[19] No Ninho das Serpentes

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Todos estavam desconfiados do que tinha acontecido naquela noite nada amigável. Harry Potter foi levado às pressas para a Enfermaria, e Madame Pomfrey já estava cuidando de seus ferimentos. Erina e Severo Snape ficaram do lado de fora, esperando por notícias, mas Erina não escondia sua desconfiança perante as atitudes do marido.

Snape escondia suas mãos o tempo todo, e seus olhos se mexiam tão rápido que mal dava para perceber quando olhava para ela ou então para a Enfermaria. Erina queria poder entrar em sua mente e vasculhar tudo, mas obviamente não encontraria nada por causa da forte oclumência. Então, requereu a sua alma.

Estava... estranha. As cores estavam embaralhadas, porém a cor que mais predominava em seu interior era o cinza. Isso não era incomum, pois antes do casamento sua alma variava entre essa cor e às vezes o preto. Atualmente estava variando do azul para o violeta, mas por que esse cinza voltou?

A não ser que ele esteja sentindo culpa. Culpa por não ter salvado Harry... ou então por ter o agredido quase no ponto de matá-lo.

— O que tanto me observa, amada esposa? — perguntou Snape, lhe olhando com pena, mas sempre vigilante, como se quisesse uma resposta óbvia.

— Só quero a sua sinceridade... foi você quem fez isso com o Harry?

— Claro que não. Eu o encontrei deste jeito, já disse! Pare de me acusar deste jeito.

— Então por que está escondendo as suas mãos? — Erina lhe deu um sorriso debochado — Pode tentar enganar todo mundo, marido, mas a mim não. Eu consigo te ver por dentro... não aqui, — Erina apontou para a cabeça dele — ...mas aqui. — disse, depois apontando para o peito dele — E deste, você não consegue esconder. Pois trate...

— Eu te conto, mas não aqui. Vamos para a sala de poções.

Quando os dois chegaram na sala, Erina encontrou tudo revirado. Haviam potes quebrados, um cheiro horrível de acetona com álcool e químicos pesadíssimos de conservação e muitos ingredientes espalhados. Erina viu sangue no chão, e em uma das mesas. Se aproximou de ambos os locais e depois olhou para o marido assustada.

— Severo... o que aconteceu aqui? — Erina foi para uma das prateleiras e encontrou no chão uma varinha bem conhecida — É a varinha do Harry... — disse pegando-a e depois virando-se para encarar o marido — Severo... 

— E-eu perdi a cabeça... s-sei que fiz errado, mas...

— Sabe que fez? Você quase o matou de tanto ter batido no menino!

Snape não iria discutir, pois sabia que estava errado. Não deveria ter feito aquilo, mas no seu consciente, tudo que conseguia ver era Tiago Potter. Não existia Harry ali, então o estado de vingança falou mais alto, mas não se arrependia em nenhum momento. Foi excelente ter descarregado toda aquela brutalidade depois de anos sendo atormentado.

— Mostre suas mãos.

Snape tirou as mãos dos bolsos e mostrou a esposa; estavam com os punhos cheios de hematomas e ferimentos — e com certeza, um dos dedos da mão esquerda tinha quebrado, mas ele não estava sentindo nada devido a adrenalina ainda estar fazendo um pouco de efeito. Era uma excelente "droga natural". Quando há uma superdosagem, nem mesmo as dores físicas eram sentidas.

— Eu não acredito...

— Se eu te disser, que não estou sentindo prazer vou estar mentindo. Eu adorei bater naquele infeliz. Não queria matá-lo, pois nunca foi a minha intenção, mas não sabe o quanto me enche de alegria ao vê-lo naquele estado... depois de muitos anos, eu concluí minha vingança. Não foi no pai, mas no filho. E pasmem amada esposa: o Potter nunca vai descobrir que fui eu, não. Ele estava chapado com a Lazuli Azul, eu mesmo vi nos olhos dele antes do flagra...

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