Ayla Jones
Fico olhando o papel sem acreditar. A dosagem de Hormônio indicava gravidez, mas isso era impossível, é óbvio que era impossível, eu não posso ser mãe. Começo a pensar em possíveis doenças que poderiam ser confundidas com gravidez, mas não consigo pensar em nada. Eu sentia enjoo, tontura e estava fraca, eu poderia estar com uma doença grave... Ou poderia ser gravidez, mas eu não posso engravidar.
-Você fez todos os exames possíveis? - Pergunto olhando para o papel.
-Não tem como fazer muitos exames. Estamos em uma situação precária. - Amber responde no mesmo tom.
-Não é possível. - Respondo mais baixo.
Dylan estava sentado na minha frente, ele pegou o papel e ficou olhando. Alex estava sorrindo do lado de fora, ele abaixou falando algo para Grace que logo me olhou sorrindo. A menina veio correndo em minha direção, me abraçou e depois abraçou Dylan.
-Então eu vou ganhar um primo ou uma prima. Queria uma prima. Mas se for primo tudo bem também eu jogo bola com ele aqui. - Ela fala animada.
Eu tinha que estar animada, mas não conseguia. Eu não podia acreditar que estava grávida. Eu estava enjoada, tonta e me sentia fraca. Minha menstruação realmente não tinha vindo ainda. Mas poderia ser tanta coisa e eu biologicamente não poderia engravidar. Comecei a tentar pensar em outras coisas, uma gripe talvez, a reação da explosão de energia...
Levantei e fui andado até meu quarto, Dylan falou algo, mas eu não conseguia prestar atenção. Abri a porta e sentei na minha cama olhando o papel tentando encontrar algo. Amber apareceu na porta, ela ficou me olhando por alguns segundos e sentou ao meu lado.
-Como você está? - Amber fica me olhando.
-Sei lá... Isso...- Mostro papel - É muito... Sei lá... É impossível Amber. Se for... É um milagre, mas é se for uma gestação complicada? Como vai ser o parto? Quem vai fazer? E estou colocando uma criança no mundo... No fim do mundo. - Falo preocupada.
-Ayla... Relaxa. Vamos dar um jeito nisso. Vamos viver um dia de casa vez. Hoje você descobriu que está grávida. Na próxima viagem vamos pegar coisas para o bebe. - Amber fala animada.
-Como vou fazer as viagens de barriga... E depois com uma criança nos braços? - Penso alto.
-Não vai ter mais viagens. Bem vinda ao meu mundo. - Ela sorri.
Tento sorrir. Dylan bate na porta para chamar nossa atenção. Amber olha pra ele e levanta, ela o abraça e fala algo no ouvido, ele fica sem graça. Dylan a espera sair e fecha a porta, senta ao meu lado sem jeito, e depois de alguns minutos segura minha mão.
-É um milagre Ayla... E eu estou muito feliz. - Ele me olha e sorri.
-Eu sei... - Olho para ele.
-Não fica preocupada, vai dar tudo certo. - Dylan tenta me animar.
-Estamos no fim do mundo. Essa criança não vai crescer Dylan... E a explosão de energia... E se afetou? - Fico falando e pensando.
Dylan me beija com vontade e fica segurando meu rosto e fica me olhando nos olhos. Eu tento ficar mais calma, mas não é fácil, estamos falando de outra vida. Uma criança que vai chegar no meio desse caos.
-Vai ficar tudo bem. Vamos nos adaptar e nosso filho ou filha vai vir com saúde. Não se preocupe. Estamos juntos nisso. - Ele fala empolgado.
(...)
A noite Amber resolveu fazer uma comida diferente, eu não quis saber qual era o prato. Não estava sentindo muita fome e ainda estava digerindo a ideia de estar gravida. Fui até o dispensário e peguei um teste de gravidez que mostrava os meses. Coloco o teste no bolso da calça de moletom e vou em direção ao banheiro. Saindo da sala de dispensário encontro Dylan.
-Está bem? - Ele pergunta sorrindo e fica olhando para a minha barriga.
-Estou sim. E você? - Falo nervosa.
-Está estranha. O que foi? - Ele pergunta e me abraça.
Ele sente o teste no meu bolso, fica me olhando com um sorriso bobo e coloca a mão no meu bolso, mas tento impedir, ele segura minha mão e pega o teste no meu bolso. Ele fica me olhando sorrindo, me dá um selinho, segura minha mão e vamos andando até o banheiro. Nós entramos, ele fechou a porta e ficou me olhando sorrindo.
-Vamos fazer. - Ele fala decidido.
-Vai fazer xixi no teste também. - Falo irritada.
-Não me tira do sério Ayla. Faz xixi logo. - Ele fala no mesmo tom.
-Não fica de grosseira comigo não. - Eu rebato.
-Meu Deus. Vamos começar a brigar por causa de um xixi e um teste de gravidez? - Ele fica me olhando.
-Não... Devem ser os hormônios. - Falo e sento no vaso.
-Hormônios... Você está gravida desde que chegou aqui então. - Ele fala e eu mostro o dedo.
Tento me concentrar, mas a pressão de Dylan me olhando, mais o nervosismo da situação. Eu não estava conseguindo fazer. Dylan ficava me olhando como se contasse os minutos que eu estava demorando. Ele encostou na parede bufou.
-Faz logo. - Ele falou irritado.
-Sai do banheiro. Com você aqui não vou conseguir. - Gesticulo com as mãos pra ele sair.
-Para de bobeira Ayla. - Ele insiste.
-Sai Dylan. Anda. - Falo nervosa.
Ele sai irritado do banheiro e fica na porta, percebo que Alex chega e ala algo com ele. Fecho os olhos e tento me concentrar.
Quando a vontade vem eu posiciono o teste e faço. Quando eu termino de fazer xixi ele abre a porta de uma vez entra, eu levo um susto e o teste quase caí no chão. Ele fica agachado na minha frente esperando aparecer na tela. Depois de uns minutos aparece na tela um sinal de mais e o número três.
-Três meses? Impossível. - Dylan fica me olhando. - Não sei... Pode ser...
-Estou gravida de mais de 5 semanas. Ou seja quase dois meses. - Falo olhando o teste.
-Foi aquele dia então. Só pode ter sido. Será que é menino ou menina? - Ele fala empolgado.
-Só vamos sabe quando nascer. - Falo pensativa.
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Os olhos de Ayla
ActionA terra estava passando por grandes mudanças, e não eram boas. Uma chuva ácida estava chegando e todos precisavam se proteger. O clima de pânico estava ativo na terra e as pessoas tinham medo de sair de casa, mas ao mesmo tempo tinham medo de ficar...