1
— Não era para ela estar aqui... não era... — disse Severo Snape ao voltar para a sua sala.
Estava com Cassiopeia nas mãos quando retornou a sala do diretor. Deu um jeito de colocá-la sentada abaixo de um dos quadros dos antigos diretores — e bem onde ficava Fineus Nigellus Black, um dos tataravôs do Régulo, considerado um dos diretores mais impopulares que Hogwarts já teve — e foi atrás de alguns papéis que estava anotando na noite anterior.
Enquanto isso, Cassiopeia observava tudo um tanto curiosa. Saiu da cadeira que seu pai tinha lhe colocado sentada, e foi correndo — ela já sabia andar, aprendeu quando tinha um ano e meio lá em Ravenclaw's Pride — para uma das pilastras de ouro que continham alguns objetos protegidos por domos de vidro. Snape ficou tão distraído que só foi perceber que ela tinha se levantado para escalar a pilastra para chegar ao domo que encantavam os seus olhinhos negros e brilhantes depois, e foi correndo para removê-la antes que sofresse alguma queda.
— O que está fazendo?! — gritou, correndo para tirar a filha de lá; Cassiopeia ao ser carregada deu gostosas risadas — Como chegou até ali?
— Com as pernas. — respondeu, ríspida — Já sei andar...
— Que bom que sabe andar... então a senhora também sabe sentar. — Snape a colocou de volta na cadeira — É para ficar aqui, entendeu? Se eu te ver tentando escalar a pilastra de novo, irei te dar um castigo. — Cassiopeia abaixou a cabeça e ficou quieta, balançando as perninhas que flutuavam pela cadeira ser um pouco alta para ela.
Snape voltou a olhar para os papéis, com medo que tivesse acontecido alguma coisa com Erina. Se o Lorde das Trevas me trouxe Cassiopeia como uma espécie de "mimo"... ele deve ter encontrado a minha esposa de alguma forma. Estava extremamente preocupado, pois o cerco estava se fechando, e logo teria que deixar Hogwarts. Não aguentava mais ficar longe da família. Queria poder estar com sua esposa linda e Cassiopeia, bem longe de tudo e desta sociedade de merda. Viver isolado, criando os seus filhos, dando-lhes uma boa educação, roupas e comida... seria o seu maior sonho.
Snape parou de mexer nos papéis e encarou a filhinha. Cassiopeia estava olhando para as pernas, levemente entediada, mas não tinha coragem de desobedecer o pai de novo. O diretor foi até ela, e se agachou para encará-la.
— Papai?
— Só queria te dizer que... vai ficar tudo bem, e que seremos uma família de novo.
— Então a mamãe vai vir?
Snape abriu um sorriso para ela e tocou na sua cabeça.
— Ela virá, mas seja paciente. Tudo bem? — ela concordou com a cabeça.
Era tudo que Snape mais queria... que Erina viesse logo.
2
Erina estava cansada de tanto chorar. Quais atrocidades Voldemort poderia estar cometendo com sua pequenina naquele exato momento? Ela não gostava nem de imaginar as possibilidades. Queria a filha de volta, e estava ansiosa demais — e até um tanto enjoada.
Depois da temporada de inverno horrível, ela e todas as mulheres que foram sequestradas pelo falecido Gellert Grindelwald, voltavam para Ravenclaw's Pride, no intuito de saber se os outros estavam bem, ou se fugiram quando aconteceu o ataque.
A entrada do Pavilhão 12 parecia normal. Não havia sinais de que houve uma invasão. Whitesnake estava na porta, dormindo feito uma pedra. Erina não estava com vontade de responder nenhum enigma — aliás, se pudesse, iria chorar o dia inteiro, sem problema nenhum e depois dormiria até acordar no dia seguinte. Estava muito mal... só queria sua bebezinha de volta — então, a senhora Thompson fez as honras de bater na argola para acordar a aldrava de prata.
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Princess
Fanfiction1991 a 1998. Erina Thompson não poderia estar mais feliz com a vida que possuí. Realizara o seu grande sonho de se tornar uma auror de respeito e estava prestes a se casar com a pessoa que ama, o mestre de poções de Hogwarts Severo Snape, e estava g...