Trinta e Sete:

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Peço perdão a todos pela demora com os capítulos, mas venho com a boa notícia de que estamos chegando ao final da trama. Agradeço a todos que tem lido!

Lady Derblay

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Amelie sentiu todo o corpo tremer ao perceber onde estava. Não sabia dizer como havia voltado para aquela floresta escura e úmida e entrou em desespero. Estava vulnerável e sentia muito frio, principalmente em seus pés descalços.

Ela olhou em volta e viu a fogueira e a charrete que Connor havia roubado de seu marido. Sem precisar pensar muito, decidiu fugir dali o mais rápido possível, mas antes de dar o primeiro passo, ouviu:

— Não vou deixá-la escapar de mim outra vez, querida. — Aquela voz rouca ecoou por todos os lados e despertou o desespero na pobre garota.

— Vá embora, Connor! Deixe-me em paz! — ela suplicou e em seguida, sem rumo certo, começou a correr desesperada por entre as árvores e arbustos, com a intensa sensação de haver alguém em seu encalço. 

— Não pode se esconder de mim. — Ouviu um cantarolar assustador. — Venha, deixe-me lhe dar a vida que merece.

— Não! — Amy gritou e acelerou ainda mais seus passos, enquanto sentia as lágrimas embaçando suas vistas.

Correu, correu, correu, mas a perseguição parecia não ter fim.

O cenário ia tornando-se mais sombrio a cada minuto, chegando ao ponto de Amy não mais enxergar onde pisava os seus pés. Ainda assim, mesmo aos tropeços, ela não desistia de tentar encontrar um caminho para longe daquele lugar terrível.

— P-por favor, Deus, ajude-me — clamou em pânico, já sentindo suas pernas e pulmões queimando pelo tamanho esforço.

Demorou, mas apenas alguns metros à frente, ela enfim avistou uma placa de madeira indicando a saída. Agradeceu e forçou-se a ir mais depressa.

Poucos segundos depois ela já conseguia contemplar uma colina esverdeada, sendo iluminado por uma linda lua e um céu estrelado. Sentia a brisa tocando seus cabelos e a liberdade enfim chegando até que ouviu o disparar de um tiro logo atrás de si.

Temerosa, ela ousou virar-se para averiguar a situação e empalideceu ao contemplar Nathaniel estirado ao chão com a camisa encharcada de sangue na altura do peitoral.

Amelie ficou sem ar e apressada deixou a ideia de liberdade para lá e se adiantou até seu marido.

— Não! Não! Não! Acorde, Nate! — Chacoalhou os ombros do homem e tentou despertá-lo gritando seu nome, mas nada nesse mundo o fazia abrir os olhos. Amelie debruçou-se sobre o peito úmido de Nathaniel e rompeu em um choro amargo e sem igual. — Por que, meu Deus? Nathan! Oh, meu querido, Nathan! Não me deixe! Por favor, não me deixe! — Ela o apertou contra si e gritou com toda a dor de seu coração.

Tudo ficou em um breu completo e, logo depois, Amy abriu seus olhos, despertando com um salto daquele terrível pesadelo que a assombrava quase todas as noites. Seu coração estava disparado e a testa úmida pelo suor. Não conseguia se livrar daquela sensação de luto que só aumentou após sentar-se na cama de seu quarto pouco iluminado pela lareira, olhou para o lado e não viu sua cara metade.

A respiração voltou a ficar ofegante, a garganta se fechou com um nó gigantesco e aquela dor da perda começou a se espalhar por todo o seu corpo.

— Oh, não, Nathaniel! Nathaniel, onde está? — ela gritou, sentindo mais e mais lágrimas chegando.

Mal teve tempo de se afundar nos seus medos, pois, felizmente, de maneira oportuna, Nathan apareceu no momento certo.

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