Ayla Jones
A mulher começou a conversar comigo. Ela se apresentou como Livia, o filho era Dimi e o marido Fred. Ele me disse que ouviu a notícia do rádio e que também viu o clarão. Eles estavam na rua.
- Tenho medo daquela pressão ter afetado meu neném. - Ela fala pegando uma papinha.
- Como vai fazer com o parto ? - pergunto preocupada.
- Natural. Vou ter no Bunker. Minha irmã vai me ajudar. - Ela fala tranquila.
- Que bom que tem tudo planejado. - Respondo sem saber o que dizer.
- Você têm filhos? - Ela fala e o menino ajuda a coloca tudo em uma mochila.
- Não. Tenho uma sobrinha. - Falo pegando uns biscoitos.
Alex estava conversando com Fred. Terminamos de pegar tudo. Guardamos nos carros. Nós despedimos da família e seguimos nosso caminho e eles foram no sentido contrário. Dentro do carro Alex estava comentando sobre a família.
Nossa próxima parada seria no shopping. Esvaziamos as bolsas e entramos. Dylan entrou na frente apontando a arma. Eu no meio e Alex atrás. Entramos em cada loja e olhamos tudo. Pegamos remédios, roupas, brinquedos . Tudo o que a gente iria precisar ou que imaginava que iria precisar.
Passo em uma loja com coisas de criança. Fico olhando da porta vejo que Alex e Dylan estavam longe. Entro na loja rápido e pego um macacão branco e jogo na mochila. Os dois param na porta e ficam me olhando. Tento disfarçar fingindo estar procurando algo.
- Está vindo um sobrinho pra mim Dylan? - Alex fala sorrindo.
- Não fala besteira. - Dylan me olha. - Está vindo? - Ele fala com uma ponta de esperança.
- Sabe que não tem como. É impossível. Estou vendo se acho alguma coisa para Grace. Mas não tem. - Saio da loja.
- Como é impossível? - Alex pergunta.
- Ela não pode ter filhos... Longa história. - Estudo Dylan falar desanimado.
Era doloroso saber que não posso ter filhos. Mas era mais doloroso prender uma pessoa em um relacionamento desse. Dylan não merecia isso. Ele queria ter filhos e poderia ter. Eu não poderia mais prender ele dessa forma. Seguro as lágrimas e sigo o caminho.
Escondido em uma área do shopping achamos uma loja com armas e facas, tinha um pouco de tudo. Pegamos mais algumas mochilas que pareciam ser bem resistentes e tinha até mesmo roupa de guerra. Não sei que tipo de pessoa frequentava essa loja.
Pegamos tudo o que conseguimos carregar. Andamos o mais rápido possível em direção ao carro. Já tínhamos gasto metade do nosso tempo, e a culpa não era nossa. O tempo passava muito rápido fora do bunker.
Entramos no carro e os dois ficaram programando a próxima viagem. Abri a mochila que estava ao meu lado e vi o pequeno macacão. Ele era todo branco e estava escrito com uma letra linda e preta " Amor da mamãe e do Papai". Era uma frase cafona. Mas eu queria ter motivo para usar. Seco uma lágrima que caiu e percebo que Dylan estava me olhando pelo espelho central.
Essa seria a nossa última parada. Um mercado mais afastado que tinha. A entrada dele estava toda destruída. O local não tinha nenhum lugar para se abrigar da chuva do lado de fora. Entramos e percebemos que estava vazio. Não tinha nada.
Fui andando olhando cada pedaço do mercado. Nos fundos dele tinham coisas para casa e em um canto escondido coisas para jardim. Fiz uma sinal para os dois se aproximarem. Peguei minha última mochila vazia, comecei a jogar os saquinhos de sementes, pazinhas e tudo o que cabia na mochila. Alex e Dylan pegaram sacos de terra e outras coisas mais.
Colocamos tudo no carro e eles entraram. Eu fiquei do lado de fora pensando. Não podia mais continuar sim isso. E voltar para o bunker não iria ajudar em nada. Eu poderia encontrar um outro lugar para me abrigar. Só não queria encontrar outro grupo. Não precisava de uma família. Eu já tinha essa daqui. Mas eu não podia mais prender Dylan. Eu não podia fazer isso com ele. Dylan ficaria comigo mas seria infeliz.
- Anda ruiva. Entra no carro. - Dylan fala dando a partida. - O que aconteceu Ayla. - Ele fala nervoso.
- Podem ir. - Falo e ele desliga o carro.
- O que ? Como assim? - Alex fala me olhando sem entender.
- Que porra você está falando Ayla? Ir pra onde ? Sem você? - Dylan fala saindo do carro.
- Sim. Precisa ir embora. Vai ser melhor assim Dylan. - Falo segurando as lágrimas.
- Melhor pra quem? - Ele olha para Alex com raiva. - Vai ser melhor pra você Alex? - e ele nega com a cabeça. - Vai ser melhor pra quem ? Porque ? - Ele fica me olhando.
- Dylan. Deixa de ser idiota. Não posso ter filhos. Você quer ser pai. Eu estou te prendendo. Você pode arrumar outra pessoa. Ser feliz. - Falo tentando me explicar.
- Vou arrumar quem? Aonde? Eu te amo Ayla. Coloca isso na sua cabeça. Não quero outra pessoa. Não quero filhos se não for com você. Podemos ter filhos de outra forma. Tem barriga de aluguel. A Amber pode ser barriga de aluguel. - Alex interrompe ele.
- O que ? - Alex fica olhando assustado.
- Podemos adotar. Tem tantas maneiras. Tem tantas opções. Mas o mais importante é que com ou sem filhos. Eu quero ficar com você. Isso que importa. Mais do que qualquer outra merda. - Dylan fala.
- Eu não vou poder te dar filhos. Você não vai ser feliz ao meu lado. - Falo quase chorando.
- Eu já sou feliz. Com você. Entra no carro e vamos embora. Por favor. - Ele fala né implorando.
Eu suspiro como se tivesse me rendendo. Guardo o arma e entro no carro. Dylan entra e trava as portas. Sem dúvidas com medo de eu tentar fugir. Alex não fala nada, fica apenas pensando. Como se tivesse tentando digerir a conversa. E seguindo a viagem assim. Em silêncio.
Dylan foi dirigindo o mais rápido que pode. E um pouco depois do tempo chegamos em casa. Amber já estava preocupada andando de um lado para o outro. Estacionamos o carro na garagem e Amber veio correndo. Saímos do quarto e ela abraçou Alex.
- Sabe da nova Amber? - ela fica olhando sem entender.
- Eles brigaram de novo? Bem isso não é uma nova. - Amber fala pensativa.
- Você vai ser barriga de aluguel. Parabéns. - Alex fala e começa a pegar as bolsas. - Eu quero saber como isso vai ser feito Dylan.
- O que? Eu não concordei com isso - Amber fala assustada.
- Não foi isso que eu quis dizer. - Dylan vai até Alex. - Cara não é isso. Você entendeu errado. Eu não vou pegar sua mulher. - Ele fala nervoso.
-Não vai pegar mesmo. - Amber fala nervosa.
-Calma. A culpa é minha. Eu não posso ter filhos. Tentei resolver isso indo embora. Mas Dylan não deixou. Daí ele veio com essa ideia. Mas isso não é uma opção. - Falo tentando acalmar todos.
- Você ia embora? Ia mesmo? - Amber fala nervosa. - Aqui é sua casa Ayla, sua família. Não pode ir embora. Você disse que ia. Mas não acreditei que iria mesmo.
- Você ia embora. E não me avisou? Você sabia Amber e não falou nada ? - Dylan fala nervoso.
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Os olhos de Ayla
ActionA terra estava passando por grandes mudanças, e não eram boas. Uma chuva ácida estava chegando e todos precisavam se proteger. O clima de pânico estava ativo na terra e as pessoas tinham medo de sair de casa, mas ao mesmo tempo tinham medo de ficar...