Dezenove:

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— Casar? Vai se casar e não me contou nada, Nate? — Mary alarmou-se sobremaneira e Nathan, ansioso pela aparição repentina de sua noiva, nem sabia por onde começar as explicações.

Em poucos minutos de conversa, ele descobriu que seu antigo amor de infância, após a última conversa tensa entre ambos, passou alguns dias fora da cidade com uma prima e conseguiu dissuadir o pai quanto ideia do casamento arranjado. Por um lado, Nathaniel ficou feliz em rever a moça e até se divertiu com os relatos dela de suas formidáveis experiências fora dos limites de Grace Ville. Mary até mesmo revelou ter sentido saudades dele e isso o embaraçou. Contudo, ele deveria ser sincero e planejava revelar a verdade sobre os últimos acontecimentos de sua vida. Seus planos, no entanto, não previram Amelie em uma cena de ciúmes.

— Meu noivo é tão esquecido! Não revelou à sua amiga sobre o nosso enlace, Nathaniel? — Srta. McKlain sorriu e não esperou uma resposta, foi logo cumprimentar a outra com um aperto de mão vigoroso. — Prazer, me chamo Amelie McKlain e você é...

— Vai se casar e nem mencionou nossa amizade de longa data, Nate? — Os olhos de Mary encheram-se de lágrimas e isso deixou o fazendeiro em uma situação difícil. — Desculpem meu espanto, eu não estava esperando por isso.

Amelie forçou o riso e, mais uma vez, não deixou passar a oportunidade de gabar-se.

— Foi repentino. Quando demos por conta estávamos perdidamente apaixonados como dois pombinhos. — Ela suspirou e encarou o noivo, fingindo ser a mulher mais romântica do mundo. — Aliás, sinta-se à vontade para participar da celebração da nossa união. Veja! Até encontrei o vestido perfeito para encantar meu lindo futuro marido.

— Nate? — Mary o chamou como se quisesse uma comprovação. Ela parecia estar agarrada a falsa esperança de que a mulher a sua frente não passava de uma louca esperando para ser desmentida. Mas não aconteceu.

— Amelie é minha noiva e hoje mesmo se tornará minha esposa — ele disse com certa dureza. — Eu...

— Peço licença aos dois. Acabei de chegar de viagem e preciso descansar — Mary declarou rápido e tomada pelas suas fortes emoções, pegou sua mala e deu às costas aos noivos.

— Até logo, querida! Vai com Deus! — Amelie fez um gesto de despedida, fingindo afeto e isso deixou Nathan fora de si.

Temendo dar um escândalo em público, ele segurou-a pelo seu braço e a levou até um beco deserto, enquanto a ouvia reclamar do modo grosseiro pelo qual era tratada. Nathan aproveitou o fato de estarem sozinhos,  encostou sua noiva contra a parede e aproximou-se dela.

— O que está pensando? Por que agiu com tamanha arrogância com Mary? Ela é uma boa moça, não merecia ser humilhada de tal forma— ele alterou-se e esforçava-se para conter seu temperamento.

— Humilhada, ela? E quanto a mim? Obviamente, essa tal Mary estava se engraçando para cima do senhor e...

— Se engraçando? Ela é uma amiga de infância! — contestou observando a expressão irritada da moça.

— Amiga de infância ou não, o interesse dela foi perceptível a mim e a todos da cidade que os viram! — Amelie tentou empurrá-lo para longe. — E pelo modo como a olhava, o sentimento é mútuo. Estou errada?

Nathan engoliu em seco e mordeu o lábio inferior. Ele não podia negar a verdade, já fora sim muito apaixonado por Srta. Johnson, mas no momento em que prometeu casar-se com Srta. McKlain, o compromisso foi selado tal como seus olhos e estes não enxergariam mais nenhuma outra mulher além dela, por mais irritante que fosse. 

— Não estou errada— ela concluiu e sua voz saiu mais fina. — Bem que desconfiei! Ah! Por que estou colocando-me nessa posição tão humilhante? Se falam mal de mim agora, o que dirão quando os impulsos do meu marido o levarem a tomar àquela por quem sempre nutriu sentimentos e torná-la sua aman...

Uma Nova Vida Para Amy Onde histórias criam vida. Descubra agora