[39] O Renascimento do Príncipe

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Cinco meses. Cinco meses se passaram e Severo Snape continuava em coma. Era pouco tempo comparado com outros tipos de pacientes no mesmo estado vegetativo, mas tanto para Erina quanto Cassiopeia parecia uma eternidade. Snape não demonstrou nenhum outro tipo de problema neste período em que estava sendo cuidado na fazenda.

Os batimentos cardíacos estavam normais e o resto do corpo também não apresentou nenhum problema adverso. O cérebro estava com suas atividades normais, mas então o que faltava para que ele acordasse? Erina já estava desistindo de que um dia, Snape poderia abrir os olhos. Era um exagero pensar assim? Era, porém seu coração estava desesperado. Queria que ele acordasse para poder ver sua filha crescer e continuar com o seu tão ambicioso "Projeto: Bebês Fofos".

Um monte de lembranças passavam na sua cabeça sempre que o via naquele estado vegetativo. Cassiopeia também não parava de fazer mil questionamentos sobre quando o pai iria acordar. Erina já estava cansada de dar desculpas, porém não queria preocupá-la. Cassie amava o pai, e qualquer coisa que acontecesse com ele, poderia causar um forte choque emocional na pequena.

Erina estava no quarto cuidando dele. Deu um banho simples, limpando as partes íntimas e vestindo-o com o seu sobretudo preto. Mesmo em coma, sempre ficava impotente com aquelas roupas. Cassiopeia tinha entrado no quarto para dar bom dia à mãe e ao pai. Vestia um conjuntinho de dormir com a cor rosa claro a qual, possuía a estampa de um urso na camisa. Na mão, segurava sua boneca favorita.

— Oi meu amor. — disse Erina a pegando no colo e lhe dando um forte abraço e um beijo na bochecha — Dormiu bem? — ela fez sim com a cabeça.

— Sonhei com o papai. — disse a pequena — Ele tinha acordado.

— Era tudo que a gente mais queria, não é? — disse com a voz um pouco embargada e querendo chorar, mas se conteve e tirou uma mecha dos cabelos negros do rosto da filha.

— Será que ele vai acordar um dia, mamãe?

— Vai sim, meu amor. Eu tenho certeza disso... — Erina sorriu — Mas bem... vamos tomar café? A mamãe precisa passar em alguns lugares, então você vai ficar com a vovó e o titio Will. — Cassiopeia sorriu e começou a bater palmas — Gosta de ficar com eles, né? — ela fez sim com a cabeça — Mas assim que eu voltar, venho te buscar para o almoço.

Cassiopeia concordou e foi com a mãe até o banheiro para se trocarem. Fez um pouco de birra por causa da roupa que Erina lhe colocou — era o mesmo macacão vermelho que tanto odiava, já que o preto que amava ela havia sujado enquanto brincava com os porcos da fazenda — mas aceitou e foram tomar o café da manhã. Pinky estava preparando o chá e Erina foi ajudá-la.

— Essa casa é tão estranha sem a senhora Lauane Thompson... — disse Pinky.

Erina olhou para o lado e concordou.

— É... mas a gente precisa seguir em frente, mesmo que seja difícil e dolorido.

— Pelo menos temos a senhora Cassiopeia, senhora...

— Sim. Cassie é um presente das entidades para mim e para Severo...

— E por falar no senhor Severo Snape... s-será que ele não vai acordar nunca mais?

— Eu não sei... o Nanase me disse que, em casos como o dele, o coma pode durar meses ou até anos.

— Senhora... pode ser muito duro o que Pinky irá falar, mas... se fosse para o senhor Severo Snape ficar deste jeito... teria sido melhor que ele morresse...

Erina arregalou os olhos, e Pinky percebeu, indo até a parede perto da pia e batendo a própria cabeça.

— Pinky má! — gritou. Erina a pegou pelos braços para que ela parasse — Desejou a morte do marido da senhora Erina...

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