[26] Teia Azulada

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Erina tinha aparatado em outro local da mansão, mas não sabia exatamente qual. Era um corredor, e olhando para cima tinha uma pequena escadaria. Ainda queria entender o que diabos estava realmente acontecendo. Willard Prince realmente se matou no dia em que Snape nasceu? Tudo indica que sim ou não, graças ao relato de Dulce Rowle. E quem foi o responsável por assassinar aquele bruxo para protegê-la?

Muitas perguntas, mas nenhuma resposta.

O que importa, é que conseguiu escapar d'A Escuridão sem se machucar. Deveria ter trazido a poção de Ever para impedir aquela coisa de se espalhar. Mas o que ainda não cabia na sua mente era como e quando Vinda Prince conseguiu a gosma. Será que ela conheceu algum dos membros da Organza Cruz?

Organza Cruz... aquele nome parecia tão distante... a última vez que Snape falou do seu pai, o infame Tobias Snape, foi um dia antes deles se mudarem para o Largo Grimmauld.

— O desgraçado está na mesma, mas sinto que há algo em seus olhos quando eu o vejo...

— Tipo o que? — perguntou Erina, na época.

— Satisfação... e de um modo bem doentio.

Será que Vinda conseguiu localizar Tobias e ele falou da gosma para ela?

Só pode ser. A Lazuli Azul é recente... não tem nem dois anos que estava na comunidade. Vinda poderia muito bem ter acesso ao que a sobrinha estava fazendo longe da família e assim, encontrado Erina e feito aquele convite e também achado o paradeiro de Tobias Snape.

Erina ouviu uma música vinda de uma sala atrás de duas portas. Abriu-as e foi parar em um jardim da mansão. Estava andando na varanda, observando mais casais fazendo sexo, e usando máquinas estranhas para alimentar seu desejo sexual doentio. A música não despertava mais seu instinto sexual, pois aquela melodia era bem diferente. As luzes que iluminavam o jardim eram avermelhadas e davam-na uma sensação de náusea, e isso a fez lembrar dos momentos de seus constantes enjoos enquanto estava grávida.

Olhou para a sua frente e tinha mais uma porta. Precisava arrumar uma nova máscara, senão eles não vão deixar que ela passe. A regra era bem clara e isso Erina entendeu muito bem: sem máscara, está proibido de frequentar o espaço. Não importa se você usa um vestido fino, esteja de calcinha e sutiã ou até mesmo pelado em meio a orgia bizarra... tem que usar uma máscara.

As máscaras eram uma espécie de hierarquia para a família Prince. Representava o poder e sua grande influência. Não usá-las naquele ambiente era um grande desrespeito. Tinha que dar um jeito de roubar alguma das máscaras daqueles seguidores, mas como? Havia muita gente por lá e... alguns guardas. Acho que Vinda já deve ter alertado que ela poderia ter escapado.

Precisava chegar do outro lado da varanda, mas como? Ou melhor... como passaria por toda aquela gente sem ter um ataque de nervos? Erina respirou fundo e avançou, descendo as escadas e encontrando alguns arbustos para se esconder. Poderia aparatar? Sim, poderia, mas eles ouviriam o estalo e logo saberiam que ela estava lá, já que a mansão toda tem um feitiço anti aparatação.

Dentre tantos gemidos e o cheiro nauseante dos fluídos sexuais com o suor dos praticantes, Erina ouviu duas vozes muito conhecidas aos fundos.

— Vamos embora daqui. Não sei porquê você resolveu vir até aqui, sua mula.

— Mas hoje era o dia da celebração, maninho. Nossa família também recebeu o convite.

Erina forçou um pouco a vista e reconheceu Rodolfo Lestrange, marido "de fachada" de Bellatrix, e seu irmão mais novo Rabastan. O que eles estão fazendo aqui? perguntou enquanto tentava chegar do outro lado. Rodolfo também não usava máscara e Rabastan estava usando uma verde com detalhes em dourado que só cobria os seus olhos.

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