Capítulo 8

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Karla Salvatore

- Oi - Mabel entra na minha frente com um sorriso - Queria me desculpar pelo meu irmão.

- Está tudo bem, o que você vai querer hoje? - pergunto enquanto passo um pano no balcão.

- Um café para viajem e queria chamar você e Aurora para uma festa - paro o que estava fazendo e a encaro.

- A gente vai - Aurora fala chegando do nada, olho para ela incrédula - O que? A gente vai, onde vai ser?

- Ahh sério? - Mabel fica animada- Tá vai ser na minha casa - olho para Aurora implorando para ela parar.

- Ótimo a gente vai, me passa seu endereço - Fala pegando um caderninho que sempre fica no balcão - Por que está me olhando? - mas que droga, eu não quero ir - Vai fazer o café dela.

Depois de fazer o café de Mabel e ela sair eu olho feio para Aurora, ela devolve o olhar e me puxa em direção aos fundos do café, puxo minha mão do aperto dela e cruzo os braços ela suspira e fecha os olhos logo depois me encara séria.

- Olha só antes que você comece a brigar comigo deixa eu falar - continuo olhando séria  para ela - VOCÊ pediu para mim não contar que pessoas que você conhecia estavam aqui não foi? VOCÊ me fez prometer que não contaria para meu irmão e não contei, e para que? Você ficar fugindo deles? Fingir que não está louca para ficar com eles e se aproximar mesmo que eles achem que não conhecem você?

- É - bufei irritada - Para mim tá bom assim - ela revira os olhos e passa a mão pelo rosto demonstrando irritação. 

- Para mim não, olha eu sei o quanto você sente falta deles e o quão bom pra você é ver eles porque eles te fazem sentir em casa de alguma forma e eu só quero que você fique bem - fala e pega minha mão apertando - Não estou falando para você contar a verdade e nem ficar melhor amiga deles, sei que os pesadelos estão piores e que você não anda dormindo direito e eu acho que conviver com eles pode ajudar pelo menos um pouco.

Ela termina de falar e sinto meu queixo tremer, a verdade é que os pesadelos nunca param mais desde que nós nos mudamos eles estão piores e tá talvez eu realmente queira MUITO conviver um pouco mais com eles mas...

- Eu tenho tanto medo - falo e sinto as lágrimas rolarem pelo meu rosto ela sorri e me abraça.

- Tudo bem, tudo bem não vai acontecer nada

- Mais e se..

- E se nada eles não sabem quem é você e nem vão saber

- Ele sabe, ele sabe ele me reconheceria até se eu estivesse careca e vestida como medinga - falo e ela ri.

Se bem que aquele dia ele não me reconheceu, o que partiu meu coração mesmo que de alguma forma isso tenha me aliviado um pouco porque significa que não vou precisar me mudar outra vez, mas mesmo assim me sinto triste ele não me reconhecer  foi como uma facada no peito.

E eu até tive um pesadelo com isso, ele estava rindo feliz com uma garota que não era eu, ele pegava na mão dela e fazia com que ela desse risada e gargalhadas, ele olhava para ela com carinho e essa garota não era eu, e quando eu me aproximei ele não me via, quando eu falava ele não me escutava e quando ele finalmente me olhou não me reconheceu e me mandou ir embora. Eu acordei chorando e soluçando  quase sem ar desejando ardentemente voltar no tempo só  para ter seus braços a minha volta me abraçando fortemente, aquele era o meu porto seguro e eu o perdi.

- Isso é o que você acha..

- Não é o que eu acho se eu passar muito tempo com ele..

- É só não passar, evite ficar muito perto dele e tudo vai ficar bem

- Muito fácil para você falar - falo e levo um susto quando batem na porta - Acho melhor a gente voltar para o café

My Angel - Completo/Sem revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora