[25] Máscaras Genealógicas

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Erina Snape parecia estar em um daqueles cômodos estranhos que aparecem nas boates de filmes de ação. Quartos reservados com cortinas vermelhas, um pequeno palco com uma barra de metal de pole dance — nem sempre essa barra estava presente, variava de filme para filme — e uma stripper dançando e removendo suas roupas.

Só que, naquele antro era um tanto pior.

E isso Erina nunca tinha visto nos filmes de ação, apenas em livros eróticos.

Quando chegou, não tinha nada demais até avançar. Encontrou uma mulher deitada em uma outra sala apenas de sutiã, e se masturbando. Ela ainda usava sua máscara e estava acompanhada de um homem, sentado em uma cadeira, também com sua máscara e completamente nu. Eles não pareciam notar a presença dela — ou talvez não se importavam. Erina acreditava na segunda.

Havia uma segunda sala ao seu lado esquerdo e foi até ela, onde encontrou mais casais na mesma situação e muitos objetos de sadomasoquismo estavam espalhados em mesas de cabeceira juntamente com brinquedos eróticos. Dentre os que estavam no seu radar, apareceu uma bruxa completamente nua, que estava dançando com os braços levantados e complementando com movimentos estranhos.

Ao lado dela, tinha um casal bem empolgado — todos estavam empolgados, óbvio — onde a bruxa estava sentada em cima do seu parceiro e comandando os movimentos. Erina passou por um salão maior, onde viu uma escadaria no fim e mais pessoas estavam fazendo sexo. Erina não queria notar neles, mas era quase impossível. Aquela música que tocava parecia estimulá-la a querer o mesmo.

Snape... do nada começou a sentir saudades dele. Não fazia nem cinco horas que tinha se despedido dele. Queria estar fazendo essas mesmas coisas com ele. Ser a mulher bruta que era na cama e lhe deixá-lo completamente "quebrado". Queria sentir o cheiro dos cabelos negros e ter as mechas roçando sobre seu pescoço. Aqueles casais... aquelas mulheres se masturbando... tudo era tão...

Erina começou a bater na própria cabeça. Não poderia perder o foco agora. Tinha que dar um jeito de ignorar aquelas pessoas... ignorar essa música. Ela tem que ser forte e avançar sem ao menos olhar.

— Calma, Erina... eles devem estar em algum tipo de transe, uma magia que eu ainda não identifiquei... deve ser a música. Tenho que dar um jeito de pará-la.

Agora que descobriu a suposta fonte do problema, avançou mais rápido, não notando em ninguém lá justamente para não perder o foco. Chegou ao segundo andar e na frente viu algo iluminado. Andou mais um pouco e encontrou uma cena... assustadora.

Era outra parte do térreo, maior e com mais pilastras e objetos sexuais. Na frente, havia um palco com uma espécie de piscina improvisada e envolta da mesma tinham mais bruxos e eles faziam sexo oral um entre o outro — Erina chegou até a ver, de longe, uma bruxa que estava fazendo o ato em uma mulher, e depois foi para um homem.

O que lhe chamou mesmo a atenção foi a piscina embaixo dos casais. Não parecia ser água porque dela saía fumaça... não era forte o suficiente para inundar o local todo e deixar tudo coberto, mas ainda assim era bem intenso e o cheiro conseguia ser pior. Erina sentiu ânsia de vômito e precisou sair de lá.

Andando pelos corredores estreitos do segundo andar, notou que aquilo parecia mais com uma plateia. Encontrou vários bruxos sentados em cadeiras assistindo o espetáculo lá embaixo — e alguns, até se masturbavam — e o local em si era bem rústico com velas iluminando os corredores em castiçais flutuantes.

Chegou ao fim do corredor e de lá, foi para a única porta disponível. Entrou sorrateiramente e se deparou com uma pequena biblioteca. Aqui, Erina pode perceber o motivo pelo qual Snape tinha tanto gosto por livros... era de família. Eileen gostava, os seus pais também e assim por diante.

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