[6] Livrai-nos do Mal

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Hogwarts, Dia das Bruxas de 1991.

Desde aquela carta, Severo Snape não recebeu nenhuma resposta da amada, e estava extremamente preocupado. Aquele papiro com sangue não poderia ser sinal de coisas boas. Se soubesse onde ela estava, sairia daquele castelo em segundos e iria até seu encontro para protegê-la de qualquer mal que esteja sofrendo. Foi tão desesperador que até mandou carta para a senhora Thompson perguntando sobre, mas ela não também não tinha informações — e, pasmem, também morria de preocupação. Snape já entrava em um estado de completa loucura e excitação em não saber de nada sobre Erina.

No momento, não tinha muito o que fazer, e sim esperar.

E aguentar os alunos de Hogwarts fazendo bagunça, como sempre.

Dia das Bruxas... aquele dia era para ser especial... seria o aniversário de 19 anos de Erina... ela já tinha crescido e se tornado uma bruxa de respeito, que agora corre atrás de seus sonhos mais íntimos. A ambição de ser auror não era apenas isto que Erina desejava em sua vida; queria se casar, trabalhar, ter filhos e uma casinha só para ela. Snape sabia que ele fazia parte destes planos, mesmo achando que a ideia de casamento e filhos fosse ainda meio cedo para ela pensar.

É verdade que... na sociedade bruxa os casamentos ocorrem muito cedo — a maioria, arranjada, quando se trata de juntar sangues-puros para perpetuar esse purismo idiota — entre comparação com os trouxas, que nem mais se casam, e preferem uma vida mais tranquila, mas ele e Erina não poderiam ser diferentes? Precisavam mesmo seguir a faixa etária assim tão cedo para obedecer regras estúpidas de uma sociedade atrasada e completamente paralisada no século XIX?

Nem em povos considerados "retrógrados" ocorre esse tipo de cobrança ridícula.

Enquanto não recebia notícias, suas únicas lembranças, no entanto, era a imagem que tinha de Erina em sua formatura, a qual não parava de olhar enquanto ocorria o banquete de Dia das Bruxas... e que festa mais sem graça. Isso lhe fez lembrar daquela loucura que foi o tão antigo Projeto Hogwarts, uma festa organizada na surdina por Mérula Snyde e Erina que prometia ser "a maior e melhor festa que Hogwarts já teve em sua história", mas acabou se tornando um antro de: sexo, mandrágoras, e fogo. Muito fogo.

Se bem que... uma festa daquelas seria melhor do que este banquete que mais parece festa de Finados.

E olha que até elas são mais animadas.

Mas... uma coisa poderia "animar" as coisas.

— TRASGO! — Snape olhou para a entrada do Salão Principal e Quirrell vinha correndo e desesperado — NAS MASMORRAS! TRASGO!

O que?! Um trasgo em plenas masmorras?

Após dar todo aquele chilique, Quirrell caiu duro no chão, e os alunos começaram a gritar e se desesperar. Snape nem esperou Dumbledore falar para os monitores levarem os alunos de volta às salas comunais, e saiu do recinto, com medo que algo tivesse acontecido com o "segredo".

Era meio óbvio que Quirrell estava envolvido. Se Erina estivesse aqui logo saberia quem ele era de verdade.

Passando pela Escadaria Principal, tinha que chegar no terceiro andar antes que alguma coisa acontecesse. Passou entre os quadros de Merlin, rei Arthur e Sir Cadogan, e foi chamado pelo primeiro.

— Onde vai com tanta pressa? — perguntou o quadro do bruxo ancião.

— Preciso ir para o terceiro andar. Sinto que aquele miserável irá aprontar.

— Fala do novo professor de Defesa contra As Artes das Trevas? — perguntou Arthur; Snape tinha revirado os olhos — Hum... ele me parece meio medroso. Não sei se teria coragem de... fazer isso.

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