⚠️ Alerta ⚠️
A cena final pode ser pesada para pessoas sensíveis.
* * *
Sam convidou Sofia para o andar de baixo, onde não havia gavetas de cuecas para ela abrir, mas isso não a impediu de pegar, de um por um, os livros que estavam em uma prateleira e analisar o que o rapaz andava lendo nos últimos anos. Ele estava perto da bancada na cozinha, pensando em como estava constrangido e em como perguntar a uma amiga que ele não via ou falava há anos e que, por sinal, não parecia estranhar aquela situação de nenhuma maneira, por que ela estava ali.
Heather tinha ouvido falar muito pouco de Sofia, pouco o bastante para estar mais ou menos perto de Sam, de braços cruzados e com uma expressão de completo estranhamento para ela.
-Então, agora você lê distopias...- Sofia observou, com um livro do gênero em cada mão- Não fazia muito o seu estilo há alguns anos.
-Esses livros são meus, às vezes eu deixo uns aqui...- Heather corrigiu, tímida.
-Ah, são seus...- ela os devolveu à prateleira- Você é o que dele? Esposa?
-N-namorada.- Sam foi rápido em responder, ainda estava um pouco bravo com Heather por causa da última briga e o assunto de transferir a sede da empresa para Paris era algo que ainda precisava ser discutido.
-Legal.- reagiu e, por fim, sentou-se em um dos bancos em volta da ilha, apoiando o queixo na mão.
-Então...- ele ajeitou a gravata, sem jeito e pensando em como poderia estar dormindo em sua confortável cama em vez de estar naquela saia justa- Você quer alguma coisa? Chá? Água?
-Não, obrigada.
Uma longa onda de silêncio veio, até Heather começar a achar a situação uns dez níveis acima de "estranho" e ter a leve impressão de que Sofia não estava falando o que queria pela sua presença lá.
-É... Sam, eu vou para a minha casa. A gente se vê amanhã, talvez.
-Espera aí...- ele foi atrás dela e, quando os dois saíram da casa, fechou a porta para que Sofia não ouvisse o que estavam dizendo- Por que você veio aqui hoje? Queria falar alguma coisa?
-É, sim... Eu queria saber se vocês conseguiram falar com a tal oncologista.
-Conseguimos, ela vem em breve tentar fazer um milagre... As possibilidades de sucesso são menor do que mínimas, mas não poderíamos deixar de esgotar todas as possibilidades.
-Não... Claro que não. Que bom, que bom que deu certo.
-Sim... Você queria mais alguma coisa?
-Na verdade, sim...- ela abriu a bolsa e tirou de lá duas folhas grampeadas, dobradas- Você está com a cabeça muito cheia, então não precisa olhar esses papéis agora, mas, quando tiver um tempo... Dá uma olhada.
-E o que é isso?
Heather respirou fundo, como se soubesse que o que diria iria aborrecê-lo:
-É o contrato de Paris, Sam. – só por aquelas palavras, ele já revirou os olhos e fez menção de devolver o papel a ela- Não! Sam, espera, calma. Só... Quando você tiver tempo, lê com a mente aberta, olha todas as condições, é um ótimo contrato, daria um giro de 180 graus nas nossas vidas...
-Eu não acredito que você não deu incerteza a eles ainda! Heather, eu te digo que trouxe uma pessoa que tem a mínima chance de salvar a Jane e você continua fazendo planos em cima da morte dela? Tem noção do quão insensível isso é?
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Never Stay
Romance"Nunca amar alguém é o caminho mais fácil para não partir seu coração, mas se isso também significar que você nunca vai se deixar ser amada, sequer haverá um coração que bata por alguma coisa." Ainda criança, Livia foi rejeitada e abandonada por se...