Capítulo 15

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A autora mandou dizer que esta semana é especial porque a escola dela entrou em recesso e ela está excessivamente feliz. Então, este capítulo é extra, ainda teremos o nosso capítulo normal, só não está garantido para quinta-feira (a autora não tem nada pronto, mas não digam a ela que eu contei a vocês).

Boa leitura, amoras <3

* * *

-Deixa eu ajudar a tirar o casaco.- Sam auxiliou Livia e, também livrando-se do agasalho de cachorrinhos, pendurou as duas vestes ao lado da porta de entrada- Vem cá, tem neve no seu cabelo.

-Com certeza no seu tem mais.- ela passou as mãos pela cabeça dele, fazendo a neve cair. Estar dentro da casa de Sam podia entrar na lista de coisas mais estranhas que já haviam acontecido em toda a vida dela: o sofá era enorme, com muitas almofadas e uma manta, havia uma lareira disponível com plantas artificiais e um vaso rachado em cima, a cozinha tinha uma ilha considerável, com alguns bancos e utensílios de madeira expostos, e tinha uma escada, uma linda escada branca com corrimão de mesma cor e fotos da família e das crianças pequenas estavam espalhadas por todas as paredes. O fato de não estar frio ali fazia-a se sentir confortável, porém aquele lugar não configurar o seu ambiente não era muito favorável- C-cadê os seus pais?

-Foram resolver uma emergência no restaurante, mas vão voltar rápido. Senta aqui.- ele mostrou uma das cadeiras, Livia o seguiu timidamente até a sala de estar- Fique à vontade.

-Os seus pais têm um restaurante?

-Sim, o restaurante da família.

-Acha que eles vão pensar alguma coisa errada quando me verem? Digo, em relação ao cabelo rosa, ao piercing no septo...

-Livia...- ele inclinou-se para frente- Garanto que eles estão se importando mais com o que você pensa deles. É você que vai analisar se a nossa família é confiável para receber o bebê.

-Não sou muito exigente

-Mas você pode ser. Não hesite em perguntar o que quiser aos meus pais ou a mim, não fique com vergonha. Você está entregando uma criança a estranhos, tem o direito de querer saber tudo sobre eles.

A menina abaixou a cabeça e, titubeando, olhou as próprias mãos, sentindo-as quentes, depois apreciou o tapete da sala e o piso de madeira:

-De tudo o que eu podia querer perguntar, Sam, a única resposta que eu queria ter é por que você me trata tão bem, por que se preocupa comigo e por que quer me ajudar. Eu sinceramente não consigo entender.

-Já te expliquei, gosto de você.

-É, eu já ouvi isso. Mas gosta por quê? Eu não te dou nenhum motivo para isso, não procuro por você, não sou a pessoa mais doce do mundo... Tem noção do que está fazendo por mim agora?

Sam assentiu e, na intenção de estar fisicamente ainda mais próximo a ela, levantou do sofá e foi para a outra cadeira:

-Pense nas pessoas que você já se sentiu próxima, como o Otto e a Jane, mesmo que vocês fossem crianças na última vez que se viram. Quantas vezes eles precisaram pedir pelo seu amor ou pelo seu cuidado? Quantas vezes precisaram te dar um motivo?

-Nunca precisaram...- ela respondeu.

-Exatamente, Livia. Porque amor, carinho e cuidado são três coisas que só existem quando não são cobradas. Quando você gosta de alguém, mesmo que tenha começado a gostar do nada, você dá tudo isso a ela sem precisar de motivo.

-É diferente, Sam. Jane e eu vivíamos uma infância um pouco complicada, não tínhamos mais ninguém, nos amaríamos mesmo que não quiséssemos. Quanto a mim e ao Otto, nossa amizade surgiu de uma questão de sobrevivência. Não é a mesma coisa com a gente, você é diferente.

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