Capítulo 13

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Ayla Jones

Entramos no shopping e começamos a correria. Loja de bolsas. Cada um pegou uma bolsa grande e duas mochilas. Eu peguei uma mochila para a Grace escondida. Desculpe, mas achei tão a cara dela e ninguém viu.

Corremos para o nosso primeiro destino. Farmácia, dessa vez vamos levar tudo. Nossa intenção e não ter que voltar mais.

Começamos. Remédio pra gripe, dor, infeção, febre, cólica. Olhei a pílula do dia seguinte. Pensei. Melhor pegar, nunca se saber quando alguém vai precisar, falo da Amber no caso. Os homens estavam pegando camisinha, rindo e falando alguma coisa.

- Essa brilha no escuro, vou levar a Amber vai gostar. Você devia levar também. - Alex fala rindo e os dois me olham. Reviro os olhos.

Olhei remédios pra criança. Absorventes. Os filmes não mostram, mas nós ficamos menstruadas mesmo no fim do mundo. Passo e vejo teste de gravidez. Melhor levar a Amber pode precisar. Pego itens de higiene o máximo que dá. Vou na sessão infantil, Grace está precisando cuidar do cabelo e Alex nem vai lembrar disso. Pego tudo o que uma criança vai precisar.

Saímos a farmácia e seguimos para a próxima loja. Roupas. Mas só pegamos o básico. Vamos ter que começar a economizar nas roupas. É complicado de lavar, mas também fica difícil ficar voltando roda hora. E nem podemos mais.

No caminho passamos em frente a uma loja de brinquedos de criança.

- Esperem - Falo e os dois param segurando as armas.

Entro na loja correndo. Pego uns brinquedos para Grace e uns jogos. Precisamos passar o tempo de alguma forma. Saio correndo.

- Sério Ruiva ? - Dylan fala cruzando os braços.

Mostro o dedo do meio pra ele. Jogamos tudo na mala do carro e dessa vez eu vou no banco atrás. Dylan da partida e seguimos o caminho.

Próxima parada uma loja de artigos para a nossa proteção que Alex conhecia. Óbvio que já tinham levado tudo. Mas eles insistiram em passar. Quando entramos na loja tudo estava revirado. Mas conseguimos duas pistolas que foram esquecidas e algumas munições. Revirei um pouco mais a loja e consegui facas e canivetes. Isso poderia ajudar em algum momento.

Saímos da loja e passamos na loja de plantas. Olhei para o céu e estava mais escuro do que antes. O próxima chuva iria vir forte. Mas a gente teria tempo. Semanas na verdade. Seguimos nosso caminho. E eu fiquei no bando de trás esvaziando as bolsas. Pra poder encher mais.

Nossa próxima parada seria no mercado. Mas antes de chegar percebemos uma movimentação, meu coração acelerou. Era uma família, tinha duas crianças elas não tinham nem 10 anos. Não pareciam ser assassinos, mas a gente não poderia arriscar. Dylan voltou com o carro e então decidimos ir a um mercado que seria mais longe. Mas talvez seria mais seguro.

Já estava ficando tarde e o nosso tempo estava acabando. Decidimos que não voltaríamos tarde para não voltar no escuro, assim ficaria mais difícil a visibilidade e poderíamos ser surpreendidos.

Chegamos ao mercado, não tinha ninguém. Colocamos o carro escondido. Pegamos as bolsas vazias e começamos a pegar o que ainda tinha sobrado. Biscoitos, Paes, torradas, leite, sucos , Dylan pegou refrigerantes e eu o vi andando até a sessão de alcoólicos. Ele ficou parado em frente as bebidas pensando. Alex se aproximou.

- Pega cara, vamos comemorar em casa. Só não vou poder beber, Amber me mata. Mas você pode. - Alex fala rindo.

- Também não posso. Não quero assustar a Ayla de novo. - Ele fala baixo.

- Assustar como ? - Alex pergunta.

- As duas princesas vão pegar as coisas ao vou ficar de papo ? - Falo passando pelo corredor.

Continuo pegando as coisas e escuto um trovão muito alto. Coloco a mão na cabeça e me ajoelho de medo. Parece que o raio caiu ao lado do mercado. Fico abaixada até que sinto uma mão no meu ombro. Puxo a arma que está na minha cintura e aponto. Era Dylan me olhando assustado com as mãos para o alto em sinal de rendição.

- Sou eu Ruiva - Ele fala abaixando a minha arma - Imaginei que iria se assustar com o trovão.

Respiro fundo e logo depois vem outro trovão e a chuva. Fico olhando para a porta do mercado sem acreditar. Largo as bolsas no chão e vou correndo para a porta. Abro a porta e fico olhando a chuva.

- Volta pra dentro Ruiva. É perigoso - Dylan fala vindo na minha direção.

Sinto uma gota cair no meu braço e queimar, dou dois passos pra trás e Dylan me puxa pelo braço me trazendo pra dentro do mercado. Fico com muita raiva. A chuva tem dia para cair e não era hoje. Agora ela não tem hora para parar, o carro estava protegido, mas não tinha como chegar nele. E pela ardência no meu braço a chuva ainda era bem ácida.

- Que merda... Que merda.... - Grito.

Dylan pega a uma garrafa de água e joga um pouco no meu braço. Olho e meu braço está queimado e vermelho. É bem pequeno, mas arde muito. Só que no momento estou com raiva. Que hora vamos voltar pra casa. E estamos expostos aqui. Sem proteção.

- Fica calma. A chuva vai passar e saímos - Alex fala preocupado.

- Vai demorar Alex. Nem sabemos quando vai acabar. Esqueceu que a chuva já durou 3 dias seguidos ? Estamos expostos aqui - Falo e dou um soco no balcão.

- Vamos ficar no fundo do mercado. Deve ter uma sala aqui aonde os funcionários ficavam. Passamos o tempo que a chuva durar lá e assim que parar voltamos pra casa. - Dylan fala tentando me acalmar.

- E se não parar nem tão cedo Dylan ? Moramos aqui ? E a Amber e a Grace ? Vão ficar preocupada. E se elas saírem ? - Falo pensando em tudo.

- Não pode chover pra sempre, vai dar tudo certo. E elas não vão sair. Sabem que não podem sair. - Alex fala.

A chuva começou a cair forte. E pelo jeito não iria parar nem tão cedo. Os homens foram pegando as coisas que faltavam e eu fui procurar essa tão sala. O mercado não era muito grande mas os funcionários precisavam de um banheiro e um lugar para comer e descansar da hora do almoço. Achei a sala. Era bem pequena. Tinha um banheiro, uma mesa e suas cadeiras. Uma geladeira.

Olhei em volta. Tinha uma pequena janela. Assim eu conseguiria ver quando a chuva parasse. Esse espaço era um lugar péssimo. Mas era o que tinha. Eles terminaram de pegar tudo o que precisava e entraram na sala. Colocaram as bolsas no chão. E saíram da sala para conversar.

Eu fiquei sentada no chão da sala olhando para a janela pedindo a Deus para que a chuva parasse. Olhei para o meu relógio. Era 18:49. Quanto tempo mais eu ficaria aqui? Sem proteção e vulnerável.

Peguei a arma e fiquei segurando. Atenta a qualquer barulho.

Os olhos de AylaOnde histórias criam vida. Descubra agora