Dylan Collins
As semanas passaram e eu estou mais tranquilo quanto ao meu relacionamento com Ayla, tenho que assumir que estou muito feliz. Ela continua sangue quente. Amber fala que somos malucos, mas que somos feitos um para o outro. Eu posso dizer que nós combinamos. Ayla tem prazer em foder minha mente e eu tenho prazer em tirar ela do sério. Amber está certa sobre a nossa loucura. Mas nunca vamos assumir isso.
Ayla está dormindo no meu quarto. Quando eu a tiro do sério, ela vai dormir no quarto dela, mas durante a madruga eu apareço lá. Nos dias de chuva forte ela ainda fica andando pela casa assustada, mas não demostra que está com medo. Diz que é insônia. Faz tempo que não tem pesadelos. Tudo está começando a melhorar, as vezes eu esqueço que estou no fim do mundo. Só percebamos porque precisamos racionar a comida e não podemos sair de casa. Grace que sobre um pouco com isso, ela é uma criança, quer brincar do lado de fora e não pode. Quer ter amigos, sente falta de ir para a escola.
Não vamos fazer uma viagem tão cedo. Estamos com todos os mantimentos que precisamos. Estamos só tentando fazer com que o dia passe rápido. Tentamos de tudo, começamos com jogos, imaginação com Grace, bichinhos de pelúcia. Eu as vezes pego o carro para dar uma olhada, Amber e Ayla ficam arrumando a casa e mudando os poucos móveis de lugar. Ayla fica contando histórias para Amber na hora de dormir e no almoço nos reunimos para contar as nossas histórias.
(...)
Mas chega uma hora que o tédio bate. Não tem mais nada para fazer. O ser humano não foi feito para sobrevive tanto tempo assim confinado, sem surtar. Já perdi as contas que quanto tempo estamos aqui, mas tenho certeza que já passaram dois anos. Deito na minha cama e fico pensando. Escuto Ayla me gritar.
-Dylan corre aqui, vem escutar – levanto e vou correndo até ela.
Entro na sala de Horta e Ayla está sentada com Amber e Grace no chão, Alex em pé na porta. O rádio está ligado e eles estão em silencio ouvindo o que os homens falam.
-Não queremos criar expectativas, mas parece que os cientistas descobriram alguma coisa. Não sabemos ainda se pode ser a salvação da terra... A nossa salvação, mas sabemos que os melhores cientistas estão reunidos em uma grande conferencia para discutir o que eles descobriram e para tentar resolver o problema da chuva ácida. - O primeiro homem fala.
-Sim Jim. Ainda não temos certeza, mas isso já é uma ponta de esperança. Acho que estamos caminhando para a nossa salvação. Nós não sabemos nada ainda. Se é um aparelho ou outro tipo de coisa. Só sabemos que eles acharam uma possível solução, mas não testaram ainda. Algumas pessoas estão inseguras com essa nova solução. Não sabem ainda como vai afetar a terra ou os seres humanos. - O segundo homem fala.
-Sim Jonh. O que sabemos é que precisamos esperar os testes e as respostas dos cientistas. Precisamos ter esperança. Estamos esperando por isso a mais de dois anos. Essa pode ser a solução que tanto esperamos. Se tudo der certo vamos voltar a nossa vida normal. - O Primeiro homem fala.
-Nem tão normal Jim. Precisamos pensar nas perdas que tivemos. Muitas pessoas morreram por causa das chuvas, por causa de ataques. Perdemos muitas pessoas e na verdade não sabemos o quanto perdemos ainda. Mas uma coisa de cada vez. Primeiro precisamos da nossa salvação. - O segundo homem fala e Ayla desliga o rádio.
Ficamos animadas. Amber e Alex começam a comemorar. Grace não sabe o que está acontecendo direito, mas fica correndo pela casa. Ayla continua sentada na mesma posição. Sento ao lado dela.
-Não está feliz? - Pergunto.
-Estou, mas estamos criando esperança de algo que ainda não temos certeza. Os cientistas não se pronunciaram ainda, apenas os jornalistas. E se a informação não for verídica? - Ayla fala preocupada.
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Os olhos de Ayla
ActionA terra estava passando por grandes mudanças, e não eram boas. Uma chuva ácida estava chegando e todos precisavam se proteger. O clima de pânico estava ativo na terra e as pessoas tinham medo de sair de casa, mas ao mesmo tempo tinham medo de ficar...