⚠️ Os próximos capítulos podem ser um pouco pesados para quem, de qualquer maneira, tem uma história difícil com câncer ⚠️
* * *
10 dias depois
-Sam, você providenciou a cadeira de rodas?- dra. Ruth, mesmo com os óculos, apertou os olhos para ler o que estava escrito na lista que segurava. Com exames feitos e longas conversas sobre os cuidados que teriam com Jane fora do hospital, havia chegado o dia da garotinha ir para casa com o seu irmão e se preparar para realizar os seus últimos desejos.
-Sim, está aqui.- ele apontou para o objeto ao lado dele e a médica ergueu rapidamente as sobrancelhas, impressionada com a capacidade de não tê-la visto ali.
-Você precisa que eu repasse de novo alguma coisa sobre os remédios para dor, qualquer outra coisa?
-Não, eu já anotei e decorei tudo.
-Ótimo... É... Sam... Você sabe que uma hora vai ter que trazê-la para o hospital de qualquer maneira e que essa hora pode ser a qualquer momento, não sabe? Então, não faça planos que a afaste muito do hospital.
-Não se preocupe, eu não vou.
-Oi, pessoal...- Livia chegou por trás deles, com o rosto um pouco vermelho de quem havia corrido para não perder a hora- Me atrasei?
-Não, eu estava revisando os últimos detalhes com o Sam. Ele precisa assinar alguns papéis e depois vocês podem buscar a Jane. Vamos, Sam?
O quarto em que Jane ficava no hospital estava escuro quando eles entraram com a cadeira de rodas, ela ainda estava dormindo, abraçada com a boneca que Sam trouxera de Chicago. Amanda acariciava a cabeça dela e a via dormir, elas haviam se apegado bastante durante o período em que Jane estivera internada. Amelia também estava lá, monitorando-a. Quando Livia entrou, os olhares delas tão rápido se encontraram quando se desencontraram, o clima estava um pouco estranho desde a conversa que haviam tido, Livia a evitava descaradamente e nenhuma havia contado nada a ninguém sobre aquela noite.
O local estava em completo silêncio, exceto pela música clássica vinda de um rádio em um cantinho do quarto. Livia segurou a mão da menininha, achando-a ainda mais bonita dormindo tão serenamente:
-Vocês usam terapia musical com os pacientes?- perguntou a Amanda, em um tom de voz baixo para que Jane não acordasse.
-A gente tenta usar o que funciona para cada paciente. Jane ama algumas dessas músicas, sempre a acalma, estranho para uma criança, não é? Mas o Sam trouxe o CD aqui jurando que funcionava e... Funciona.
-Mamãe costumava colocar essas músicas para ela, desde bebê ela escuta.- Sam contou- Não sei de onde ela tirou isso.
Livia sorriu de lado e beijou a mãozinha dela, com o coração cheio de um sentimento que era bom.
-Vocês vieram buscá-la? Já vão leva-la para casa?- Amelia tentou soar natural e profissional, mesmo diante da sua filha, Sam confirmou com a cabeça- Querem que a gente acorde ela?
-Não, ela pode ir no meu colo. Livia, você pode levar o rádio e a cadeira de rodas?- Sam apontou para o objeto do qual a música saía e, com muita delicadeza e ajuda de Amanda, pegou sua irmã nos braços.
* * *
-Livia vai ficar no quarto com a Jane, por enquanto, até ela acordar.- Sam desceu as escadas, terminando de fechar os botões da blusa que havia colocado no lugar da anterior. Sofia cortava tomate na cozinha- O que está fazendo?
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Never Stay
Romance"Nunca amar alguém é o caminho mais fácil para não partir seu coração, mas se isso também significar que você nunca vai se deixar ser amada, sequer haverá um coração que bata por alguma coisa." Ainda criança, Livia foi rejeitada e abandonada por se...