Dezessete:

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Dois dias se passaram desde que Sr. Thomas fizera o pedido de casamento à Srta. McKlain. Até aquele momento ele ainda não havia obtido uma resposta, além, é claro, do inconformismo da moça quanto a solução que ele havia proposto a fim de resolver o impasse causado pela rebeldia dela. Sua paciência estava chegando ao fim, mas ele ainda mantinha-se esperançoso e confiante que ao fim de todas aquelas provações seria aperfeiçoado. Nathan também não permitiu que suas emoções o dominassem, nem tampouco que a indecisão de sua possível futura esposa o impedisse de cuidar dos trâmites necessários do enlace.

— Sr. Thomas! Chegou cedo da cidade — exclamou Yan ao ver Nathan aproximando-se, trazendo o cavalo para ser guardado no estábulo. — Fez uma viagem agradável?

Nathan entregou seu animal para ser cuidado pelo funcionário, mas antes pegou as compras que fizera no comércio no centro de Grace Ville.

— Sim, o caminho estava tranquilo, mas fui pego por um pouco de neve. Acho bom nos prepararmos, pois é certo que em poucos dias tudo estará coberto por um manto branco sem fim — alertou aproximando-se do rapaz. — Deus nos ajude a estar preparados.

— Amém. — Yan sorriu levemente. — Encontrou algum conhecido?

Algumas lembranças desagradáveis das horas anteriores invadiram a mente de Nathan.

— Bem, você bem sabe como é essa época do ano. Todos vão cedo a cidade a fim de aproveitarem as mercadorias. Então, sim, encontrei muitas pessoas, mas elas não foram exatamente simpáticas. — Ele suspirou devagar. — Sr. e Sra. Fergurson me abordaram e eu nem soube como resoonder quando afirmaram veementemente que me inflamei com as paixões da mocidade e devo me arrepender. Até o ferreiro me alertou a não confiar nas promessas das mulheres da cidade, elas só procuram diversão e vão embora, não são para o casamento. Pelo visto fofocas viajam rápido.

O semblante de Yan caiu em grande tristeza. Ele sentia muita culpa por ter causado grande desgraça a vida daquele que tanto lhe ajudou nas tribulações. O rapaz aproximou-se do patrão, segurou o chapéu contra seu peitoral e abaixou a cabeça.

— Oh, Sr. Thomas, mais uma vez devo reforçar, não tive a intenção de expô-lo. Quando encontrei aquele grupo de mulheres desesperadas em busca da Srta. McKlain, achei por bem chamá-lo na biblioteca. Elas insistiram em vir comigo e eu não pude impedir o desastre...

— Está tudo bem, Yan, não se martirize por algo de que não tem culpa. Pelo menos você acreditou em mim quando afirmei ter tomado aquela atitude para salvar a mulher — Nathan suspirou e deu algumas batidas leves no ombro do amigo. — Acreditou, não é? 

Yan afirmou com a cabeça, mas parecia intrigado.

— E pensa mesmo em tomar a moça em casamento? — questionou intrigado. — Minha esposa, Ellen, pensa que o senhor está entrando numa grande fria. Talvez seja melhor deixá-la por conta própria, uma vez que o tempo está passando e ela não lhe deu uma resposta. Tenciono a concordar.

— Não posso fazer isso, Yan. Pense na situação de Amelie em comparação a minha. Posso ser conhecido nessa cidade e agora mais ainda, mas toda a culpa recaiu sobre ela. Não seria difícil encontrar alguma outra moça disposta a se casar comigo, mas e ela? Com o histórico de seu pai e agora sendo marcada por esse escândalo, ela estará completamente arruinada. — Nathan umedeceu os lábios. — Por isso, farei tudo ao meu alcance para convencê-la a se casar comigo. Ninguém lhe fará mal enquanto estiver debaixo da minha proteção.

— Mas, o senhor não é responsável pela inconsequência dela, patrão — refletiu Yan. — Foi ela quem saiu, caiu no rio e necessitou do seu socorro.

— Agradeço a preocupação, meu caro, mas não estarei honrando a Deus deixando aquela mulher à propria sorte — declarou com toda a convicção. — Será uma questão de honra.

Uma Nova Vida Para Amy Onde histórias criam vida. Descubra agora