Capítulo 29

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Dylan Collins

-Merda Dylan. O que está acontecendo com vocês? O que você está fazendo? Porque falou que ela não podia engravidar??? Sabe mais do que eu o quanto isso mexe com ela. Porque está tratando ela diferente? Não consegue se permite feliz Dylan??- Alex grita comigo.

Sento no chão e fico olhando o anel e o colar. Amber e Grace não estavam mais na sala. Alex estava certo. Ayla estava indo embora e eu estava deixando. Ele me dá um soco no ombro e senta na minha frente.

-Que merda você está fazendo Dylan? - Ele fica me olhando.

-Não sei... - Coloco as duas mãos na cabeça. -Não sei cara.

-Vai perder a Ayla assim. - Alex fala preocupado.

-Já perdi. - Mostro o colar e levanto e vou andando até a porta.

-Relaxa cara. É só uma briga. Fiquem calmos, amanhã conversa com ele e pede desculpa. - Paro em pé na porta.

-Eu conheço Ayla. Não tem amanhã. - Falo e saio.

Vou andando até o quarto. Passo pela porta dela e vejo se está trancada. Bato a porta.

-Ayla vamos conversar...- Silencio. - Vamos conversar amanhã... Só não faz isso que você está pensando por favor. Me dá uma chance de conversar antes. - Suspiro.

Vou até meu quarto e deito. Fico pensando em toda a merda que falei. Estou errado, mas isso tudo está nos enlouquecendo, uma hora eu iria explodir. Mas eu e Ayla somos assim, iguais. Eu tentei não explodir, mas ver ayla se afastando estava me deixando louco.

Entendo os motivos dela, mas estava com medo de perde-la e agora estou deitado na minha cama com a certeza de que perdi Ayla. O sangue dele é quente, ela não sabe perdoar, é teimosa demais e não aceita ouvir merda. Ela está certa, já ouviu merda demais. Mas eu explodi.

Fico lembrando do dia em que ela invadiu o Bunker e de como ela me desafiava, como ela era forte, parecia uma pedra. Lembro do dia em que conheci o Calvin porque ela insistiu em voltar e pegar a camisa que eu queria e no final nunca consegui usar, porque toda vez que eu pegava lembrava dela entrando no Bunker cheia de sangue com a camisa na mão.

Lembro das vezes que ela pegava coisas para Grace, já que Amber não poderia vier nas viagens, ela se preocupava como se fosse mãe, pegava roupas, brinquedos e itens de higiene. Acabo dormindo pensando em tudo.

(...)

Acordo no dia seguinte. Levanto da cama sem vontade. Vou até a cozinha e Alex, Amber e Grace estão tomando o café da manhã. Sento e pego uma torrada.

-Cadê a Ayla?- Pergunto.

-Não saiu do quarto ainda. - Amber fala.

-Mas ela respondeu? Vocês foram la?- Pergunto.

-Eu chamei, mas ela disse que estava sem fome. - Amber fala triste.

Confirmo com a cabeça. Como apenas uma torrada e vou até o quarto de Ayla. A porta continua trancada. Passo a manhã toda andando pela casa, sempre vigiando a porta do quarto, esperando Ayla abrir.

Na parte da tarde ela abre a porta, de pijama e um casaco com capuz na cabeça. Não era o meu. Estava com os olhos inchados. Sem dúvidas passou a noite chorando. Vê a Ruiva assim me deu um nó na garganta. Ela foi andando sem fazer barulho, os três estavam no quarto deles e então o caminha estava livre, ela passou por mim na fala e nem me olhou, foi direto até a Horta. Eu fui andando no mesmo ritmo que ela.

Ayla sentou no chão, ligou o rádio e ficou tentando achar algo. O rádio continuava mudo. Ela bufou, e começou a mexer nas plantas. Eu sentei no sofá e fiquei observando. Queria arrumar tudo, falar algo, mas tinha medo de piorar tudo. Ayla nem me olhava, era como se eu não estivesse la. Depois de alguns minutos ela terminou, lavou tudo. Guardou e vou em direção a cozinha e eu fui atras. Ela pegou uma torrada e comeu na mão mesmo.

-Ruiva... Vamos conversar. - Falo e ela me olha, de forma fria.

-Não temos mais nada para falar. Está tudo resolvido. Do jeito que deveria estar. - Ela fala e as palavras me atravessam com frieza. Era a mesma Ayla cheia de defesas do início.

-Amor...Por favor. Falei merda. Sou estourado. Você sabe disso. - Chego mais perto. - Mas não quero te perder.

-Você me conhece. Já perdeu. Estamos no fim do mundo. Não era para começar um relacionamento. Foi bom enquanto durou. - Ela fala. Lava as mãos e vai na direção do quarto.

Vou andando atrás dela e vejo Alex sair do quarto. Ele percebe a situação e volta.

-Sim. Conheço. Mas vamos nos dar uma chance. É um fim do mundo. Então vamos aproveitar cada minuto. Podemos morrer amanhã... daqui a pouco. - Seguro a mão dela. Me desculpa Ayla, mas eu te amo muito e não quero te perder. Você já foi muito maltratada por homens na sua vida e já ouviu muita merda eu sei. Mas não sou como eles. Estou tentando ser melhor. - Os olhos dela enchem de lágrimas.

Coloco a mão no rosto dela e beijo de leve, ela corresponde o beijo então aumento a intensidade. Pego ela no colo e ela trava as pernas na minha cintura. Entro no quarto e antes de fechar a porta vejo Amber no final do correr sorrindo. Transamos e como sempre foi maravilhoso. Mas dessa vez com mais vontade do que nunca.

Eu acabei de recuperar Ayla. Deitamos e ela estava pensativa olhando para o teto. Fiquei olhando para cada detalhe do corpo dela, as sardas, pelos ruivos nos braços, pequenas cicatrizes. Amava cada pedaço do corpo de Ayla.

-Você está com um chupão na coxa. - Falo olhando para a marca.

-Merda Dylan - Ela olha. - Porque fez isso?

-Nem percebi. - Mexo os ombros.

Ela fica em cima de mim. Segura meus braços e eu fico rindo, começa a beijar meu pescoço e eu percebo a maldade dela. Eu tento afasta-la, mas ela deixa um chupão enorme no meu pescoço. Ela levanta seria.

-Estamos quites. - Ela sai do quarto.

Os olhos de AylaOnde histórias criam vida. Descubra agora