Capítulo 30

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⚠️ Contém violência ⚠️

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-LIVIA?!- exclamou, indo até ela e segurando o seu rosto, balançando-o levemente. A menina estava quase desmaiando- Livia, quem fez isso com você?! O que houve?

Ela olhou em volta rapidamente, chegara tão atordoada que não reparara nas janelas e cortinas fechadas, que não havia deixado daquele jeito e não teria notado os seus materiais caídos no chão se não tivesse quase tropeçado em um deles no caminho.

-Sofia... Sofia, sai daqui, sai daqui... Por favor, você tem que sair...

Desprezando o pedido, a menina girou a cadeira e começou a tentar desatar os nós, que notou estarem absurdamente apertados. A que estava grávida não tinha mais força o bastante para pedir que ela fosse embora, então, em menos de dez segundos, uma arma saída do banheiro do quarto estava apontada para as duas.

-Não ouse tentar soltá-la, eu atiro em você.

Daquela vez, Sofia não gritou, apenas franziu a testa, reconhecendo-o na mesma hora:

-Você... O cara que pediu informações mais cedo... Quem é você?

-A pessoa de quem ela anda fugindo, apavorada, há meses...- ele começou a andar na direção nela, a arma erguida- A que vigiou vocês durante a última semana inteira sem ser notado e a que sequestrou a sua amiga no meio de um café. É melhor fazer o que eu mando.

-Ai, meu Deus, Derek...- a voz de Sofia saiu mais assustada do que ela desejava. Antes que pudesse processar tudo o que estava acontecendo, olhou para arma, depois para Livia, depois para ele de novo- Solte-a.

-Eu acho que não. Senta aí e fica quieta. Você é uma ponta solta, aproveite os seus últimos momentos viva.

Ela também andou na direção dele, não intimidada:

-A Livia está grávida da filha de vocês, é um ser humano e não está conseguindo respirar. Solte-a.

-Garota...- ele riu- Está me dando ordens? Ela vai ficar do jeito que eu achar que ela deve e eu acho bom você ficar calada.

Sofia nunca tinha tido uma arma apontada na sua direção ou um invasor em sua casa. O momento em que ele, educadamente, pedira informações a ela e a Violet, em que elas o mandaram exatamente para onde o seu alvo estava, tudo o que ouvira sobre ele nos últimos meses e milhares de questionamentos sobre como ele havia conseguido se infiltrar na cidade e levado a garota para dentro da sua casa bombardeavam sua mente, um medo estranho e forte a agoniava, mas nada era mais urgente em sua mente do que tirar aquelas cordas de Livia, que claramente não ia resistir por muito tempo.

Por isso, ela fingiu não ter medo.

-Tem uma arma apontada para os nossos miolos. Acredite, ninguém quer ter o cérebro atravessado por uma bala, então, quando você soltar a Livia, ela com certeza não vai sair correndo. Tem uma tesoura grande dentro do armário do banheiro, eu vou entrar, pegá-la e soltar a minha amiga.

Quando passou por ele, Derek a puxou, prensou contra a parede, com seu punho apertando o pescoço dela e a arma encostada em sua testa:

-EU DISSE PARA VOCÊ SENTAR E FICAR CALADA! VOCÊ VAI MORRER MAIS CEDO SE NÃO FIZER O QUE EU MANDO!

-S-se fosse atirar em mim, já teria feito. Você não vai atirar, isso chamaria uma atenção que você não quer.- gaguejou, sabendo que era arriscado dizer o que disse, porém acertando. Derek a arremessou para dentro do banheiro com tamanha força, que só o baque com o balcão a parou.

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