[16] A Gananciosa

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O dia foi bem difícil em Hogwarts, mas Erina conseguiu cumprir com a promessa, e lá estava ela de frente para um caminho entre a floresta e a Reserva das Criaturas Mágicas. Fazia muitos anos que não entrava naquele lugar, e ninguém, a não ser ela, conhecia sua existência — talvez Dumbledore conhecesse, mas mesmo assim tinha suas dúvidas.

Aos fundos, viu uma massa pequena correndo dentre a estradinha, chegando a tropeçar em uma pedra no caminho e caindo de frente. Blossom Warren estava suja de terra e com dois filetes grossos de sangue escorrendo do nariz.

— Blossom? Por que veio correndo?

— Estava despistando o Malfoy. A senhora acha que eu consegui?

Ah sim... Erina tinha esquecido que Draco era monitor da Sonserina junto com Pansy Parkinson. Tirando estes empecilhos, acho que estava tudo bem, mas desta vez, não poderia contar com a ajuda do afilhado para realizar seus planos. Ele já se mostrou estar a favor de Dolores Umbridge. Uma pena. Draco é muito inteligente, e não precisava ser subalterno dela.

— Conseguiu sim, mas antes, deixe-me curar este seu nariz.

Erina tocou com as unhas na ponta do nariz, e Blossom sentiu um estalo forte nos ossos que a fez dar um gritinho de dor. Logo, o filete tinha parado de escorrer, mas ainda tinha uma boa parte sujando o rosto dela. Erina invocou um pano e a limpou como se estivesse limpando a boca de sua irmã mais nova toda vez que ela se sujava ao comer a papinha.

— Melhorou?

— Um pouco. Obrigada, professora Snape. — uma pausa, pois Blossom estava dando uma olhada melhor no local onde iriam acontecer as aulas — Ann... aqui não é a Reserva das Criaturas Mágicas?

— Sim, mas o nosso objetivo não é ela. Te levarei para a floresta.

Erina estendeu suas mãos para Blossom segurar, e as duas caminharam dentre a floresta densa e agora escura. Estava nublado, e a previsão era que nevasse mais. As duas usaram suas varinhas para conseguirem enxergar algo quando finalmente pararam na trilha e encontraram uma enorme palmeira imperial, já com certa idade, mas muito bem conservada.

— Uou. Eu não sabia que tinha uma palmeira-imperial nos terrenos de Hogwarts. — disse Blossom — Até que esta escola não seja tão desinteressante assim...

— Ainda não viu nada, Blossom.

Erina tocou no tronco da árvore, e um brilho em forma de cordas começou a se entrelaçar sob seus braços, reconhecendo o traço genético do guardião. Erina desencostou e onde ela tocou, abriu-se um caminho revelando uma grande escada que ia para cima. Blossom ficou tão impressionada que estava sem reação. A bruxa estendeu suas mãos para a garotinha lhe seguir, e bem animada aceitou.

Subindo as escadas, chegaram em um enorme salão feito de madeira e com uma janela encantada que dava para ver todo o terreno de Hogwarts, incluindo o impotente castelo. O lugar ainda estava bagunçado daquela festa de aniversário de Snape — até tinham as faixas e os balões verdes que Mérula e os alunos da Sonserina tinham colocado. Resistiu bem ao tempo...

Com um balançar da varinha, as tochas que eram usadas para iluminação se acenderam e deu para ter uma maior noção de como era o salão. Blossom estava encantada, apaixonada e completamente fora de si. Parecia que estava em uma mini cópia do Salão Verde da Castelobruxo.

— Lindo, né? Esta palmeira imperial está nos terrenos de Hogwarts há muitos anos e só agora descobrimos que era um local oculto criado pelos próprios bruxos brasileiros quando deram a palmeira de presente...

— Gente... esse tipo de estrutura é super comum na Castelobruxo... m-mas é tão lindo... sempre quis entrar em uma, mas o papai nunca me deixou. Obrigada por estar realizando um dos meus sonhos, professora Snape. — Erina sorriu — Sabe... antes fiquei irritada por não ter ido para a Uagadou, mas só de ter um pedacinho de uma das minhas escolas de magia e bruxaria favoritas aqui já me deixa um pouco mais feliz. Acho que vou conseguir estudar melhor e dar muito orgulho para a Sonserina...

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