Dylan Collins
Eu já tive uma esposa. E ela morreu por minha culpa. Porque eu estava bêbado e não protegi a casa. Se eu estivesse lá isso não teria acontecido. O momento do casamento não era fácil, nossas brigas eram intensas e aconteciam praticamente todo dia e por motivos idiotas. Eu a
Nesse dia eu dormi no bar, acordei no dia seguinte com o dono me acordando, pedindo que eu fosse pra casa porque eu precisava limpar o bar para abrir mais tarde. Eu paguei a conta e fui embora. Quando fui me aproximando da minha casa comecei a ver muita movimentação, policia. Bombeiros e vizinhos. Quando fui me aproximando as pessoas me olhavam com um olhar de pena. Ainda me lembro de Joe falando “Dylan... Vai ficar tudo bem, se precisar de algo estou aqui. “Eu inda não sabia o que tinha acontecido. Quando cheguei na varanda da minha casa, pude ver a porta arrombada, tudo pelo caminho quebrado e coisas faltando. Os policiais falavam alguma coisa comigo, mas eu estava de ressaca, minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento. Me lembro de um policial segurar meu braço para chamar minha atenção.
-Onde o senhor estava durante a noite? - O policial perguntava sério e segurava meu braço.
-No bar. - Eu respondi com dificuldade.
-Qual bar? - ele continuou.
-Moes. - Respondi enquanto chegava na cozinha.
-Tem álibi? - Ele perguntou e eu fiquei olhando pra ele.
-Pra que...- Antes de terminar a frase vi meu chão cheio de sangue e o corpo com um saco plástico em cima.
Senti meu coração acelerar, eu nem lembrava mais da dor de cabeça. Queria que fosse qualquer pessoa, menos Alice. Me aproximei dor corpo com medo de levantar o saco preto, respirei fundo e pedi a Deus que não fosse ela. Mas quando levantei era o rosto de Alice, pálida. Eu tirei o saco preto em cima dela e pude ver duas marcas de tiro, uma na barriga e uma na perna, ela estava com alguns hematomas que demostrava que lutou antes de morrer.
Senti um uma mistura de pânico, enjoo e logo depois veio a culpa. Sentei ao lado do corpo, mas não consegui chorar, fiquei apenas olhando. Um policial se aproximou e chamou para a sala, eu me levantei e o outro cobriu Alice. Eu sentei no sofá, no meio da bagunça. Peguei meu telefone e liguei para Alex.
-Fala mano. Já está acordado tão cedo? - Alex me perguntava sonolento.
-Invadiram minha casa...Alice...esta deitada no chão da cozinha.... tem um saco preto nela. - Eu não conseguia falar direito.
Na verdade, eu não conseguia dizer que Alice estava morta. Mesmo com as brigas eu queria me separar, queria que ela fosse feliz com outra pessoa e eu queria ser feliz com outra pessoa. Ela era uma mulher maravilhosa e as nossas brigas eram porque eu estava sempre bebendo, vendo futebol americano, fazendo tudo ou qualquer coisa sem ela.
Depois de alguns minutos Alex e Amber chegaram, ela nem me olhou nos olhos, foi direto ver a amiga. Nesse momento bateu a segunda etapa do arrependimento, Amber nunca me perdoaria, e ela estava certa. Alex ficou conversando com os policiais. O que ficamos sabendo é que dois caras armados entraram na minha casa, forçaram a entrada da casa, ficaram com Alice por quase duas horas enquanto roubavam tudo. Porque ficaram tanto tempo dentro da casa ninguém sabe.
O que eu sei é de tudo é que Alice foi torturada, levou dois tiros e eu não estava em casa para protegê-la. Ela era uma mulher maravilhosa, doce, divertida, cuidadosa. Que queria casar e ter filhos, era uma ótima cozinheira e pela infelicidade da vida me encontrou, um cara que na época não queria casar, achava bobeira, eu pensava que tinha muito tempo para ter filhos, que tinha muito tempo para sair com a minha esposa e aproveitar a vida ao lado dela. Mas na verdade eu não tinha, ficamos juntos por dois anos, um pouco mais. E eu sei que não fiz Alice feliz e para completar ela perdeu a vida por minha causa.
A minha casa não foi liberada. Ela ficou em investigação, então eu fui morar com meu irmão. Quando tudo acabou eu não conseguia voltar para casa, então continuei com ele até trazer problemas, eu comecei a beber mais que antes, Alex começou a beber até que ele e Amber brigaram, ele deu um tapa na cara de Amber e eu não sou a favor de bater em mulher, nenhuma mulher merece isso, mas para piorar a situação Grace viu. A menina começou a chorar, teve febre a noite e mais uma vez eu fiz merda e me senti culpado. No meio da noite eu arrumei minhas coisas, fui até o quarto falar com Amber, pedi desculpas por tudo e agradeci por ela ter me recebido apesar de tudo.
Eu não tinha pra onde ir, então passei a noite sentado na minha varanda, no dia seguinte aluguei um quarto em um hotel barato e comecei a procurar outra casa pra mim. Até que encontrei essa, uma casa pequena com um Bunker, achei interessante, seria seguro. Comecei a arrumar a casa e visitar cada vez menos meu irmão e não recebia ele em casa.
Minha antiga casa depois de um bom tempo eu consegui alugar. Não consigo vender, mas também não consigo morar nela. Comecei a trabalhar em casa, trabalhava pouco no escritório, e fui vivendo assim até a chuva chegar, até abrigar meu irmão no Bunker e até Ayla invadir meu Bunker.
Flashback Off
E hoje estamos aqui, depois de tanta briga, tanta confusão com a Ayla eu não consigo mais viver sem ela, sim eu estou apaixonado, eu amo a Ruiva, e não quero que ela morra, ela não pode me deixar, dessa vez que tentei fazer tudo certo, pedi em namoro, quero fazer o pedido de casamento e se ela quiser quero até mesmo fazer uma festa aqui dentro, para três convidados, mas são os únicos que importam. Mesmo com o fim do mundo eu quero ter uma vida com Ayla.
- Vamos morrer juntos. Foda-se – Eu falo e dou outro beijo em Ayla.
Não importa o que ela tenha, se é contagioso ou se vamos morrer daqui a pouco ou daqui a uns dias. Quero faze-la feliz enquanto tiver vida, e quero ser feliz ao lado dela, sem mais brigas. Não quero perder mais tempo como fiz da ultima vez.
Olho para Alex e ele estava assustado, Amber estava tranquila, acho que ela entendia o que eu estava fazendo, vejo Grace parada sem entender o que estava acontecendo e volto o olhar para Ayla. Ela estava linda, sorrindo mesmo fraca, eu pego a no colo e deito na maca. Puxo uma cadeira e sento ao lado dela.
-Eu te amo Ruiva. Estamos juntos nessa merda. Seja o que for. - Falo e ela sorri.
-Estão mesmo. -Amber fala tranquila. - Ayla esta Gravida. Vocês estão juntos nisso. Parabéns aos pais.
Fico olhando para Ayla sem entender, ela na hora se assusta e levanta para sentar na maca, mas percebo que ela fica tonta e se desiquilibra, eu seguro rápido e Amber pega algo na bancada, entra na sala e mostra o papel para Ayla. Ela fica olhando sem entender.
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Os olhos de Ayla
ActionA terra estava passando por grandes mudanças, e não eram boas. Uma chuva ácida estava chegando e todos precisavam se proteger. O clima de pânico estava ativo na terra e as pessoas tinham medo de sair de casa, mas ao mesmo tempo tinham medo de ficar...