Treze:

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Olá, caríssimos leitores.
Já há tempos que não apareço por aqui, não é mesmo?
Peço-lhes perdão e prometo compensar a falta o mais breve possível!
Bem, antes de passarem a leitura do capítulo quero avisá-los de que fiz uma pequena alteração na carta em que o pai da Amelie enviou ao Nathan, isso para esclarecer os termos do acordo entre os dois. Quem quiser conferir, voltem ao capítulo anterior.

Atenciosamente, Lady Derblay

•••

Quando retornou ao quarto com Sra. Lenon em seu encalço, Amelie pôde enfim ter liberdade para expressar sua raiva tamanha pelo homem com quem há poucos instantes tivera um seríssimo confronto.

— Não posso tolerar uma afronta daquelas, madame! — a moça exclamou enquanto circulava o quarto de uma extremidade a outra. — Quem aquele ordinário pensa que é para me tratar com tanta brutalidade? — ela não esperou uma resposta, pois sua intenção era encher os ouvidos de sua nova acompanhante com seus desabafos. — Não tenho culpa dos erros de meu pai e não quero pagar sendo humilhada por um agricultor de péssimo gosto para a mobília!

— Oh, senhorita, tenha paciência! Como uma moça cristã o domínio próprio e o espírito manso deve fazer parte de sua natureza — contestou a senhora e decidiu se aproximar a fim de ajudar a garota a trocar os vestidos formais por roupas de dormir. — Confie em mim, Sr. Thomas é um homem gentil e bondoso.Todos na região o conhecem por sua fé e disposição em ajudar os necessitados. Ele apenas não deve estar em um dia bom.

— Bem, eu não ficarei aqui para vê-lo em seus dias bons! Pretendo levantar-me antes do sol nascer e sair em busca de alguém disposto a me acompanhar até a cidade. Certamente, Sr. Thomas ficará feliz com minha partida — declarou com raiva. — Não sei onde estava com minha cabeça quando aceitei pousar aqui. Dormir lá fora com os lobos não me parece nada ruim se comparado àquele, àquele...

— Respire, Srta. McKlain — pediu a madame com calma e penteou maternalmente os cabelos da moça. — Descanse seu coração agitado pelos infortúnios do dia e pense no amanhã apenas quando este chegar.

Diante da bondade daquela senhora amável, Amelie lembrou-se de Madame Bovary e sentiu saudades de casa. Desbravar o mundo estava lhe trazendo mais infortúnios do que a satisfação a qual imaginava receber quando estivesse longe de seu pai. Na verdade, a discussão com o belo e impaciente Sr. Thomas a fez considerar o possível retorno. Se não fosse pela lembrança de que Sr. Drake voltaria a perturbá-la com a ideia de casamento novamente, ela certamente não se recusaria a mudar de planos.

— Está certa — ela disse por fim. — É melhor eu descansar um pouco e a senhora deveria fazer o mesmo. Pode se recolher agora.

— Bem, se não precisa mais dos meus serviços, então peço licença para me retirar, pois realmente estou exausta — Lenon fez uma mesura com a cabeça ao mesmo tempo em que bocejava. — Se precisar de mim estou no quarto a frente, pode me chamar, mas tenha paciência, pois meu sono é profundo.

— Como quiser, madame. Desde já agradeço sua disposição em zelar por minha vida. — Ela sorriu e ficou feliz pela gentileza demonstrada pela senhora em segurar suas mãos com carinho. Em comparação àquela tal Sra. Simons que não se mostrou nada disposta em estreitar um laço de amizade, Sra. Lenon parecia um anjo.

Ao ver a porta fechando-se, Amy deu-se mais uma vez a liberdade para sucumbir aos seus ressentimentos. A mente a levou aos momentos em que esteve ao lado de Sr. Thomas e sentiu raiva de si mesma, pois não somente recordou todas as palavras duras do rapaz, como também corou ao pensar na incomum beleza do fazendeiro alto, de barba farta, olhos marcantes e braços largos. Ele era bem diferente dos rapazes esguios da cidade a quem costumava ver nos bailes a fora. Sinceramente falando, Amelie nunca se impressionou com seus possíveis pretendentes, já Nathaniel conseguiu a proeza de cativar seu interesse. Em muitos aspectos físicos o rapaz sobressaía-se perfeitamente aos outros, mas no quesito polidez, deixava muito a desejar. Prova disso é que Amy o considerava o pior dos homens, ganhando apenas por um pouco de Sr. Drake. Mas nada importava, afinal ela daria um jeito de ir embora e nunca mais teria de lidar com aquele bruto.

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