Capítulo 47

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Ooi, time :)

Neste capítulo teremos a oncologista da Jane explicando o caso dela, mas como quem realmente está explicando é a autora, que é 100% humaninhas, por favorzinho perdoem qualquer erro, eu pesquisei tudo o que podia KKKKKKKKK

Só isso mesmo, vejo vocês lá embaixo <3

*     *     *

A dra. Ruth escrevia alguma coisa na prancheta que ficava na frente da cama de Jane. Ela era uma mulher de meia-idade, com o rosto carregando certa antipatia e um par de óculos de lentes finas na ponta do nariz. Apesar do que a primeira impressão fazia parecer, dra. Ruth era gentil e sabia ter compaixão, Jane a adorava. 

Sam aguardava por alguma palavra dela de um lado da cama, de braços cruzados. Estava atrasado para o trabalho, mas não estava preocupado com isso. Livia estava sentada do outro lado, segurando e alisando a mão de Jane, que prosseguia dormindo desde a hora em que os dois haviam chegado lá. Adormecida, ela parecia ainda mais doente. Assustava ver aquele corpo fraco inerte, exceto pelo subir e descer do peito.

-Muito bem...- a oncologista devolveu a prancheta ao seu lugar e arrancou o óculos, que ficaram presos ao seu pescoço por um cordão- Quem é você?- perguntou a Livia.

-E-eu...- hesitou- Sou amiga da família, estou ajudando a cuidar dela.

-Na verdade é a mãe biológica, dra. Ruth. Eu tinha conversado com a senhora sobre trazê-la para cá.- Sam corrigiu e Livia abaixou a cabeça, não sabia como se sentia diante de alguém que sabia quem era ela exatamente- Como os novos exames sairiam hoje, achei que seria interessante que ela estivesse aqui para os resultados também. Além disso, a senhora, se não se importar, pode explicar o quadro melhor do que eu.

-Lógico, lógico... Bom, qual é o seu nome?

-Livia Castello.

-Bom, senhorita Castello, há alguns meses Jane foi diagnosticada com um tumor do tipo astrocitoma, que se desenvolve a partir dos astrócitos, aquelas células do sistema nervoso em forma de estrelinhas. Sam a trouxe aqui quando ela começou a apresentar dificuldades para caminhar, vômitos frequentes e dores de cabeça muito fortes. Infelizmente, descobrimos ser um tumor agressivo e vimos que não ia ser possível operar. Entramos com quimioterapia e radioterapia, mas não funcionou, o tumor não deu sinais significativos de regressão. Na verdade, a cada semana que se passa, Jane parece piorar e ficar um pouco mais fraca. Eu sinto muito, garanto que fizemos tudo o que podíamos.

-Quando eu cheguei aqui ontem com o Sam, e-ela não parecia tão fraca...- Livia rebateu, sem conseguir processar a realidade naquelas palavras.

-Ministramos medicamentos para diminuir a dor, fazemos tudo o que está ao nosso alcance para dar a ela a vida mais confortável possível até que chegue o momento, mas os exames comprovam tudo o que estou dizendo. Além do mais, você a viu em um momento isolado. Com a convivência, você vai ver que alguns dias são mais difíceis do que outros.

Instintivamente, Livia apertou mais a mãozinha dela, temendo a resposta da pergunta que faria.

-Quanto tempo ela tem?

Dra. Ruth limpou a garganta. Praticar a medicina havia se tornado algo natural com os anos dentro de hospitais, mas jamais se acostumara com o pânico nos rostos dos pacientes quando precisava lhes dar uma sentença como aquela.

-Eu acho que ela dificilmente passa de três meses. Eu sinto muito. Qualquer coisa que vocês precisarem, estarei do lado de fora, vou dar privacidade a vocês.- respeitosamente, ela deixou o quarto.

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