Junto ao Comitê e aos professores, muitos alunos ansiosos chegaram antes do tempo e dançaram mesmo sem música. Sofia e Sam tiveram um árduo trabalho em garantir que tudo estava e continuaria estando como planejado. No final das contas, faltou gelo e precisaram ir ao supermercado com roupas de baile. Além disso, alguns flocos de neve haviam caído e eles tiveram que pegar uma escada e pendurá-los novamente apenas cinco minutos antes das nove (o que não foi tão difícil quanto manter todos os alunos do lado de fora da quadra até que terminassem e escondessem a escada).
Depois de tanto trabalho, a diversão podia começar: se aquele lugar já havia ficado lindo à luz no dia, estava mais ainda à noite, com o escuro dominando e apenas algumas luzes azuis piscando e iluminando as estátuas de gelo. O buffet com açúcar em forma de elementos do inverno chamavam pelos olhos e despertavam a gula, alguns casais e amigos começaram a avacalhar no cenário para tirar fotos com poucos minutos de baile, a escolha da banda que tocava ao vivo tinha sido a certa, afinal, a voz do vocalista era tão linda que, aos 20 segundos da primeira canção, até os tímidos já tinham se levantado e arriscado alguns passos.
Sam não sabia como se sentia, mas não chegava nem perto de sentir-se bem. A cada risada que ele ouvia, a cada novo aluno que chegava, a cada foto tirada, ele podia até mesmo escutar uma voz desesperada dizendo que sua irmã acabara de falecer, sua mãe gritando, e o vazio preenchendo toda a sua existência. Não seria fácil, mas ele aguentaria o máximo de tempo que conseguisse. Faria isso por si próprio e pelos seus amigos.
Seu grupo misturou-se com outro e começaram uma conversa prazerosa sobre algum assunto que ele não estava interessado. Perder-se em seus pensamentos era a causa mais frequente dele viajar para tão longe do momento presente que tinha que ser chacoalhado por alguém para voltar à realidade.
A banda começou a tocar uma música lenta e particularmente antiga. A melodia preencheu a quadra e ele sentiu a mão de Sofia em seu braço.
-Eu adoro esta música, dança comigo?
-Claro.- ele sorriu para ela e ambos foram seguidos por Livia e Jackson. Violet enturmara-se no outro grupo e não sentia-se nada sozinha no momento.
Ele segurou Sofia por sua cintura, olhou-a com o mesmo carinho e amizade de sempre. No meio daquilo tudo, era bom ao menos vê-la feliz e aproveitando o momento da sua música favorita.
-Como se sente, Sam? Está bem?
-Sim, muito bem, obrigada por me trazer.
-Qualquer coisa, você pode falar comigo.
-Não é necessário.- ele a girou, depois encostou o corpo dela no seu, abraçando-a de maneira que ela não visse mais o seu rosto e assim não fizesse interpretações faciais- Estou feliz por estar aqui com você.
Ainda durante aquela música, ele avistou Jackson dançando com Livia, não era uma cena muito apreciável, como nos filmes: Jackson dançando era um excelente jogador de futebol e Livia não era tímida em deixar transparecer que provavelmente nunca dançara em toda a sua vida.
Mesmo assim eles eram, de certa forma, ajeitadinhos. Livia estava tão bonita e séria quanto na primeira vez que a vira naquela noite. Não parecia estar se divertindo, mas também não estava entediada.
-Ela está linda não está? Eu que arrumei.- Sofia gabou-se, após seguir o olhar de Sam.
-Ela é linda, hoje está ainda mais. Todas vocês.
-E você é um babão.- ela riu.
-Galera...- Jackson chegou discretamente até eles, segurando Livia pela mão- Não posso participar da diversão completa este ano, o treinador não deu folga e tenho que estar aqui amanhã à tarde.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Never Stay
Romance"Nunca amar alguém é o caminho mais fácil para não partir seu coração, mas se isso também significar que você nunca vai se deixar ser amada, sequer haverá um coração que bata por alguma coisa." Ainda criança, Livia foi rejeitada e abandonada por se...