Capítulo 8

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Junto ao Comitê e aos professores, muitos alunos ansiosos chegaram antes do tempo e dançaram mesmo sem música. Sofia e Sam tiveram um árduo trabalho em garantir que tudo estava e continuaria estando como planejado. No final das contas, faltou gelo e precisaram ir ao supermercado com roupas de baile. Além disso, alguns flocos de neve haviam caído e eles tiveram que pegar uma escada e pendurá-los novamente apenas cinco minutos antes das nove (o que não foi tão difícil quanto manter todos os alunos do lado de fora da quadra até que terminassem e escondessem a escada).

Depois de tanto trabalho, a diversão podia começar: se aquele lugar já havia ficado lindo à luz no dia, estava mais ainda à noite, com o escuro dominando e apenas algumas luzes azuis piscando e iluminando as estátuas de gelo. O buffet com açúcar em forma de elementos do inverno chamavam pelos olhos e despertavam a gula, alguns casais e amigos começaram a avacalhar no cenário para tirar fotos com poucos minutos de baile, a escolha da banda que tocava ao vivo tinha sido a certa, afinal, a voz do vocalista era tão linda que, aos 20 segundos da primeira canção, até os tímidos já tinham se levantado e arriscado alguns passos.

Sam não sabia como se sentia, mas não chegava nem perto de sentir-se bem. A cada risada que ele ouvia, a cada novo aluno que chegava, a cada foto tirada, ele podia até mesmo escutar uma voz desesperada dizendo que sua irmã acabara de falecer, sua mãe gritando, e o vazio preenchendo toda a sua existência. Não seria fácil, mas ele aguentaria o máximo de tempo que conseguisse. Faria isso por si próprio e pelos seus amigos.

Seu grupo misturou-se com outro e começaram uma conversa prazerosa sobre algum assunto que ele não estava interessado. Perder-se em seus pensamentos era a causa mais frequente dele viajar para tão longe do momento presente que tinha que ser chacoalhado por alguém para voltar à realidade.

A banda começou a tocar uma música lenta e particularmente antiga. A melodia preencheu a quadra e ele sentiu a mão de Sofia em seu braço.

-Eu adoro esta música, dança comigo?

-Claro.- ele sorriu para ela e ambos foram seguidos por Livia e Jackson. Violet enturmara-se no outro grupo e não sentia-se nada sozinha no momento.

Ele segurou Sofia por sua cintura, olhou-a com o mesmo carinho e amizade de sempre. No meio daquilo tudo, era bom ao menos vê-la feliz e aproveitando o momento da sua música favorita.

-Como se sente, Sam? Está bem?

-Sim, muito bem, obrigada por me trazer.

-Qualquer coisa, você pode falar comigo.

-Não é necessário.- ele a girou, depois encostou o corpo dela no seu, abraçando-a de maneira que ela não visse mais o seu rosto e assim não fizesse interpretações faciais- Estou feliz por estar aqui com você.

Ainda durante aquela música, ele avistou Jackson dançando com Livia, não era uma cena muito apreciável, como nos filmes: Jackson dançando era um excelente jogador de futebol e Livia não era tímida em deixar transparecer que provavelmente nunca dançara em toda a sua vida.

Mesmo assim eles eram, de certa forma, ajeitadinhos. Livia estava tão bonita e séria quanto na primeira vez que a vira naquela noite. Não parecia estar se divertindo, mas também não estava entediada.

-Ela está linda não está? Eu que arrumei.- Sofia gabou-se, após seguir o olhar de Sam.

-Ela é linda, hoje está ainda mais. Todas vocês.

-E você é um babão.- ela riu.

-Galera...- Jackson chegou discretamente até eles, segurando Livia pela mão- Não posso participar da diversão completa este ano, o treinador não deu folga e tenho que estar aqui amanhã à tarde.

Never StayOnde histórias criam vida. Descubra agora