Capítulo 2

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- AHhh - aperto o travesseiro que está do meu lado arqueando as costas - Ahh sim - aumento a velocidade da vibração e tampo a boca com o travesseiro, apertando o vibrador com força soltando um grito abafado quando finalmente chego lá. Relaxo na cama olhando para o teto 'aí a minha vida é uma droga', levanto indo lavar as mãos e me olho no espelho, eu estou um lixo, nem rastro daquela garota bonita e alegre de dezessete anos, ele ficaria apavorado se me visse assim.

- Sempre odiou que eu me sentisse mal - falo pensando no lindo garoto que me enlouquecia - Sinto tanto sua falta, não sei se vou poder te falar isso algum dia - respiro fundo quando sinto meu nariz arder e os olhos lacrimejar, lavo o rosto e vou me sentar na cama.

-  Sou eu, posso entrar? - escuto a voz da Flor e suspiro vestindo minha roupa - Sei que está com raiva por nos mudarmos outra vez, mas podemos conversar?

Abro a porta e fico a encarando, ela é tão bonita nem parece que é casada com aquele brutamonte de tão fofa que é - Entra - falo dando espaço pra ela passar.

 - Você está com raiva de se mudar outra vez, mas sabe que é preciso - fala se sentando na minha cama, e vou até lá escondendo o vibrador embaixo da coberta antes dela ver.

- Ok.

- Ok, só isso? Não vai surtar.

 - Olha só eu fiquei com raiva porque eu tinha feito uma amiga e as coisas pareciam ter se encaixado, mas parece que isso nunca vai acontecer.

 - Claro que vai, só que recebemos um e-mail dizendo....

 - É eu sei - interrompi - Precisamos fazer isso pela minha segurança - suspiro e olho para ela - Sinto muito por bagunçar sua vida.

 - Não bagunçou, meu marido trabalha com isso e até me treinou para me defender sozinha, sei atirar agora - fala se balançando animada, ela é meio louca não devia ter porte de armas.

 - Quando isso vai acabar? - pergunto olhando para a porta a tempo de ver o brutamonte parar nela e cruzar os braços.

 - Eu prometo que logo - ele diz sorrindo de lado - E pretendo não morrer, então não fique tão preocupada, sempre consigo o que quero - ele se acha - Dou minha palavra que tudo vai acabar bem, mas por enquanto precisamos fazer isso.

 - É e você tem a mim - Aurora aparece saltitando e sorrindo - Eu sou uma ótima amiga e segurança - fala fazendo pose, ela também treina na verdade todas nós para sabermos o que fazer em situações de perigo, eu aprendi a lutar e atirar - Sabe que não pode se apegar muito a outras pessoas até pegar aquele desgraçado, mas sempre vou estar com você.

 - Sei que vai - falo rindo quando ela me puxa para um abraço apertado, ela ama abraços- Ok então vocês vão me ajudar a descer as minhas coisas? - falo levantando.

 - Claro- Flor fala levantando também - só falta as suas mesmo, mais o moço do caminhão precisou resolver sei lá o que  então você pode tomar um banho e trocar de roupa.

- OK.

- Você se trancou faz mó tempo nesse quarto, tava fazendo oque? - Aurora pergunta dando um sorrisinho malicioso.

 - Nada que seja da sua conta - falo e começo a empurrar todos do meu quarto - Saiam eu chamo quando tiver acabado meu banho. 

  Dou sorriso triste fechando a porta e olhando meu quarto, não faz nem um ano que me mudei para cá e já vou embora, penso indo tomar banho.  A cinco anos eu estava bem e feliz com minha mãe, meu pai e irmão eu tinha até um namorado que eu era loucamente apaixonada, quer dizer eu ainda sou, meu coração ainda acelera como louco quando penso nele, mas eu não acho que vou conseguir vê-lo outra vez. E me sinto tão preocupada em relação a isso, não tenho ideia do que aconteceu com ele ' será que ele ainda pensa em mim? Ou já me superou? Ele me odeia? Será que ainda tem crises? Ou se apaixonou por outra pessoa e é ela que ajuda ele agora?'

  Sinto meus olhos arderem e saio do chuveiro me secando, eu amo tanto ele ainda, a esperança de vê-lo outra vez é o que me fez forte até agora, mas ela já está se esvaindo também. Coloco um moletom para viajar confortável, já que com a família de doidinhos sempre vamos de carro. 

   Bom eu estou no programa de proteção a testemunha porque um poço completo cismou comigo. Eu tinha outros detetives como meus guardiões mais eles morreram Vitor e Marcus eles eram durões e tinham cara de mal, pego uma foto de nós três juntos, eles tinham me obrigado a tirar ela eu tinha dezessete anos e estava assustada eram bem legais quando queriam.

 Faz cinco anos que estou nesse programa, eu tinha dezessete quando entrei e agora com vinte dois anos, nada mudou sinto falta da minha família e amigos. Eu já passei por tanta coisa que eles nem acreditariam, quer dizer ele acreditaria ele nunca duvidaria de mim,  a menos que ele estivesse com ciúmes de algum garoto, e isso naquela época me irritava muito e era a causa de muitas brigas nossas, ele é orgulhoso de mais e não sei como reagiria de encontrar a pessoa que prometeu sempre estar com ele e na manhã seguida simplesmente sumiu sem dizer tchau.

 - Ei podemos? - Aurora pergunta invadindo meu quarto.

- Claro - falo sorrindo triste.

- Então vamos - ela fala e começamos a descer minhas coisas que não eram muitas e estavam em exatas quinze caixas para o caminhão de mudanças.

 ' E vamos nós outra vez'

My Angel - Completo/Sem revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora