[40] Sem Medo do Futuro (Final)

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Cassiopeia Snape tinha um plano... era bobo, mas que daria certo para chegar ao seu objetivo.

Seus olhinhos negros miravam na despensa, onde estava o pacote com as batatas fritas. Sua mãe tinha lhe proibido de comer coisas gordurosas antes do almoço — além de ter lhe dito que fazia muito mal para uma criança em plena fase de desenvolvimento — mas ela ouvia? Não. Queria comer batatas agora.

Já aprendeu da primeira vez a fazer isso, e conseguiria de novo. Só precisava se concentrar no alvo.

A boca da pequenina salivava. O pacote estava tão perto...

Cassiopeia ergueu suas mãozinhas e se concentrou em abrir a porta de vidro. Era bem complicado e ela se cansava depois, mas não iria desistir fácil de conseguir as batatas. Fez força e com sua magia, conseguiu abrir e o pacote começou a flutuar...

... mas Cassiopeia teve uma surpresa bem desagradável.

— Ahá! — disse Erina voltando do jardim da fazenda com uma cesta cheia de frutas e ervas; foi rápida e conseguiu pegar o pacote antes mesmo dela passar para as mãos da pequena — Eu sabia que você estava usando sua magia para pegar as batatas. — Cassiopeia fez um rosto tristonho e decepcionado pelo seu plano ter dado errado — Cassiopeia, eu já te falei que isso faz mal para o seu crescimento.

— Eu gosto! — gritou — Quero as batatas, mamãe!

— Já falei que não. E trate de me obedecer.

No mesmo tempo, Severo Snape descia as escadas da fazenda já arrumado, usando o típico sobretudo, mas sem a capa negra, já que ela tinha sido chamuscada naquele ataque covarde que Gai Amatsu lhe fez nas costas. Ouvindo a discussão que sua esposa estava tendo com a filha, foi para a cozinha verificar.

— O que acontece, esposa?

— A Cassiopeia, bem malandrinha, já está usando a magia dela para pegar as coisas, principalmente o pacote de batata frita.

Snape olhou sério para a filha, que logo fez uma expressão apavorada e ao mesmo tempo envergonhada de ter desobedecido às ordens da mãe.

— Sua mãe já não te falou que isso faz mal para o seu crescimento?

— Já, mas eu gosto... — disse, batendo o pé.

— Não tem que gostar. Não pode e acabou. — Snape se abaixou e olhou mais sério para ela — E espero que não desobedeça de novo.

— Sim papai...

Cassiopeia saiu, voltando para a sala de estar e pegando o livro que tinha ganhado de natal e lendo as páginas seguintes, tentando esquecer das batatas fritas. Snape olhou com certo desdém e depois voltou a Erina, vendo a linda colheita que ela fez.

— Não sei porque você mantém essas coisas aqui...

— Fala das batatas? Eu gosto delas, ué. Só não quero que a Cassie coma por ser muito pequenininha.

— Eu sei... aliás, não entendi porque essa formalidade toda hoje... é algum feriado nacional ou algo do tipo? Poderia me explicar?

— Não se faça de bobo. Hoje é o seu aniversário... meu marido já é quase quarentão. — Erina lhe deu um beijo e arrumou parte do paletó do sobretudo, retirando alguns fiapos — E não apenas isso caro Severo, mas também vamos celebrar a vida... e a Cassie está toda animada desde de manhã...

— Certo, mas... precisava mesmo chamar a minha mãe e o pessoal do segundo andar? Fiquei sabendo que há um morador novo e eu não queria que mais pessoas soubessem que estou vivo...

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