[4] O Acidente

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Erina acordou naquele primeiro de setembro um pouco tristonha. Era como se um flashback passasse pela sua cabeça: acordaria, arrumaria suas malas para seu novo ano letivo em Hogwarts e encontraria seus amigos no Expresso. Agora tudo isso não passa de meras lembranças.

Será que ela conseguiria ficar quase um ano longe de Snape? Bem... Erina tinha como aparatar no castelo porque o feitiço anti aparatação não era forte o suficiente contra a magia milenar, mas será que seria uma boa ideia visitá-lo quando desse vontade? Isso poderia atrapalhar tanto ele quanto sua carreira de auror — e também não tinha como saber quando Snape poderia estar ou não disponível, essa habilidade dela saber onde ele está ainda não foi adquirida, e apenas seria (assim desconfia) quando os dois se tornarem uma só carne: com o matrimônio — e tudo estava andando tão bem...

Quer dizer, quase bem. Erina ainda tinha que voltar para o local recolher uma amostra da Escuridão para Ever. O problema é que não tinha nenhum recipiente à base de diamante para suprir a gosma. Ficou pensando em alternativas viáveis enquanto tomava seu café da manhã preparado por ela mesma. Algumas frutas com cereais seriam ótimas para aguentar o que lhe esperava daqui para frente. Apenas sentia saudades de Snape... queria estar junto com ele...

— Hoje o seu namorado voltou para Hogwarts, né? — perguntou a senhora Thompson lhe servindo um pouco de café.

— É... ele queria se demitir para que vivêssemos o nosso amor, mas eu pedi para que não, porque ele tinha que cuidar do Harry Potter. A senhora conhece a história do Severo com o pai do menino, o tal Tiago Potter...

— Essa família é bem influente, né? Sei que muitos deles criaram várias poções de cura, incluindo Esquelesce. Acho que seu namorado não deve ficar muito contente em saber dessas informações, já que, praticamente odeia eles...

— Acho que o problema não é a família, mas que o Severo não segue em frente e continua se lembrando das coisas horríveis que esse Tiago fez para ele... eu tento sempre conversar, mas parece que o ódio que o Sevie sente é maior do que a capacidade dele de amar e perdoar. Eu fico muito preocupada com o que pode acabar acontecendo...

— Então porque mandou seu namorado voltar para Hogwarts? Isso pode acabar aumentando ainda mais o ódio dele...

Erina respirou fundo para poder falar com a mãe. Olhando por certo ponto, ela estava certa. Conviver com Harry Potter pode acabar inflando ainda mais o ódio de Snape, e aí ele não vai conseguir seguir em frente, mas Erina ainda acreditava que o menino poderia ser uma pessoa diferente do pai.

— Acredito que o Harry não é como o pai dele, e precisa da proteção do Sevie. Foi ele quem nos salvou do Voldemort, e com certeza possam existir Comensais da Morte querendo ir atrás dele. E tem outro fator muito importante: Dumbledore. Sei que a senhora fala que devemos nossa vida a ele, mas não confio nada nele para guiar o Harry nessa jornada difícil que ele terá depois que crescer. Sei que o diretor não é uma pessoa ruim e fez muitas coisas boas por nós... mas sinto que ele não vai ser uma boa influência para o menino...

— É verdade, até porque, ele foi inconsequente em te dar aquele maldito livro que ficava chorando o tempo todo. — Erina teve que rir baixinho enquanto tomava a xícara de café — Ainda bem que você tirou essa porcaria daqui.

— Terminei. Preciso ir para a sede do Ministério. Ainda temos que analisar algumas provas para caçarmos o meu pai.

Erina não devia ter falado sobre Jacob para sua mãe. A senhora Thompson fechou suas expressões e saiu da cozinha, colocando os pratos que a garota comeu na pia. Ela ainda estava muito sentida e triste com tudo que estava acontecendo. Do dia para a noite, descobre que o ex-marido formou uma seita que tem como missão, exterminar todos os bruxos que possam existir, e ainda Erina tinha fortes suspeitas que ele possa estar envolvido com alguma coisa relacionada a Áhmon.

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