[5] A Carrasca

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O sol estava ficando cada vez menos forte, e um frio inimaginável pairava sob o solo já quente pelas areias do deserto. Erina Thompson acordou novamente após o desmaio repentino devido a fome e a dor. Sonhara com Snape novamente, mas em uma situação no mínimo, hilária. Ele tinha recebido uma carta dela, e ficou tão feliz que esbarrou no pobre Harry Potter. A parte ruim, é que ele acabou jogando toda a culpa no garoto. Sevie sendo rabugento até nos meus sonhos... isso nunca vai mudar nele. Erina não via problemas em sua "rabugentísse", apenas temia que ele acabasse extrapolando.

Erina acordou no mesmo lugar que desmaiou, e seu estômago era uma mistura de dor e ronco. Precisava comer e beber antes que desidratasse. A dor em sua perna tinha melhorado um pouco, e já conseguia andar. Aproveitou que tinha um pouco de sol, e resolveu andar em volta dos destroços do avião à procura de comida. Só achou alguns salgadinhos em saquinhos e águas com gás. O resto tinha sido perdido no acidente.

Bem... melhor isso do que nada, não é mesmo?

Erina pegou tudo e foi atrás de sua velha e companheira bolsa com feitiço extensivo em seus pertences. Por sorte, ela estava muito bem escondida embaixo de suas roupas — ela deveria ter visto isso quando acordou a primeira vez, é verdade, mas a dor e o medo não estavam a deixando raciocinar — e ficou com o coração mais aliviado. Naquela bolsa tinham coisas importantíssimas que poderiam ajudá-la... incluindo o Talismã do Fim.

Erina o trouxe como garantia, achando que Tobias e Jacob poderiam estar usando os portais de Áhmon para recolherem A Escuridão. Se ela bem lembrava, Kars tinha dado um talismã parecido para Bellatrix Lestrange — que depois fora usurpado por Lúcio Malfoy como se fosse dele — então os seguidores remanescentes podem muito bem terem recuperado aquele ou então arranjado outro.

E como Bellatrix tinha lhe dito na primeira batalha que tiveram juntas, em um desfiladeiro nas terras de Hogwarts, Erina precisava "andar com as próprias pernas" e não depender mais de Snape. Ter a proteção dele era algo do Universo, assim como ela a ele, porém em alguns momentos isso não poderia acontecer. Isso a fez ter coragem para continuar.

— Sevie... você não pode estar fisicamente comigo, mas sei que seu espírito está me guiando, assim como o meu está com você lá em Hogwarts. — Erina colocou as duas mãos no peito — Não me abandone. Também irei te proteger.

Erina sentiu como se uma energia espiritual passasse por todo o seu corpo, lhe dando segurança e conforto. Era Snape, tinha certeza. Estava sentindo a mesma angústia e solidão que ela. Esse sinal era apenas o primeiro de muitos que os conectavam. A magia milenar, o relacionamento deles... tudo colaborando para que suas almas fossem apenas uma.

Agora, ela precisava voltar a se concentrar na missão. Primeiro: pegar roupas e pertences pessoais. Segundo: ir atrás de ajuda para encontrar Tonks. Não seria difícil dos trouxas a localizarem, até porque, era mesmo muito comum que uma garota de cabelos roxos ande perdida no meio do deserto assim, né?

— Tudo bem... preciso me localizar... pedir ajuda aos primeiros trouxas que eu encontrar... dizer que fui a única sobrevivente do acidente... oh Tonks... eu sei que você estava com medo da minha aparatação, mas isto...

Agora não adiantaria reclamar depois que o leite derramou. Teria de encontrá-la, seja viva ou morta. Erina não queria acreditar na segunda opção, mas... infelizmente ter sobreviventes em uma queda de avião tão feia como foi aquela, onde para que pedaços da fuselagem estavam espalhados por todos os cantos, era uma possibilidade impossível. O avião teria explodido ainda no ar ou se chocado com alguma coisa como uma montanha ou árvore. A possibilidade mais aceita para Erina, era a primeira, pois não há rochas duras naquela região... apenas dunas.

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