Capítulo 30

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Dylan Collins

Era ótimos estar bem com Ayla, mas eu sentia que era totalmente, ela estava aqui, mas sempre com um passo de distância. Provavelmente era medo de se machucar outra vez, mas com o tempo ela iria perceber que estou fazendo o possível para a ser melhor.

Todos os dias ela ia até o rádio ver se conseguia sinal. E depois de duas semanas de silencio total o rádio voltou. Todos nós ficamos sentados para ouvir as notícias e tentar entender o que aconteceu naquele dia.

-Sim Jim, voltamos. Conseguimos reestabelecer o sinal. Algumas pessoas puderam ver um grande clarão indo em direção ao céu. Foi um dos primeiros testes que os cientistas fizeram para o novo experimento que pode salvar a terra. - O Repórter fala empolgado.

-Isso John. Ainda não temos informações sobre esse experimento, se vai ser repetido ou quais efeitos eles têm. Mas o que sabemos é que temos alguma coisa. Estão começando a se mover para acabar com o fim do mundo. Esperamos que dê certo.

A transmissão é cortada. Mas o que ouvimos já era um começo. Dessa vez não comemoramos como antes, mas a nossa felicidade era nítida. Ayla tentou sorrir dessa vez. Eu queria muito que essa fosse a nossa chance. Não sei como seria depois. Mas isso sem dúvidas já era uma ponta de esperança.

Passamos a tarde jogando com Grace. Mudamos a regra do jogo para que ficasse mais difícil, menos tedioso e diferente. Quando percebemos já estávamos jogando a horas. Amber e Ayla foram fazer algo para comer e nós continuamos jogando.

Eu as vezes olhava para a cozinha. As duas estavam conversando. Amber estava com a mão na boca assustado olhando para Ayla. Amber segurava a mão dela triste, eu tentava entender o que era, mas não conseguia ouvir. Amber limpa as lágrimas. Escuto o final da conversa enquanto me aproximo da cozinha.

-Tem certeza disso? - Ela respira - Ele sabe? - Amber fala preocupada.

-Não... - Ayla prende o cabelo. - Tenho certeza. - Fala decidida.

-O que está acontecendo? -Falo e vou em direção a Ayla.

Abraço ela por trás. Dou um beijo na nuca dela. O corpo dela arrepia de leve e ela solta um sorriso.

-Pensa bem Ayla. - Amber fala. - Assunto de mulher Dylan. - Ela fala e me olha.
-Só estou curioso. - Falo e Ayla se vira pra mim.

-Não é nada. - Ela beija meu rosto de forma fria.

Ayla me solta e vai em direção ao quarto. Amber ainda está com cara de choro. Paro ao lado dela. Cruzo os braços.

-Esta chorando por que? - Fico olhando para ela.

-Nada. Não escutou a Ayla? - Ela fala de maneira Rude.

-Aconteceu algo? Eu preciso me preocupar? - Amber nem me olha.

-Ainda não. Cuide dela. Ou vai se preocupar depois. - Ela fala e vai para o quarto.

Ayla está aprontando algo. E perguntar não vai me levar a lugar nenhum. Vou ficar de olho nela.

(...)

Fui fazer a contagem do estoque e percebi que já estamos chegando na metade. Olhamos o céu e como a chuva parece que não vai cair durante um tempo, decidimos fazer uma viagem. Eu, Alex e Ayla para trazer mais coisas. Montamos a rota, separamos as bolsas, fizemos a lista do que precisamos e montamos nos preparamos para o pior, caso apareçam assassinos ou caso a chuva caia de forma inesperada.

Marcamos um tempo. Nós temos oito horas para voltar, já contando com os atrasos.
Decidimos que precisamos pegar câmeras, ferramentas e coletes a prova de balas se ainda existir. Acreditamos que tudo já foi levado, mas a esperança que nos movia agora. Então colocamos na lista. Precisamos também de alguns medicamentos. e novos jogos.

Pegamos armas, facas, um pouco de comida. E arrumamos tudo no carro. Nos despedimos de Amber e Grace e saímos com o carro para a nossa viagem.

Hoje decidimos ir mais longe. Explorar novos lugares. Passamos por um mercado e da porta já consegui ver estava vazio. As prateleiras no chão. Tudo revirado. Seguimos em frente e chegamos a uma farmácia. Ainda tinha alguns medicamentos, mas muitas coisas estavam reviradas. Comecei a pensar no prejuízo quem ainda está vivo, quando for reformar seus antigos negócios. Não só pela perda dos produtos, mas também pela destruição.

Seguimos viagem tentando achar um mercado. Ayla estava no banco de atrás. O tempo todo calada olhando pela janela. Ela não falava nada. Apenas sai do carro, nos seguia , pegava tudo e voltava. Ela parecia desconfortável.

- Está tudo bem Ruiva? Não pense muito. - Pergunto e olho no espelho central para ver o rosto dela.

- Estou com um mal pressentimento. - Ela fala sem me olhar.

- Vai ficar tudo bem Ruiva. Vamos voltar para casa logo. - Falo sorrindo, mas ela não me olha.

Paro em frente a um mercado. Estava todo revirado mas ainda tinha algumas coisas. Ayla desce com a arma na mão. Observo em volta e entramos. Começamos a colocar tudo correndo dentro da bolsa e escutamos alguém entrar. Ayla preparar a arma e vai andando em direção a porta. E eu vou logo atrás. Mas não consigo ver o quem era.

- Abaixem as armas. - Ayla grita. - Está tudo bem. É uma família.

Era uma família. Um homem, uma criança e uma mulher grávida. Fiquei olhando sem entender o que eles estavam fazendo andando no fim do mundo. O cara estava colocando em risco a mulher grávida e as duas crianças. A mulher estava com uma barriga pequena mas já era notável com o corpo coberto de tatuagens. Um menino que devia ter uns 7 anos. O homem era grande forte e todo tatuado.

- Não quero confusão. Apenas quero pegar algo para matar a fome da minha família. - O cara fala e guarda a arma na cintura.

- Sem problemas. Queremos o mesmo. - Ayla fala.

Ela vai até o homem, estende a mão, ele aperta. A mulher sorri e aperta a mão de Ayla também. O menino era muito tímido e parecia estar com medo. Mas deu um sorriso. E assim começamos a dividir o mercado. Eu fiquei o tempo todo de olho neles.

Os olhos de AylaOnde histórias criam vida. Descubra agora