[21] Pequena Cassiopeia

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Choros insistentes invadiram o quarto em que Erina e Severo Snape dormiam.

— Severo... — Snape fez um murmuro ao indicar que estava ouvindo a esposa — ... você vai ou eu vou?

— D-deixa que eu vou... — disse sonolento e já levantando da cama.

— Tá. Se ela chorar de novo me avisa que eu vou.

Snape levantou e foi até os fundos do quarto onde se localizava o cesto em que a pequena Cassiopeia chorava. Ele a pegou pelos braços e a colocou no colo, fazendo chiados com a boca e carinho nas costas e cabeça no intuito de acalmá-la. Só que a pequena ainda chorava muito. O problema era ainda mais sério.

Cassiopeia tinha sujado a fralda, e Snape foi até o banheiro para trocar. Ele não tinha uma certa agilidade para lidar com a fralda — como todo pai de primeira viagem que está aprendendo a cuidar de uma criança — mas limpar era bem rápido. Logo que terminou, Cassiopeia parou de chorar e Snape colocou a fralda limpa e descartou a suja. Carregou-a de novo no colo e depois a deitou no cesto e cobriu com um lençol fino.

Só que, ao amanhecer do dia seguinte, ela estava chorando de novo.

Erina levantou de vez, e foi ver o que tinha acontecido. Cassiopeia estava com uma assadura horrível.

— Severo, você esqueceu de colocar talco nela ontem a noite? — perguntou Erina enquanto tentava resolver o problema da assadura. Os dois estavam no banheiro fazendo suas higienes matinais.

— Eu não sei... estava com sono. Acho que eu não coloquei a fralda direito... me desculpe.

— Está tudo bem. Bom, vou ver se consigo passar uma pomada para as assaduras.

Ser mãe era bem difícil e extremamente cansativo. Cassiopeia só tinha quatro meses e já parecia ter uns oito ou dez. Chorava bastante, como todo bebê, e tinha suas necessidades, mas mostrou-se ser uma menininha bastante inteligente já nos primeiros meses de vida.

E mamava muito. Parece até com a mãe quando está com fome.

Mas amamentar não estava sendo algo mais tão interessante quanto nos primeiros dois meses. Cassiopeia já estava tendo alguns dentes, e sem querer acabava mordendo seu mamilo na hora da amamentação e em alguns casos até machucava. Snape lhe disse para passar uma pomada ou fazer um curativo a fim de não dar infecção e nem inchaço, ou extrair o leite até que as feridas se curassem.

Só que o segundo era ainda mais doloroso que o primeiro, e Cassiopeia odiava a mamadeira, fazendo birra toda vez que tentavam lhe dar — os traços do pai na personalidade já eram vistos desde cedo.

Porém, ainda estava muito longe para definir se ela tem algo de Snape na sua personalidade. A pequenina tinha a mesma aparência, e isso era fato. Os cabelinhos que começavam a crescer eram pretos, as sobrancelhas já davam sinais de serem bem carregadas e os olhos... brilhavam como uma jóia de tão escuros que eram. O nariz era bem pequenininho, mas já dava para ver que seria grande quando crescesse.

Os dois foram para a cozinha preparar o café da manhã Erina tinha colocado Cassiopeia sentada em uma cadeirinha própria de bebê. A pequenina balançava seus bracinhos, querendo o colo de um dos dois. Snape começou a preparar o café — seria cereais com ovos fritos e leite — enquanto sua esposa ia para a sala de estar procurar alguma leitura. Cassiopeia não sentia fome, mas queria o aconchego dos pais.

Impaciente, começou a bater na mesa da cadeira e a fazer grunhidos de revolta. Snape olhou para trás e lhe deu um olhar gelado. A pequenina parou na hora.

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