Trinta e Oito:

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Caros leitores, peço perdão por toda a demora, prometo que o livro em breve chegará ao fim e a ansiedade por novos capítulos também.

Deus os abençoe,

Lady Derblay.

...

A primavera chegou a pacata cidade de GraceVille, trazendo aos poucos a vida e as cores de volta ao seus redores.

Amelie, já restaurada de seus traumas, sentia-se encantada enquanto observava da entrada do estábulo, a grama verdinha se estendendo por todo o terreno e as flores coloridas nascendo entre os arbustos. O céu vespertino estava de um azul claro exuberante e o sol esquentava sua pele e a levava a agradecer ao Senhor por seu exímio dom como Criador.

— Como Suas obras são perfeitas, Pai — sussurrou ao ver alguns passarinhos voando por perto e estava prestes a inspirar em profunda paz de espírito quando sentiu alguns puxões na barra de seu vestido.

Retornando das divagações, ela olhou para baixo e viu a menininha ruiva de no máximo uns cinco anos, segurando uma folha de papel contra o seu peito.

— Sra. Thomas, já acabei meu desenho. Quer ver? — anunciou a pequena Molly e esticou seus bracinhos.

— Oh, claro!

Amelie agaixou-se, observou os rabiscos com atenção e elogiou a garotinha pela criatividade. Molly ficou com as congratulações e logo partiu para se vangloriar com seus outros dez colegas.

A iniciativa da Sra. Thomas era de apenas ensinar o querido Timothy a ler, mas a medida que dava suas aulas simples, sem muitos recursos além de alguns livros velhos e uma didática não muito sofisticada, acabou atraindo outras crianças, filhos de alguns inquilinos e empregados.

Ela não se considerava nada em comparação à uma professora treinada, mas se alegrava com a missão dada pelo Senhor em suas mãos. Passou praticamente todo o inverno gastando seu tempo em ensinar pelas tardes e mesmo com seus vários defeitos, lhe era muito recompensador assistir os frutos de seu trabalho.

As crianças mais velhas já conseguiam com louvor identificar as letras do alfabeto, juntar algumas sílabas e ler frases curtas. Já as mais novinhas, como Molly, se aprimoravam nos tópicos básicos como escrever seu próprio nome e desenhar.

Amy também, a semelhança das mulheres que a haviam educado, ensinava o básico de cálculos matemáticos e quando o clima estava bom, o que vinha sendo recorrente com a mudança de estação, os levava para pequenos passeios com objetivo de observarem a natureza.

Além de ajudar àquelas jovens almas, Sra. Thomas via naqueles momentos uma excelente oportunidade de aprimorar suas habilidades maternais, tais como a paciência e capacidade de resolver conflitos e brigas com justiça e a Palavra de Deus.

Era mais difícil do que aparentava...

Amy nem sempre tinha pulso firme e mais de uma vez entrou em desespero por perder o controle sobre aqueles pequenos agitadores. Nessas horas sentia-se tentada a deixar toda aquela história de ser professora para lá e só não desistia porque sua vontade de aprender a lidar com suas inabilidades era maior do que o desespero. Além disso, naquela mesma semana havia descoberto que dentro de alguns meses seu lado maternal certamente desabrocharia e ela mal podia esperar para contar a Nathan, assim que ele retornasse de uma viagem de última hora.

— Olhe só, Sra. Thomas, consegui escrever esse versículo! — Timmy exclamou e levantou-se de sua mesa improvisada. — Vou mostrar ao papai quando ele voltar de Peace Village com o Sr. Thomas.

Uma Nova Vida Para Amy Onde histórias criam vida. Descubra agora