[15] Luna e Blossom

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Erina acordou naquela manhã preguiçosa muito bem. Estava chovendo, e ouvia as gotas fortes batendo sob a janela do quarto. Ela estava nua, coberta por lençóis e além do barulho da chuva, estava escutando o barulho de um chuveiro. Só poderia ser o seu marido, que levantou primeiro. Erina se levantou e seguiu os sons das gotas do chuveiro, chegando ao banheiro que ficava no mesmo quarto.

E como esperado, viu Severo Snape no chuveiro por trás do box improvisado. O banheiro tinha ladrilhos escuros e era bem minúsculo. Erina abriu a porta de vidro e lhe deu um sorriso. O amado tinha terminado de se ensaboar e estava prestes a lavar seus cabelos.

— Bom dia meu marido bonitão. — disse Erina lhe dando um sorriso; partes das gotas do chuveiro estavam indo nela, e Snape se encantava cada vez mais pela beleza sublime de sua amada esposa — Acordei e não te vi comigo. Fiquei triste... — disse em um tom manhoso.

— Não queria te incomodar, minha esposa. Estava dormindo tão bonito... — Snape acariciou sua testa e tirou partes das mechas da testa dela — Mas agora que está acordada... gostaria de tomar banho comigo?

Erina deu-lhe um sorriso pervertido, e entrou dentro do box, ficando um pouco aos fundos. Snape fechou-o e deu um forte abraço na esposa, enquanto a água caía sobre suas cabeças. A bruxa só queria ficar ali, abraçada e sendo cuidada pelo amor da sua vida. O cheiro de Snape lhe deixava anestesiada, assim como o odor dos cabelos azulados de Erina deixavam Snape calmo e se sentindo amado.

Snape era um homem extremamente fechado, e o mundo inteiro sabia disso, mas nunca pensou que poderia ser amado daquele jeito. O coração de Erina é puro, e o amava com tamanha intensidade que até mesmo o assustava. Ela só pensava nele, assim como ele não tirava sua imagem de seu cérebro. Snape tinha um propósito de vida, que era fazer sua esposa e filha felizes e ser o pai que o seu verdadeiro e o de Erina nunca foram.

As histórias dos dois eram um tanto parecidas: ambos sofreram com um pai abusivo e violento, mas a senhora Thompson se valorizava mais e colocou o maldito para correr. Já a sua mãe, dava desculpas idiotas para continuar com o imbecil. Snape nunca aceitou essa submissão dela, e quando Tobias Snape tinha finalmente saído da vida deles, foram viver em Ravenclaw's Pride.

Erina estava certa em alguns pontos. A Rua da Fiação era um lugar amaldiçoado, com pessoas podres ou devendo alguma coisa. Existia uma espécie de hierarquia na pequenina e horrenda Cokeworth.

Os bruxos e ciganos, que eram a maioria vivente na cidade;

Os trouxas que trabalham nas fábricas;

Os bêbados e prostitutas que andavam por aí entre os becos e vielas escuras (inclusive o maldito Tobias tinha uma prostituta como amante, era bem jovemzinha e deveria ter os seus quatorze anos mais ou menos. Snape descobriu isso quando tinha quinze anos, seguindo-o em um noitada porque não tinha nada melhor para fazer e já tinha lido quase todos os livros disponíveis);

E por fim os agiotas, em que a grande parcela da cidade, deve dinheiro a eles.

Inclusive, tinha gente devendo dinheiro para Snape. Ele não ficou apenas sendo professor de Hogwarts neste meio tempo, não. A vida louca fazia parte de seu sangue e quanto mais sentia a adrenalina, melhor.

Enquanto dava um tempo de sua carreira de "Comensal da Morte", Snape atuava como agiota — ele não gostava desta palavra, preferia ser chamado de "chefe", pois era o único da região que tinha grande poder aquisitivo —, e quando os imbecis não pagavam... a morte era certa. A grande maioria pedia dinheiro para sustentar vícios e outros pediam por necessidades. Neste segundo caso, Snape não fazia nada e dava tempo ao tempo, pois sabia que aqueles coitados não tinham onde cair mortos.

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