Não ia sair de casa. Deixar minha família. E bem deixaria Amber dormir na garagem. – Alex explica.
- Mas eu tenho um quarto. Vou dormir no meu quarto e ela no dela. – Continuo falando rápido e irritado.
- Dylan me poupe.- Ayla pega as bolsas e começa a descarregar o carro.
Tiramos tudo do carro. Organizamos tudo na despensa. Ayla e Grace arrumaram as coisas de jardinagem e começaram a plantar as sementes.
- Nem deve funcionar mais essas sementes. – Eu falo enquanto elas plantam.
- Precisamos tentar. Se não vamos ficar sem ter o que comer. Estamos ficamos sem alimentos. – Ayla fala sem me olhar.
- Vai funcionar sim tio. Se for veio com amor da frutos. Vai funcionar. – Grace complementa.
Elas terminam de plantar. Organizam tudo e vão direto para o banho. Grace no quarto dos pais dela e Ayla no corredor. Assim que ela entra eu entro junto. E fecho a porta. Ela fica me olhando irritada e faz um sinal pra eu sair do banheiro.
- Sem chances. Eu vou tomar banho. – Eu falo rindo.
Tiro minha roupa, penduro minha toalha e entro no box. Ayla fica me olhando de braços cruzados até que repita fundo e começa a tirar a roupa. Fico analisando casa centímetro do copo dela, cada sarda, cada fio vermelho que ela tinha. Ela entra no chuveiro e da um tapa na minha nuca.
- Está babando. – Ela fala seca.
- Você é muito cheia de marra sabia? – Falo rindo.
- Não gostou? Está comigo porque ? – Ela fala no mesmo tom enquanto molha o corpo.
- Eu te amo ruiva. De verdade. – Falo e ela sorri.
Ayla desliga o chuveiro e faz o que eu nunca imaginei que ela faria. Me abraça com todo carinho e fica ali. Quando percebo ela estava chorando. Mas não um choco desesperado. Ela estava tentando destacar o máximo. Afasto ela do meu corpo.
- O que foi ruiva? – Pergunto limpando as lágrimas dela.
- Estou sei lá. Sentimental. Devo estar ficando doente. – Ela fala e vira de costas.
- Ei... – Eu puxo Ayla para uma abraço. – Estou com você. Em todos os momentos. Pode chorar comigo. Mas quero saber porque está chorando. – Falo tranquilo.
- Por tudo. É o fim do mundo. Não sabemos se vamos acordar amanhã. Nossa comida está acabando e se aquelas sementes não funcionarem não sei como vai ser daqui a uns meses. Estamos comendo algumas comidas que já passaram da validade. Mas é o que temos. Nosso tempo está acabado. Ou vai ser o fim do mundo ou a fome. – Ela fala tentando segurar as lágrimas.
- E acha que ir embora resolve tudo? – Pergunto e dou um beijo no rosto dela.
- Não. Mas queria te deixar livre. Só isso. Mas eu não queria ir. Quero ficar com você. Mas você me tira do sério as vezes. E você gosta disso. Sente prazer só pode. Você adora me ver explodir. – Ela fala irritada e me dá um tapa.
- Não vou mentir. As vezes eu gosto de te ver irritada. Me anima. Mas as vezes você explode e eu não consigo acompanhar. Eu bem sei o que está acontecendo. Então quero que começando de hoje, você tente me contar o que está acontecendo. E eu vou tentar não explodir tanto com você. – Falo tentando fazer um acordo.
- Tudo bem. Vou tentar manter mais a calma. Mas você entende que vai fazer três anos que estamos no fim do mundo? – Ela fala e começa a passar sabão no corpo.
-É claro que eu entendo. Tem momentos que eu começo a surtar também. - Pego o sabão da mão dela e começo a passar nas costas dela.
-É o fim do mundo e ele não acaba e não volta ao normal. E pior de tudo é ficar preso aqui. A cada viagem eu consigo respirar um pouco. Mesmo assim, não é nada. Saímos sempre com medo e sem saber se vamos voltar. E a cada viagem encontramos menos coisas. - Ela fala preocupada.
-Vamos dar um jeito. Fica tranquila. - Eu falo e abraço Ayla de leve.
Terminamos o banho e Grace já estava nos esperando para jogar. Dividimos as equipes e hoje decidimos jogar Rummikub. O jogo estava perdido e a menina estava insistindo a dias pra gente jogar. Resultado, perdemos a hora jogando. Mudamos as regras, fizemos duplas, Ayla falava que eu estava roubando, mas é claro que eu não estava.
-Já vai amanhecer. Grace vamos dormir. Seu pai já está caído no chão. - Amber falava enquanto pegava a menina no colo e cutucava Alex.
Ayla estava deitada no chão com duas peças na mão ainda na esperança de ganhar o jogo. Eu estava exausto pensando seriamente em dormir ali mesmo, mas sem dúvidas acordaria todo quebrado. Vou engatinhando até Ayla e fico deitado ao lado dela.
-Vamos levantar e ir para o quarto. - Falo com os olhos fechando.-Vou ganhar agora. Me de cinco minutos. - Ela fala lentamente e fecha os olhos.
Levanto com dificuldade, eu estava tão cansado que se pegasse Ayla no colo cairia com ela. Nesse momento eu agradeci por não ter filhos. Amber foi se arrastando para o quarto com Grace no colo e Alex foi se arrastando atrás.Puxo Ayla pela mão. Ela nem conseguia ficar em pé sozinha. Peça forças a Deus e pego ela no colo. Vou me arrastando até o meu quarto. Hoje à noite estava muito fria. Joguei Ayla na cama, tire o short dela para colocar uma calça de moletom. Fui até o armário procurar uma calça. Quando me virei ela já tinha mudado de posição estava agarrada no travesseiro como se fosse uma pessoa.
Aproveitei e peguei logo um casaco pra ela. Vou no meu quarto e troco a minha roupa, já estava morrendo de frio. Pego ouro cobertor dentro do armário e vou para o quarto de Ayla, viro ela de frente e começo a colocar a calça, ela começa a resmungar alguma coisa, mas eu estava exausto demais para entender. Coloco ela sentada, tiro o sutiã por baixo da blusa mesmo e coloco o casaco nela, passo o cobertor por cima dela, dou um beijo na testa e vou caminhando para a porta.
-Vai aonde? - Ela pergunta sonolenta.
-Dormir no meu quarto. -Respondo.
Ela apenas bate a mão na cama, me chamando para dormir com ela. Era obvio que eu queria, estava apenas esperando um convite. Deito na cama atrás dela. Ela posiciona a cabeça no meu braço e abraça o segundo travesseiro que estava na cama. Eu a abraço bem próximo do meu corpo e apagamos.
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Os olhos de Ayla
ActionA terra estava passando por grandes mudanças, e não eram boas. Uma chuva ácida estava chegando e todos precisavam se proteger. O clima de pânico estava ativo na terra e as pessoas tinham medo de sair de casa, mas ao mesmo tempo tinham medo de ficar...