Capítulo 6

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Dylan Collins
Se passaram 6 meses e Alex já estava mais que curado. Eu não sei como aguentei esses meses todo com a ruiva dentro do Bunker sem atirar nela. Confesso que estou começando a ficar mais tranquilo com o fato dela estar aqui dentro.

As chuvas vão ficar piores nos próximos 8 meses. O inverno chegaria e seria mais intenso e com mais duas do que o normal. A gente não tinha ideia do que nós esperaria. Eu sei que com relação ao abrigo estaria tudo bem. Mas o meu medo é que faltasse algo.

Estamos conseguindo colher algumas coisas que plantamos. Mas ainda não dá pra se sustentar só disso. Até porque nossa plantação é muito pequena. E o solo não é solo de verdade. É como um pequeno canteiro dentro de um bunker, sem iluminação correta ou quantidade certa de água. Mas estamos conseguindo alguns frutos.

Preciso ir para a cidade para encher nossa dispensa para o inverno. Ouvi Amber e Alex discutirem por isso na noite passada. Então decidi ir sozinho. Não quero trazer brigas para o Alex de novo. Não posso me colocar no meio do casamento dele outra vez. E me viro bem sozinho. Me arrumo e começo a olhar qual rota eu faria.

- Vai sair? – a ruiva pergunta, respondo que sim com a cabeça e ela sai.

Termino de anotar tudo no mapa. Pego água e alguma coisa para comer. Coloco na mochila. Pego 3 armas, coloco encima da mesa e começo a carregar. Ayla aparece arrumada do meu lado. Jeans, blusa de malha, a sapatilha de pano que ela gosta. Um boné, casaco perdurado na mochila e eu comecei a rir. Ela pegou uma arma carregou. Colocou nas costas presa na calça e me mostrou o dedo.

- Você não vai – falo irritado.

- Eu já estou indo. – ela fala andando em direção ao estacionamento.

Pego tudo correndo. Jogo na mochila e vou atrás dela. Amber e Alex me seguem.

-Não vai comigo Ruiva. Eu vou sozinho.

- Então eu vou sozinha também. – ela pega a chave do carro de Alex que estava pendurada junto com a minha e destrava o carro. – Não faço questão da sua companhia.

Olho para Alex e Amber e os dois estão rindo. Ele nunca ajudam em nada. Ayla entra no carro e da partida. Essa louca vai sair mesmo sozinha. Ela vai me enlouquecer mesmo. Ela quer isso.

- Ok... Vem comigo. – Falo passando a mão na cabeça.

Ela desliga o carro, trava. Guarda a chave, pega a chave do meu carro. Destrava.

- Não. Agora você vem comigo. – E entra no carro.

- Só eu dirijo meu carro – vou andando até ela e seguro a porta.

- Você é o Rei do Bunker, quer ser o Rei do Carro também? – Ela fala e meu sangue ferve.

Seguro a mão dela e tiro ela do carro.
- Estupido – ela fala levantando. -Babaca– ela fala levantando.

Grace vem correndo na minha direção com o unicórnio na mão. Ela me abraça. Olha para Ayla.

-Tia Ayla traz um cobertor de unicórnio pra mim? - A ruiva sorri pra ela.

-Desde quando ela é sua tia? - Falo rindo.

-Você é meu tio e ela é minha tia.- Grace explica.

-Como assim? - Pergunto de novo.

-Tio ... - Gace suspira sem paciência - Você é meu tio, meu pai é meu pai, minha mãe minha mãe. E ela – aponta pra Ayla - É minha tia... não pode ser, mãe nem irmã.

-Ela pode ser sua amiga. - Falo

-Não pode, ela não tem a minha idade. - Ela sai do meu colo – Tia Ayla pode trazer o cobertor?

-Vou tentar arrumar. -A ruiva fala sorrindo.
Finalmente conseguimos sair com o carro, Ayla pegou o mapa e começou a acompanhar a rota. Ela ligou o som baixo e ficou cantando baixinho e olhando o caminho. Chegamos no shopping, parei o carro no estacionamento e olhei em volta para ver se tinha alguém enquanto ruiva pegava as mochilas. Tranquei o carro e entramos.

-Vamos pegar tudo o que conseguir, mas não pega besteiras e fica atenta. - Ela confirma com a cabeça.

Começamos por uma farmácia. Pegamos medicamentos na validade, curativos, itens de higiene.

-A próxima loja será de roupas. - Falo e ela confirma.

Eu entrei em uma loja de roupas masculinas e ela foi para uma loja de roupas femininas. Ela sai com a primeira mochila cheia. E eu também. Ela tinha mais uma mochila e eu duas. Passamos em frente a uma loja de criança e ela não falou nada. So entrou e começou a pegar farias coisas correndo e jogando dentro da mochila, eu fiquei na porta de braços cruzados olhando.

-Acabou princesa? - Falo em tom de deboche e ela me mostra o dedo.

Andamos um pouco mais e pegamos itens de cozinha, cobertor e várias sapatilhas de pano. Achamos um carrinho e jogamos tudo dentro. Ayla entrou em uma loja de doces e pegou várias coisas que eu estava sem paciência para olhar. Eu já estive nesse shopping estava tentando me lembrar se tinha mais alguma loja para ir.

Finalizamos. Pegamos tudo o que a gente precisava e o que não precisava, a segund aparte eu agradeço a Ayla e me arrependo dela ter vindo. Passo em frente a uma loja de roupa que eu gostava, vejo uma camisa na vitrine. Sorrio.

-Eu vi o lançamento dessa camisa, eu ia comprar. - Penso alto.

-Camisa feia – Ayla fala e eu fecho a cara.

-Feia são essas sapatilhas de pano que você usa. - Falo olhando para as sapatilhas.

-São alpargatas. São lindas e confortáveis. - Ela fala sorrindo.  - Pega a blusa. Ninguém vai ver. Te dou cobertura – Ela fala de deboche.

-Não da. Estamos ficando sem tempo e tem muita coisa aqui, só posso soltar isso tudo para colocar no carro.

Andamos rápido até o carro. Eu estava com medo de aparecer alguém de novo e atirar.

Comecei a colocar tudo correndo dentro do carro. Pedi para Ayla me esperar dentro do carro, mas vocês já imaginam a reação dela. Terminamos de guardar tudo e entramos, fiquei mais aliviado. Sai com o carro correndo e fui em direção ao Bunker que agora a gente chamava de casa.

Depois de um longo caminho chegamos em casa. Todos ajudaram a descarregar o carro e Ayla e Grace ficaram na sala como duas crianças olhando as novidades. Eu, Amber e Alex ficamos na cozinha conversando até que escutamos um grito da Grace. de Grace vindo da sala.

Os olhos de AylaOnde histórias criam vida. Descubra agora