Capítulo 10

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Ayla Jones.

Acordo de madrugada com frio. Olho para o lado o Rei de tudo estava sentado em uma cadeira ao meu lado dormindo de braços cruzados todo torto. Chego mais para a ponta da cama e toco na mão dele. Dylan acorda assustado.

- Precisa de algo? Aconteceu alguma coisa ? – ele fala e ajoelha ao meu lado.

- Estou com frio só isso. – falo e ele coloca a mão em meu pescoço. A mão estava gelada.

- Você está quente. Deve estar com febre – Ela pega o termômetro e coloca no meu braço. O termômetro apita depois de alguns minutos.

- 39,5 .. vou te dar um remédio para a febre – ele fala

Dylan pega o remédio em cima da mesa com a água. Me ajuda a levantar, coloca remédio na minha mão e me entrega a água. Tomo o remédio. Ele coloca tudo de volta no lugar.

- E um cobertor. – eu falo morrendo de frio.
Ele pega um cobertor no armário. Eu deito, eles abre o cobertor, me cobre, senta ao meu lado na cama. Abre os 2 primeiros botões da minha blusa, afasta eu me assusto. Ele olha o curativo e vê que está tudo bem.

- Quem era aquele cara Ruiva ? – Ele pergunta preocupado.

- Matou ele ? – pergunto

- Não e nem sei porque não matei. – ele suspira.

- Ele não é meu marido. – suspiro – Deita aqui. – abro espaço na cama e ele deita ao meu lado.

- O nome dele é Calvin, mais babaca que você – Ele bufa – É uma história ridícula e eu tenho vergonha então não seja um babaca. – ele confirma com a cabeça – Calvin é dono de muitas terras por aqui, você devia conhecer ele. Eu evitava ir a cidade sozinha porque ele ficava dando em cima de mim, na verdade de qualquer mulher, mas eu corria dele, ele era sujo, sem cérebro e babaca. Ele todo mês ia receber o aluguel pessoalmente só pra falar uma gracinha pra mim. Na maioria das vezes eu me escondia. Até que meu pai começou a fazer propaganda dele, me chamar quando Calvin estava lá em casa e um dia em entendi o motivo. Meu pai estava devendo 4 meses de aluguel para o Calvin, eu não sabia de nada. Então um dia Calvin entrou na minha casa e se achou no direito de me lavar até meu pai pagar o aluguel. Uns homens entraram e saíram de carregando para fora de casa. Eu gritava e meu pai não fazia nada. – Suspiro e olho para Dylan.

- Estou te ouvindo. Continue – Ele fala sério.

- Fui morar forçada com Calvin. Depois de 5 meses percebi que meu pai não ia me buscar. Então tentei fugir. Uns homens me encontraram e me levaram de volta para Calvin. Ele me estava bêbado, na verdade ele estava quase sempre bêbado, estranho ele não estar bêbado hoje, enfim. Ele me bateu e no final deu um corte na linha costela. Disse que se eu tentasse fugir de novo ele enviaria a faca em mim. Eu fiquei muito assustada – nesse momento caiu uma lágrima e Dylan secou – eu não aguentava mais. Então veio o dia da chuva. Todo mundo estava desesperado. Calvin tinha um Bunker e não daria abrigo a ninguém, só a mulheres. Eu não iria viver com ele em um Bunker literalmente presa. Seria o meu fim. Então aproveite uma confusão e sai correndo pela floresta. E então achei vocês. Pensei que Calvin tinha morrido na chuva. Eu de verdade queria isso. Mas pelo jeito não morreu.

- Nem sei o que te falar Ayla. Mas deve ter vivido um inferno lá.. – Ele fica pensativo. -  Por isso que ficou assustada naquele dia. Por causa da bebida. Desculpe eu não sabia.

-Sim, meu pai se tornou alcoólatra depois que minha mãe morreu. Eu era muito nova. Cresci com cheio de bebida e tomei horror a isso. E depois veio o Calvin.  – Respiro fundo.

Era bom ter esse Dylan não babaca me ouvindo. Na verdade nesse tempo todo acho que essa foi a nossa primeira conversa normal que tivemos. Sem agressão verbal ou deboche. Dylan ia se levantar.

-Vai abandonar o plantão ? – Falo seria.

- Não. Só vou entrar na cadeira. – Ele fala sentando na cama.

- Fica deitado aí. Tem espaço. Amanhã vai acordar cheio de corpo no corpo sem necessidade. – Falo e me cubro com um braço. O outro ainda dói muito.

Ele deita na cama e fica de barriga pra cima. Percebo que ele está desconfortável. Mas é melhor do que ficar na cadeira.
Acordo ouvindo um barulho, abro os olhos e  estou abraçada com Dylan, ele está com a mão na minha cabeça. Amber está ao lado da cama, mexendo curativos. Ela me olha sorrindo, Mexe em Dylan, ele acorda na susto e da um pulo.

- Desculpe atrapalhar o casa, mas o curativo está cheio de sangue. Preciso trocar. – Ela fala rindo.

Dylan fica sem graça e levanta. Eu abro a camisa ele fica me olhando. Ele percebe e sai do quarto e encosta a porta. Amber começa a trocar o curativo.

- Precisa ter cuidado para não infeccionar. Quer perder o ombro – Ela fica rindo.

- Não, por favor – Sorrio.

- Fizeram algo para esse curativo abrir ? – ela fala em um tom engraçado.

- Não , só conversamos – fico muito sem graça e meu rosto queima. Devo ter fica mais vermelha que a própria cor vermelho.

- Sua cara te denuncia... E essa ferida quase abrindo também. – ela me olha e começa a mexer. Sinto dor.

Ela começa a limpar e fechar a ferida. Ainda sinto muita dor. Coloco a blusa. Com a ajuda dela. Pego um casaco no armário de de Dylan e uma calça. Coloco a roupa e vou em direção a cozinha. Amber e Grace estão no quarto trocando de roupa. E Alex e Dylan na cozinha. Estou um pouco da conversa com dois.

- Se gosta dela para de ficar se prendendo – Alex fala sorrindo – vocês combinam.

- Sabe que não é assim. Depois da... – Dylan encosta da mesa  - Deixa essa merda pra lá.

- Aconteceu. Infelizmente. Mas você não tem que ficar sozinho o resto da vida. Precisa passar por isso. E Ayla é maravilhosa, tem jeito com criança, e vocês se dão bem ..Quando não estou tentando se matar por coisas idiotas como um pacote de chocolate. – Alex ri – Mas sei que gosta dela. Olha como você chegou ontem. Bem comigo você ficou assim.

- Não fala merda Alex. – Ele se irrita.

- Amber disse que você a viu sem camisa e ficou com cara de bobo. E hoje quando ela foi ver o curativo vocês estavam dormindo juntos. Abraçados e o curativo dela abriu. Aconteceu algo ontem a noite. – Alex fica implicando.

- Não fala merda cara. Ela até levar o tiro nem estava falando comigo – Dylan pega um copo de água.

- Mas levou o tiro porque foi pegar a camisa pra você. – Alex fala sério – Isso significa algo.

- Ela não sabia que iria tomar o tiro – Alex responde rápido.

- Mas estava no carro. Não precisava voltar se a camisa não importasse.

Entro na cozinha pegando essa última frase.

- Já aviso que a camisa cafona não era pra mim. Nunca colocaria isso no corpo. – falo pegando um copo de água.

- Está melhor Ruiva? – Dylan fala preocupado.

- Estou sim. Obrigada por ontem. – Falo e deixo o copo na pia.

- O que teve ontem – Alex fala com um sorriso enorme e Dylan fica envergonhado.

- Dylan me salvou, esqueceu ? – Falo debochando.

- E vocês dormiram juntos porque ? – Alex fala e Dylan bate no braço dele.

- Porque fiquei com pena de deixar ele na cadeira. Você não teve pena do seu irmão mas eu tive. – saio da cozinha.

- Vou acreditar que não está rolando nada entre vocês Ayla – Ele fala alta e Dylan da um soco no braço dele.

Mostro o dedo pra ele. E os dois ficam rindo. Vou andando falar com as meninas.

Os olhos de AylaOnde histórias criam vida. Descubra agora